A notícia da volta do Baile dos Artistas pegou a capital paraibana de surpresa. De acordo com Blog de Giovanni Meirelles, além dos segmentos culturais bastante influentes, a “novidade” mexeu com setores da imprensa e movimentos sociais libertários de João Pessoa que respaldam mulheres, negros e LGBTSQI+

O psicanalista Roberto Maia expõe abaixo, a atual proposta da comissão organizadora do evento, que une no mesmo palco carnavalesco foliões pobres e abastados, confraternizados pela mesma energia.

VAMOS AO PING-PONG DE PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Amigo de artistas influentes e desempenhando diariamente o importante papel de psicanalista, como você encara retomar seu lugar na comissão do próximo Baile dos Artistas?

1. Eu considero que a retomada do Baile é fundamental para endossar a importância da arte e da cultura em nossas vidas, porque nesses dois anos de Pandemia foi a arte que nos salvou a não sucumbirmos em nossos lares. A arte sempre teve um papel fundamental para a nossa organização psíquica, pois é por meio dela que podemos acessar o lúdico e fazer com que o ser humano possa sair da realidade (a maioria muito cruel) e buscar novas formas de organização por meio da pulsão de vida.

Considero o convite da retomada do Baile muito bem vindo nesse momento e que possamos nos reinventar e endossar por meio das premiações para a classe artística, a importância da cultura e da arte para a população paraibana, no meio de tanto retrocesso por parte do governo federal, para que possamos seguir adiante e atuar junt@s na resistência por um país que respeite a arte e todas a suas interseccionalidades.

2. Você encara de qual maneira o clima de surpresa com o anúncio de retomada do baile?

2. Sendo bem realista, eu não acho que foi tão surpresa o retorno do baile, pois considero que quando estamos ameaçados em nossos direitos, geralmente o ser humano encontra formas de se organizar para enfrentar o medo e a violação de direitos. O baile é apenas um desses movimentos de resistência, porque vejo que a efervescência cultural voltou com força em nossa cidade nos últimos anos, me fazendo lembrar o início do baile em 1986, após vivenciarmos 21 anos de ditadura militar, até o ano de 1985.

Agora que as pessoas ficaram muito receptivas à possibilidade de retorno de Baile, isso sem dúvida aconteceu de forma muito positiva e para nós (organizadores) nos pegou de surpresa tanto carinho por parte da classe artística paraibana.