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Fator “credibilidade” pode ser decisivo para a recondução de Galdino
A “credibilidade” que o deputado Adriano Galdino (Republicanos) tem, atuando com firmeza no comando da Assembleia Legislativa da Paraíba em períodos difíceis, como os recentes na história do Estado, e a perspectiva de vir a manter tal postura na fase nacional de transição que desemboca no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), são fatores que estão pesando na avaliação de colegas do Parlamento para reconduzi-lo à presidência da Casa de Epitácio Pessoa já no próximo biênio, a se instalar em fevereiro de 2023. Ontem, falando a uma emissora de rádio, o deputado Felipe Leitão destacou que Adriano se impôs naturalmente ao respeito dos parlamentares pela autenticidade de posições, consciência das suas responsabilidades e amplo domínio das questões referentes ao Legislativo Estadual.
Acresce, também, que o atual mandatário da ALPB poderá ser favorecido, na hipótese de uma recondução ao cargo, por decisão do Supremo Tribunal Federal abrindo essa possibilidade no âmbito das Assembleias Legislativas, respeitados os critérios democráticos de que dispõem os próprios regimentos internos de tais colegiados. Até aqui, apenas o deputado Branco Mendes, do Republicanos, tem se colocado com pretensão de disputar o comando da Assembleia, invocando sua experiência comprovada em sucessivos mandatos e em outros cargos da Mesa Diretora. Adriano sempre deixou claro que somente consideraria uma hipótese de recondução se houvesse constitucionalidade no pleito e, também, interesse manifesto da maioria quanto à sua continuidade à frente dos destinos do colegiado. Fora daí, o presidente não se disporia a brigar com os fatos.
As últimas informações sinalizam que os fatos podem estar conspirando a favor da obtenção de outro recorde pelo deputado Adriano Galdino, além do fato de ter sido o mais votado nas eleições proporcionais estaduais deste ano. O parlamentar chegou a ser cogitado para compor chapa majoritária encabeçada pelo governador João Azevêdo (PSB) na condição de vice, mas acabou se consagrando mesmo na disputa de mais um mandato à Assembleia. Galdino é referenciado como um político hábil, de diálogo fácil com seus colegas de ambiente e com representantes de outros Poderes. O governador João Azevêdo, em inúmeras oportunidades, fez o reconhecimento da contribuição relevante que ele tem oferecido à chamada governabilidade, não havendo registro, por outro lado, de qualquer restrição por parte do Judiciário e demais organismos da sociedade.
Como presidente, a atuação de Adriano Galdino tem sido proativa no sentido de encaminhar e agilizar a pauta de votações de matérias de interesse público no plenário da Assembleia, ajudando o Executivo a dar partida a obras e realizações que constam do planejamento estratégico de governo. Em relação aos parlamentares, sobretudo os de oposição, o comportamento do dirigente legislativo tem sido de respeito à sua liberdade de expressão, só intercedendo em casos excepcionais, quando há excessos de linguagem ou acusações mais fortes. Esse modelo de ação é reconhecido e elogiado até por eventuais adversários políticos do presidente Adriano Galdino. Sob sua direção, o Parlamento não tem sido exposto a cenários de execração, apenas enfrentando críticas pontuais que são acolhidas no estilo inerente à Casa, ou seja, nos moldes democráticos. A projeção alcançada por Adriano tornou-o uma figura relevante no núcleo decisório da Paraíba, longe de qualquer perfil decorativo que se lhe possa atribuir.
Enfim, o modus operandi a que Galdino tem recorrido, com base no compartilhamento de decisões importantes com os demais integrantes do Legislativo Paraibano tem produzido resultados favoráveis à própria dinâmica parlamentar e, em paralelo, ganhos para a sociedade, cujas agendas reivindicatórias, aliás, têm merecido atenção prioritária nas legislaturas cujo comando Adriano empalmou até agora na estrutura de poder do Estado. No tocante a vir exercer mais uma gestão na presidência da Casa de Epitácio Pessoa, o deputado Adriano Galdino reserva-se para tratar do assunto no tempo apropriado, diante das pautas que precisa conduzir para fechar o ano legislativo em 2022 de forma proveitosa. Isto não impede que as articulações de bastidores estejam sendo processadas. Até o momento já retiraram candidaturas ao comando do Legislativo os deputados Wilson Filho e Eduardo Carneiro. A expectativa é sobre um novo posicionamento do deputado Branco Mendes, que, dependendo do conteúdo, poderá reescrever o enredo da sucessão à Mesa da ALPB e abrir espaço para um novo período de gestão do deputado Adriano Galdino na instituição parlamentar.
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Por que o União Brasil teve tanta pressa para se livrar de Brazão?
Por que o União Brasil agiu tão rapidamente e decidiu expulsar o deputado Chiquinho Brazão (RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, apenas algumas horas depois de sua prisão. Um recorde na história política brasileira.
O relator do processo interno, em pleno feriado de domingo, foi o senador paraibano Efraim Morais, que não vacilou em recomendar a expulsão do parlamentar carioca dos quadros da legenda.
Lógico que as alegações da Executiva Nacional de que o crime do qual Brazão está sendo acusado implica em ato contra o Estado Democrático de Direito e contra a democracia e consiste em grave violência contra a mulher, o que fere preceitos do estatuto do partido, procedem e fazem sentido. O caminho mais correto foi seguido à risca.
O União Brasil agiu rápido para evitar desgastes de imagens da legenda, sobretudo, para não permitir que se alargasse a impressão que a sigla, originária dos velhos PFL é Democratas, continuava abrigando antigos coronéis e políticos corruptos e violentos.
Agiu também como uma forma de passar a ideia que o partido atua de acordo com um novo momento da história e dar exemplo em meio a uma conjuntura bastante melindrosa para os partidos políticos.
Além disso, percebeu que o caso Marielle Franco vai continuar tendo repercussão nacional e gerando comoção social. Não dava para continuar misturado à violência que, lamentavelmente, desgraça o Rio de Janeiro.
Mas a decisão traz embutido também o tradicional pragmatismo dos velhos partidos nacionais. A manutenção da prisão de Chiquinho Brazão parece inevitável em votação a ser feita na Câmara dos Deputados nos próximos dias. A cassação de seu mandato também. O União não quer ficar nenhum um dia sem um voto no Congresso. A expulsão vai permitir a imediata convocação do suplente. Bem melhor do que deixar o deputado preso continue no abrigo do partido como quase sempre ocorreu, em todos os tempos, no Brasil em casos semelhantes.
Os tempos, de fato, estão mudados.
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Planos e metas do bolsonarismo para a Paraíba
O bolsonarismo já definiu o que quer da Paraíba nas eleições de 2024 e 2026, uma fazendo escada para a outra. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro monta seu projeto político.
A primeira parte do plano está se concretizando com certo sucesso. Diz respeito à costura da unidade de todas as forças bolsonaristas na grande João Pessoa, onde o esquema se deu muito bem nas eleições de 2022.
Repassando: nas urnas, Bolsonaro perdeu por menos de mil votos (925) de maioria para Lula; o candidato a governador Nilvan Ferreira foi o mais votado no primeiro turno na Capital, com 31,10% da votação , repetindo o feito nas cidades de região metropolitana; o pastor Sérgio Queiroz foi o candidato a senador mais votado em João Pessoa, obtendo quase um terço dos votos (27,99%), e os deputados Cabo Gilberto e Walber Virgulino foram os mais votados na Capital, um com 58.308 votos e o outro com 31.463.
Pelos últimos acontecimentos, o núcleo estratégico do PL parece ter percebido que seria um equívoco colossal não reaglutinar suas forças na grande João Pessoa. Não conseguiu resgatar Nilvan Ferreira, excluído pela candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga, mas, mesmo assim, a intenção de agora é mantê-lo por perto, apoiando sua candidatura em Santa Rita. Em nome do projeto nacional, não houve dúvidas da necessidade da remoção do deputado Wellington Roberto do controle do partido na região. Ele vai espernear, mas não tem muito o que fazer.
O sucesso pleno da primeira parte do plano passa por integrar ao grupo o pastor Sérgio Queiroz, que, em 2022, disputou a eleição em faixa própria. A ideia parece ser a de convencê-lo a ser candidato a vice-prefeito ou simplesmente apoiar a candidatura de Queiroga. A retribuição seria a unidade de todos da direita no apoio à candidatura de Queiroz a senador em 2026.
O ex-ministro Marcelo Queiroga, ao festejar as nomeações dos deputados Cabo Gilberto e Walber Virgulino para a presidência do PL em João Pessoa e Cabedelo, na euforia que o ativa no momento, acabou entregando as metas do núcleo bolsonarista na Paraíba: eleger 30 prefeitos e um senador conservador em 2026. Lógico que Bolsonaro sabe que contará também com outras forças do Estado nas próximas eleições gerais.
Qual o principal foco do plano? A eleição de um senador conservador em 2026. Por que isso? O plano de Bolsonaro é contar com uma maioria no Senado capaz de agir contra o STF (Supremo Tribunal Federal), seja com impeachment de ministros ou a modificação de sua composição, com a criação de mais vagas na Corte ou ações parecidas. O STF, com o ministro Alexandre de Morais, parece ser a grande fixação de Bolsonaro. Tanto que a meta das metas é conquistar a maioria no Senado.
Nesse contexto, o pastor Sérgio Queiroz é mão na roda, uma vez que ele sonha em ser senador da República. Assim, não está difícil fechar um acordo para as eleições municipais, incluindo-o como prioridade para 2026.
O bolsonarismo se reorganiza com disposição e tem foco e metas bem delineadas. O plano para a Paraíba é simplesmente esse aí.
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Começa se fechar ciclo de definições partidárias na Paraíba
* Por Josival Pereira
Começa e se fechar na Paraíba o primeiro ciclo de definições para a campanha eleitoral de outubro, que é o prazo final para filiações partidárias e a definição do domicílio eleitoral, até o dia 5 de abril.
O movimento de mudança de partido para aqueles que desejam ser candidatos a prefeito ou vereador vinha ocorrendo lentamente desde o fim de 2022, mas ganhou intensidade nos últimos dias. Provas dessa intensidade são anúncios diários de troca de legenda e, nesta segunda-feira, o ato coletivo de filiações ao PSB, comandado pelo governador João Azevedo.
Quem está em vantagem nesse movimento?
Ainda não é possível fechar o balanço e anunciar o lucro concreto de cada partido, mas já dá para afirmar que o movimento, até agora, indica aquilo que já se desenhava: o PSB do governador João Azevedo é a legenda que mais atrai prefeitos e pré-candidatos a prefeito, seguida, sem ordem de grandeza, por Republicanos, MDB e União Brasil. O Solidariedade tem aproveitado as sobras e o Progressistas se segura e tenta avançar nos apertados.
Noutro patamar, os pequenos partidos crescem em número de candidatos a vereador, que buscam legendas que possam oferecer o coeficiente eleitoral adequado a cada um.
A percepção que vai ficando com a disputa entre os partidos por novos filiados é a da consolidação de um quadro de disputa multipolarizado, com vários partidos avançando em nacos do poder municipal como forma de se preparar para as eleições de 2026.
As últimas eleições municipais já pulverizaram o poder entre quatro ou cinco partidos, praticamente eliminando a bipolarização entre duas grandes forças políticas que reinou durante anos no Estado.
O PSB, liderado pelo governador João Azevedo, já conta com o maior número de prefeitos (cerca de 80), tendo recebido o espólio do Cidadania e migração de diversas outras legendas. Deve sair da campanha com um contingente bem alentado. O governador João Azevedo tem se empenhado pessoalmente na definição de candidaturas nos mais diversos municípios.
Difícil saber p número atual de prefeitos por partido por causa da migração, mas vale lembrar, por exemplo, que o União Brasil (antigo DEM) elegeu 25 prefeitos em 2020 e ganhou, de lá pra cá, a filiação de Bruno Cunha Lima, prefeito da segunda maior cidade do Estado (Campina Grande). O PSDB elegeu 27 prefeitos, mas encolheu e, agora, tem somente 11; o MDB elegeu 10 e, ao contrário dos tucanos, já tem mais de 30; o PP elegeu 21 e o Republicanos 17. São partidos que seguraram seus quadros e ainda ganharam reforços. O PL elegeu 22, mas perdeu vários prefeitos.
Esse quadro serve traçar um panorama perspectivo das eleições deste ano. É provável que a eleição produza um mapa parecido com o atual, se não no número de prefeito eleitos, mas no quadro de distribuição. Dá para sondar, com boa margem de acerto, que o PSB vai eleger o maior número de prefeitos e, com certa distância, vão chegar o União Brasil, Republicanos, MDB e Progressistas, além do Podemos e do PL, sem, no entanto, ser possível especular a força quantitativa de cada um.
De qualquer forma, a perspectiva concreta é que o poder municipal na Paraíba seja pulverizado entre essas forças partidárias mencionadas, que vão disputar o poder estadual em 2026.