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O que Lula vai encontrar e fazer na Paraíba?
O que o presidente Lula vai encontrar e fazer na visita à Paraíba nesta quarta-feira?
Vai encontrar, pra começo de conversa, um ambiente politicamente desanuviado.
Diferentemente de todos os outros momentos, desde 2002, esta é a primeira visita sem disputa de palanque do PT com outros partidos, entre aliados, ou de aliados com o governador em exercício. Vide aí para os momentos em que Cássio Cunha Lima, Zé Maranhão e Ricardo Coutinho eram governadores ou estavam na oposição.
Com Ricardo derrotado e ausente, o presidente Lula pode se aproximar do governador João Azevedo e vai poder abraçar políticos das mais diversas forças partidárias, inclusive da oposição no estado, sem problemas. As notícias são de que até o prefeito Bruno Cunha Lima vai recepcionar o presidente em Campina Grande.
É momento para a Paraíba se envergonhar da pequenez do passado, não deixar se contaminar no presente e saber unir forças para construir um futuro mais promissor para o estado.
Mas o presidente Lula, em sua primeira visita à Paraíba no exercício do terceiro mandato, vem participar da inauguração de uma obra privada. A oposição radicalizada pode alegar esse detalhe para tentar desmerecer o ato.
A obra é privada, mas é importante. Trata-se de um complexo híbrido de produção de energia eólica e solar, composto de 15 parques com 136 aerogeradores, o primeiro com essas características no interior do estado (região de Santa Luzia). É um projeto de R$ 3 bilhões e que gerou 3,5 mil empregos diretos e indiretos na fase de implantação.
O complexo tem capacidade para produzir 471 MW (Megawatts) de energia limpa, o suficiente para atender uma cidade do porte de João Pessoa ou um pouco maior. O impacto econômico positivo para a Paraíba é inquestionável e, no geral, talvez justifique aproveitar para mostrar ao país a decisão de seu governo de abraçar o programa de mudança da matriz energética nacional, adotando de vez os projetos de energia limpa.
O presidente não vem inaugurar obras de governo nem estão previstos anúncios de programas ou obras governamentais, mas existe muito simbolismo no evento. É a sinalização de mudanças nos rumos do país, com a renovação de esperanças para o Nordeste.
Em relação especificamente à Paraíba, por exemplo, a visita de Lula pode valer esplendidamente para chamar a atenção para o que está acontecendo da Serra de Santa Luzia para baixo, uma região sem sonhos e que, de repente, está vivendo uma transformação extraordinária, que os paraibanos não conhecem nada ou quase nada.
O que Lula vai encontrar, então, no interior da Paraíba?
Simplesmente, 49 parques de energias renováveis já em operação, sendo 31 parques de energia eólica e 18 usinas de energia solar.
Vai encontrar mais 12 projetos em construção (7 de energia eólica e 5 de energia solar).
Vai saber que a Paraíba já tem 158 projetos de energia limpa outorgados/autorizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), sendo 82 parques de energia eólica e 76 usinas de energia solar). O governador João Azevedo relaciona 44 novos parques de energia eólica prestes a serem implantados e 53 de energia solar, projetos, certamente, passeando por instâncias governamentais responsáveis por financiamentos e aprovação.
Se fizer as contas direitinho, Lula vai ver que a Paraíba pode contar, em curto lapso de tempo, com 316 parques de energia eólica e solar, o que pode representar uma espécie de revolução para um sertão outrora condenado eternamente à pobreza.
Bem ali, nas portas do Sertão, estão instaladas grandes empresas da Espanha, França, Dinamarca, Portugal, Estados Unidos e do Brasil.
Lula vai ver e ficar sabendo que a Paraíba precisa de novas redes de transmissão para garantir o presente e o futuro dos negócios de produção de energia limpa.
São negócios que podem ajudar a mudar de forma significativa o Estado econômica e socialmente. Lógico que existem impactos ambientais a serem mensurados. Lógico que vai precisar de grandes projetos complementares para viabilizar o aproveitamento do que está sendo feito. E é isso que os políticos locais precisam se ocupar.
Não é pouco o que está acontecendo no interior da Paraíba.
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Rebate de Pedro a Nilvan antecipa uma definição de 2º turno em João Pessoa

A imprensa do estado está repercutindo declarações do ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) que adjetiva de “fraco” o comunicador Nilvan Ferreira, ex-candidato a governador pelo PL, em 2022. A fala ocorreu em entrevista ao programa Correio Debate, nesta quarta-feira (31).
Pedro havia sido provocado a comentar críticas de Nilvan condenando sua atitude de ir cumprimentar o presidente Lula no aeroporto João Suassuna, em Campina Grande, quando da visita presidencial à Paraíba, em março, e não escondeu o incômodo.
Aproveitou, porém, para reclamar das críticas de Nilvan e o taxou de “fraco”. Não foi uma declaração contundente, ou seja, não veio acompanhada de uma cascata de críticas e considerações desabonadoras, mas não há como não avaliar que a manifestação de Pedro transborda a animosidade reinante entre o grupo político que representa e um dos principais representantes do bolsonarismo na Paraíba.
A animosidade certamente começou nas eleições municipais em 2016 em João Pessoa quando o então candidato Ruy Carneiro (PSDB) e seu grupo político (Cunha Lima) decidiram adotar a neutralidade no segundo turno, que tinha Nilvan como candidato contra Cícero Lucena.
Pode ter se agravado ainda no primeiro turno da campanha para governador, quando, em determinado momento, o ex-senador Cássio Cunha Lima começou a defender abertamente que a candidatura de Pedro seria mais competitiva num possível segundo turno, reduzindo a perspectiva de poder de Nilvan.
O ápice da animosidade deve ter chegado ao segundo turno das eleições governamentais, com NIlvan se negando a apoiar a candidatura de Pedro Cunha Lima e adotando a “neutralidade” depois de ter exigido manifestação expressa do candidato de oposição à campanha de Bolsonaro, o que não ocorreu.
Essa declaração de Pedro agora é um claro sinal de que existe um abismo político entre Nilvan e o grupo Cunha Lima, que dificilmente será superado.
Indica abertamente a antecipação de posições políticas na Capital para 2024 e a tendência de que Pedro Cunha Lima, sendo candidato a prefeito ou apenas liderando o grupo Cunha Lima, terá dificuldades de apoiar a candidatura de Nilvan Ferreira num possível segundo turno e que a recíproca será verdadeira.
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A quem interessa “queimar” Leo?

O vice-prefeito Leo Bezerra (PSB), de João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, volta e meia, tem sido alvo de flechas com pontas flamejantes que tentam acertá-lo em cheio para “queimá-lo” politicamente.
Isso é fato. Todo mundo ouve. Todo mundo vê.
Porém, também é nítido o fato de que os “incendiários” parecem esquecer que Leo Bezerra é um dos raros políticos difíceis de “queimar”. E isso se dá por alguns fatores muito simples, porém, inquestionavelmente eficazes e importantes: Leo é fiel ao seu grupo político e, até agora, tem saído de casa todos os dias disposto apenas a cumprir exatamente o que foi “acordado”, ou seja, o papel de um agente político que, por ventura, é um vice-prefeito que dá todo suporte para que o prefeito trabalhe de modo seguro e tranquilo.
Mas, a pergunta que faço é: a quem interessa “queimar” Leo?
Quem será essa pessoa que escolheu fazer um trabalho tão difícil e de péssima qualidade como este?
Leo Bezerra tem cumprido tão bem o seu papel que o prefeito Cícero Lucena (PP) tem feito comentários públicos e reiterados de que o seu vice “é o segundo prefeito de João Pessoa“.
Uma parceria como essa, meus amigos… os pessoenses não veem há muitos mandatos. A bem da verdade, desde o mandato de prefeito assumido por Ricardo Coutinho, lá pelos anos de 2005 que, nós, moradores e eleitores da Capital paraibana, não víamos um mandato tão harmônico entre prefeito e vice. Ou você quer me dizer que esqueceu do relacionamento político cheio de ranhuras entre o então prefeito Ricardo e o seu vice e hoje saudoso Luciano Agra?
Não me diga que você, caro leitor, também esqueceu do relacionamento político frustrado entre o então prefeito Luciano Cartaxo e o seu então vice, Nonato Bandeira, lá em 2012, que culminou em racha? Do mesmo modo que aconteceu no mandato seguinte, quando a parceria política de Cartaxo com o seu vice Manoel Júnior, em 2016, foi tão mal costurada desde o início que João Pessoa ficou praticamente sem um vice-prefeito. Tanto que, Manoel Júnior, no meio do exercício do mandato na Capital paraibana trabalhou, se afastou do cargo, fez campanha, venceu e foi ser prefeito do município de Pedras de Fogo. Inclusive, terra da qual ele realmente gostava. E nem faça cara “feinha” ao ler isso aqui. Não é porque Manoel desencarnou que vou deixar de dizer a verdade. Até porque eu disse isso publicamente várias vezes enquanto ele estava “vivinho da Silva”.
Mas, é por essas e outras que volto a perguntar: a quem interessa “queimar” Leo?
Quem é a criatura tão pequena, mesquinha e, por que não dizer “ruim”, que insiste em tentar “queimar” Leo mesmo sabendo e vendo que ele é um vice-prefeito que, finalmente, como disse lá em cima, sai de casa para cumprir o seu papel político com esmero?
Bom… seja você quem for… preciso dizer: pare! Porque a sua missão está feia e cada vez mais frustrada porque até o governador João Azevêdo, que é do PSB e, portanto, colega de partido do vice-prefeito de João Pessoa, também tem feito elogios públicos e reiterados em relação a conduta política, parceira e fiel de Leo Bezerra, inclusive, junto a sua postura quanto a sigla que representa.
Pare! Porque, a preço de hoje, Leo Bezerra que, sabidamente, segue cumprindo seu papel político com sucesso, está cada vez mais consolidado como vice de Cícero Lucena nas Eleições 2024 contando, inclusive, com apoio da base eleitoral do prefeito e dos integrantes do partido do governador.
Seja você quem for… pare! Porque me incomoda saber que você assumiu uma missão tão árdua para, praticamente, nada.
Pare! E, em nome do bem de todos os pessoenses, decida dedicar essa sua força de trabalho para, ao invés de destruir, reconstruir uma realidade onde parcerias políticas harmônicas são possíveis.
Mas, sinceramente? Seja você quem for… gostaria de sentar contigo para tomar um café acompanhado com bolinhos de queijo só para ouvir a tua história e, principalmente, saber dos teus reais interesses políticos… porque uma coisa a gente sabe: normalmente, a criança frustrada, mal educada e birrenta que não tem o brinquedo que quer tenta quebrar o do coleguinha. E eu, realmente, gostaria de te dizer que pega mal… muito mal.
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Drama do PT será barrar avanço da extrema-direita nas eleições de 2024

A participação do presidente estadual do PT, Jackson Macedo, em encontro em defesa da democracia com partidos do campo de esquerda por iniciativa do PSB ao mesmo tempo em que ocorria uma reunião promovida pelo diretório do partido em João Pessoa para discutir a conjuntura local e a apresentação de candidatura a prefeito em 2024 aumenta o fosso entre correntes petistas na capital paraibana, deixando a impressão de que as divergências por aqui são intransponíveis.
Parece se tratar de um problema local, que se repete a cada eleição. Mas não é assim. Mesmo na paróquia, os personagens se misturam. O grupo que defende candidatura própria, por exemplo, reúne duas correntes que se opunham fortemente até recentemente. São os agrupamentos liderados pelo ex-governador Ricardo Coutinho, que tem a deputada Cida Ramos como pré-candidata, e o do ex-prefeito Luciano Cartaxo, também pré-candidato. Já o presidente Jackson Macedo tem ponderado sobre candidaturas próprias na atual conjuntura.
Qual o foco principal do PT nas eleições municipais? É buscar eleger o maior número possível de prefeitos, lançando candidatos em todas as capitais e cidades onde for possível, ou tentar barrar o crescimento da extrema-direita? É promover alianças para facilitar a governabilidade do presidente Lula ou tentar ocupar mais espaços disputando prefeituras à larga?
Essa discussão já faz parte do dia a dia dos ideólogos e formuladores nacionais do PT. Faz parte das preocupações da direção nacional e deverá ser submetida a discussão em encontro nacional do partido. Será, certamente, incluída nas definições táticas da legenda, com resolução dando à Executiva nacional a responsabilidade por definições de alianças e candidaturas nas grandes cidades.
Uma corrente, que se encaminha para ser majoritária, defende que o foco do partido deverá ser impedir o crescimento da extrema-direita bolsonarista, valendo, para tanto, alianças com partidos de centro e até da direita tradicional, especialmente se essas legendas estejam ajudando ou possam ajudar a governabilidade da gestão do presidente Lula.
Outra corrente avalia que é uma ilusão apostar em alianças com partidos de direita, acreditando que nas próximas eleições presidenciais essas e legendas vão, inevitavelmente, se unir contra o PT e que, agora, no Congresso, tudo se converte em jogo de interesses, tornando a governabilidade é uma questão pontual, não de tática eleitoral.
Assim, a definição de candidaturas ou alianças em João Pessoa estará sujeita ao posicionamento do PT em relação à tática a ser adotada na conjuntura nacional. Se engalfinhar aqui não vai adiantar nada.