Nos acompanhe

Artigos

O desserviço de Eliza Virgínia

Publicado

em

A luta da mulher pela validação da própria existência na sociedade é um tema antigo, porém, ainda muito atual, dado o fato de ainda vivermos em uma sociedade tradicionalmente dominada por homens.

De acordo com dados oficiais, o voto feminino só foi autorizado no Brasil a partir do Código Eleitoral de 1932 e desde 1889, início da República, que o país teve apenas uma mulher presidente e 16 mulheres governadoras.

Com o passar do tempo, vemos que a presença da mulher na política ainda caminha a passos tímidos, tanto que, no ano de 2020, o Brasil registrou um número de apenas 9 mil vereadoras eleitas, frente a 47,3 mil homens para as Câmaras Municipais.

Em João Pessoa, em se tratando de espaço político na Câmara Municipal temos, atualmente, a presença tão somente de uma mulher eleita, frente à outras que assumiram cargos apenas como suplentes.

A vereadora Eliza Virgínia (PP) é essa mulher… a única eleita e que, portanto, até mesmo por obrigação moral e histórica, deveria honrar e orgulhar todas as mulheres pessoenses, uma vez que, mesmo tendo recebido apenas 5.042 votos, a partir do momento em que assumiu um mandato parlamentar se tornou representante de todo um povo e, nesse caso, também e, principalmente, das mulheres como um todo.

Porém, quando acessamos o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo da Câmara Municipal de João Pessoa, comprovamos documentalmente o que testemunhamos visualmente acerca do mandato que Eliza ocupa na Casa do Povo: Eliza trancou-se nas próprias ideologias e fez delas seu filtro principal, esquecendo-se em larga maioria do tempo das mulheres pessoenses que, naturalmente, são cidadãs que lutam por direitos para si e suas respectivas famílias.

A parlamentar presta um desserviço às mulheres e ao próprio mandato ao ser lembrada apenas por protagonizar polêmicas como aquela em que, quando teve a oportunidade de ocupar o cargo de deputada federal como suplente se destacou apenas por ocupar o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) com uma denúncia contra o cantor Wesley Safadão acusando-o de erotizar a filha, de 8 anos, por dançar e cantar junto com a menor um single que estava lançando. Ou aquela em que, por não concordar com a postura da cantora Ludmila chegou a xingá-la publicamente de “maconheira, traficante e criminosa”. Ou por criar ‘treta’ com a Netflix e o elenco do humorístico ‘Porta dos Fundos’ por não concordar com produção e veiculação do filme especial de Natal intitulado ‘A primeira tentação de Cristo’. Ou aquela em que chegou a ‘mudar de cor’ perante a Justiça Eleitoral na tentativa de ganhar mais dinheiro oriundo do chamado ‘fundo eleitoral’. Ou mesmo a mais recente que foi direcionar críticas contra a atriz Jenna Ortega que é a protagonista da série ‘Wandinha’, que está na Netflix, e que dá vida à personagem principal, por ela apoiar à Planned Parenthood, uma organização, que fornece diretamente uma variedade de serviços de saúde reprodutiva, educação sexual, contribui para a pesquisa em tecnologia reprodutiva e defende a proteção e expansão dos direitos reprodutivos.

Ou mais… quando em plena pandemia da Covid-19 a Eliza pediu “pelo amor de Deus” que a imunização de crianças e adolescentes fosse suspensa. Ou quando ocupou tempo precioso da Casa Legislativa para apresentar ‘Voto de Solidariedade’ ao, então, presidente nacional do PTB e ex-deputado federal, Roberto Jefferson, que foi preso após gravação e divulgação de vídeo com ameaças ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à realização das Eleições 2022 e ataques à democracia. Ou quando, mais uma vez, gastando tempo precioso, pôs sua visão pessoal acima do mandato parlamentar e criticou duramente o Santander, de Porto Alegre, e o MAM (Museu de Arte Moderna), de São Paulo, por realização de exposições e performance com as quais não concordava. Ou mesmo, mais uma vez, por conta de sua visão pessoal, apresentou um Projeto de Lei para limitar a atuação de atletas transexuais no esporte em João Pessoa. Ou quando, mesmo pregando lisura, a vereadora foi apontada como uma candidata que distribuía verba para líderes religiosos em troca de apoio.

Eliza parece esquecer que foi a primeira mulher a presidir, mesmo que por um curto período, a Câmara Municipal de João Pessoa; a mulher que presidiu a importante CPI da Banda Larga, para investigação acerca da prestação de serviços de internet banda larga na Capital; a mulher que assumiu um mandato de deputada federal e teve a chance de ampliar a sua experiência em favor da boa legislatura; uma mulher que tem uma baita chance nas mãos de fazer um mantado histórico e de referência para todas as mulheres.

Eliza é uma mulher que parece esquecer que já fez tudo isso -e, se brincar, até muito mais!-, mas, que parece preferir se destacar pelo fanatismo religioso e por polêmicas que em nada beneficiam a sociedade.

É uma pena…

Porém, como ainda temos dois anos de mandato para frente… observemos e torçamos para que a parlamentar se conscientize da importância do próprio papel e escolha ser destaque por boas ações e não mais mais por polêmicas que apenas a diminui como pessoa e representante de milhares de eleitores e eleitoras pessoenses.

Continue Lendo

Artigos

Certezas e dúvidas nas decisões do pastor Sérgio

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Depois de alguns aparentes contratempos, o pastor Sérgio Queiroz anunciou como será a participação do partido Novo nas eleições municipais em João Pessoa, o que equivale dizer como se dará sua participação, uma vez que ele encarna a legenda na Capital. Se dispôs a ser candidato a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Havia quem apostasse na candidatura a prefeito. O pastor descartou a possibilidade na entrevista, dando a entender que a ideia habitava o território de seus desejos e de amigos. Deve ter entendido, porém, que, na política, muitas decisões esbarram em esquemas grupais e não observam condições mais objetivas. As poucas pesquisas divulgadas indicavam o pastor Sérgio Queiroz mais bem posicionado, mas o esquema bolsonarista , com intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem o ex-ministro Marcelo Queiroga como o candidato a prefeito. Barreira intransponível nesse momento.

O pastor Sérgio se esforçou para explicar as razões de sua decisão. A interpretação mais aproximada da realidade é a que ele atendeu aos anseios de direita conservadora e do bolsonarismo, aos irmãos de seu movimento religioso e ainda deixou espaço para atender seus próprios interesses. Será candidato para ajudar o PL; imagina que, apenas como candidato a vice-prefeito, não precisará se ausentar de ações e missões, e ainda terá tempo para rodar na campanha eleitoral por outros municípios, preparando o projeto de ser candidato a senador em 2026.

Nunca assumirá, mas o pastor Sérgio parece ter decidido com o propósito de restabelecer a plenitude de suas relações com Bolsonaro, avariada por ocasião da passagem do ex-presidente pela a Paraíba há menos de duas semanas.

Apesar de justificada as razões da decisão, restou a impressão que o pastor Sérgio ainda não se encontra plena e satisfatoriamente encaixado na aliança do Novo com o PL. Talvez por isso tenha feito um anúncio unilateral, sem a presença de Queiroga e dos deputados do PL (Cabo Gilberto e Valber Virgulino). Durante a coletiva, não se esforçou para dar importância ao ex-ministro Marcelo Queiroga, seu candidato a prefeito, e antecipou exigências sobre o tom da campanha.

É neste ponto que talvez resida a divergência mais expressiva do entre o pastor Sérgio e o bolsonarismo mais radical. Ele se posiciona contra a polarização da campanha entre direita e esquerda ou entre bolsonarismo e lulismo. Defende uma campanha focada nos problemas da Capital. Essa divergência tem tudo para se tornar insuperável. Queiroga tem a candidatura como missão para ajudar Bolsonaro e parece convencido que o êxito depende integralmente do ex-presidente.

Pode-se indagar: qual o futuro dessa aliança do Novo com o PL? Vai depender do desempenho do ex-ministro Marcelo Queiroga nas pesquisas. Se melhorar bem nos próximos dois meses, estará resolvida. Se não, pastor Sérgio voltará a ser acionado como candidato a prefeito.

Continue Lendo

Artigos

Candidato a prefeito, vice, apoiador de luxo ou só Deus sabe?

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

O pastor Sérgio Queiroz marcou data para o capítulo que se presume último dessa novelinha que se tornou o processo de unidade da direita bolsonaristas e fechamento da chapa para a disputa da Prefeitura de João Pessoa.

O enredo ganhou complicação com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro no último fim de semana, onde desencontros em agenda e eventos acabaram gerando informações sobre supostos desentendimentos no agrupamento político conservador e irritação em Bolsonaro.

Pedidos de desculpas do PL e desmentidos de todos os lados buscam o restabelecimento de paz. O próprio pastor Sérgio Queiroz se encarregou, de forma enfática, na segunda-feira, de negar o que se noticiava ou se especulava. Apesar dos fatos registrados nos eventos indicarem um certo mau humor da organização e do próprio ex-presidente para com o pastor, ele, não apenas refutou tudo com veemência, como avaliou ter sido tratado com honra, mais do que merecida, e jogou as ocorrências para a conta de fatalidade.

No calor das esclarecimentos e explicações, pastor Sérgio anunciou que no dia 26/04, uma sexta-feira, anunciará sua posição. Deixou em aberto. Não sabe se será candidato a prefeito, vice-prefeito ou apenas um apoiador especial da candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Verdade é que, ao longo desses dois ou três últimos meses em que se discute a candidatura de Queiroga, o pastor Sérgio nunca deixou de alimentar, embora de forma meio tangencial, que poderia ser candidato a prefeito. Fomentou, porém, com sua complacência, a ideia que aceitaria ser candidato a vice-prefeito. Aliás, essa é a convicção dos dirigentes do PL. Talvez pela entrada do ex-presidente Bolsonaro no circuito. Em que pese tudo isso, ainda pairam muitas dúvidas sobre o desfecho que o pastor Sérgio dará ao seu destino político no momento.

Seja como for, uma coisa é certa: com o pronunciamento feito pela internet na segunda-feira, conscientemente ou não, o pastor Sérgio estreitou o caminho para sua definição. Ao dizer ter sido tratado com toda honra possível e elogiar abundantemente Bolsonaro, Queiroga, Cabo Gilberto, Walber Virgulino e o PL, não sobra desvio para o novo líder do Novo em João Pessoa justificar uma decisão de ser candidato a prefeito. A hipótese da candidatura dele próprio a prefeito parece, então, prejudicada.

Assim, sobram duas saídas: a da candidatura a vice-prefeito na chapa de Queiroga ou a de virar um apoiador de luxo. Tem muita gente apostando na segunda hipótese, mas o pastor tem demonstrado certa capacidade de surpreender. Se Deus estiver na parada, como o pastor acredita, certamente, os caminhos da decisão se alargarão e a decisão final se tornará mais fácil. Se depender apenas dos desígnios dos homens e da política, nem iluminados, os caminhos conduzem à certeza.

Continue Lendo

Artigos

Não foi culpa da imprensa…

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Assisti à live que o pastor Sérgio Queiroz (Novo) realizou na segunda-feira (15/04) falando sobre os imbróglios envolvendo o nome dele e o Partido Liberal (PL) desde a última semana e, de modo agravado, desde a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Estado da Paraíba para lançar a chapa da Direita e Extrema Direita pessoense tendo Marcelo Queiroga como pré-candidato a prefeito e o religioso à vice na corrida ao comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) nas Eleições 2024.

Na verdade, aqui do meu cantinho, numa cadeira mega confortável e com um balde cheio de pipoca, metade doce e metade salgada, tenho assistido à muita coisa que tem marcado o universo político paraibano e, em especial, o pessoense.

Hoje, porém, vou comentar sobre o episódio, quase interminável, que estou assistindo e que envolve o pastor Sérgio Queiroz, figura por quem, aliás, A-IN-DA, nutro simpatia suficiente para sentir incômodo ao vê-lo se enfiar numa lambança que em nada combina com a postura polida que ele sempre demonstrou ter.

O episódio ao qual me refiro não se resume apenas a live da segunda-feira, mas, a uma série de acontecimentos -desorganizados e vexatórios!-, que eclodiram graças a decisão dele em não assumir o receio que parece ter em aceitar com a alegria e a empolgação esperadas a condição de vice na chapa do PL.

Eu, realmente, senti uma ponta de tristeza e uma vergonha alheia gigante quando assisti, com meus próprios olhos, Queiroz, que por indecisão própria se meteu num olho de furacão, culpar a imprensa pelo que está vivendo.

Queiroz teve a capacidade de abrir a boca na live para direcionar críticas e cobranças à imprensa e, ao mesmo tempo, demonstrar uma desinformação inexplicável acerca do universo político onde ele quer se mostrar inserido.

Na live, Queiroz teve a coragem de abrir a boca para perguntar por que a imprensa, diferentemente do estaria fazendo com ele, não cobrava do deputado federal Romero Rodrigues (PSC/Podemos) uma definição sobre o rumo político que tomará nas Eleições 2024, ou mesmo, do Partido dos Trabalhadores (PT) acerca da indefinição da pré-candidatura na Capital paraibana.

Minha gente… quem não vive numa bolha, não olha apenas para o próprio umbigo e acompanha minimamente o universo da política sabe que, nos últimos meses, de tanto, nós da imprensa, falarmos nesses temas, tais assuntos mais têm parecido aquelas falhas chatas em discos de vinil arranhados do que cobranças que ele classifica como inexistentes.

Cobramos sim, de Romero e do PT e evidenciamos todas as “lambanças“, imbróglios, intrigas e polêmicas políticas que enxergamos.

Por isso, ao assistir a sua live decidi escrever este artigo dizendo: “Não foi culpa da imprensa…”

Não foi -mesmo!- culpa da imprensa, meu caro pastor.

Não foi a imprensa que na véspera e até, no dia… pior… no MO-MEN-TO do evento de anúncio da chapa “Quero, Quero“, lá nas dependências da Domus Hall, mesmo com a própria cara aparecendo numa foto ao lado de Queiroga num telão, disse que decidiu adiar, mais uma vez, a decisão sobre participação do Novo na chapa encabeçada pelo ex-ministro.

Não, meu caro pastor… não foi e nem é culpa da imprensa e muito menos do locutor do evento o fato do senhor se perceber num meio de um furacão político vexatório para o seu curriculum de pessoa polida.

Inclusive, enquanto escrevo essas mal traçadas linhas, como diria algum poeta, sigo me perguntando por que um homem que enxergo como tão capaz, se mete numa situação dessas mesmo tendo valor político suficiente para garantir uma vaga de vereador sem gastar praticamente um tostão com campanha. Por queeeeeeeee???????

Pois é, pastor… não foi culpa da imprensa…

Como o senhor bem lembrou, durante a live, das palavras que, se não me falha a memória, são de Mateus, “bem-aventurados são os pacificadores“, tire uns dias, respire, pacifique a própria alma e lembre da sua capacidade para ser um excelente vereador que teria a oportunidade de legislar e produzir, de fato, para o bem da população.

Mas, para que fique bem claro… me permita repetir pastor: não foi culpa da imprensa.

Continue Lendo