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Tribunal de Justiça e Assembleia empurram a Operação Calvário para a cruz
A Operação Calvário, desencadeada em dezembro de 2018, com o objetivo de investigar um grande esquema de desvio de recursos da saúde e da educação da Paraíba, por meio de contratos do governo com organizações sociais, está sofrendo novos solavancos. Corre risco.
Os problemas agora não são recursos protelatórios ou manobras jurídicas tentando empurrar as ações para a Justiça Eleitoral, como se desvios da ordem de mais de R$120 milhões fossem apenas um caso de caixa 2, nem o engavetamento que parte da investigação sofre no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Como é do conhecimento geral, já são 10 as averbações de suspeição de magistrados para julgar as ações da Operação Calvário. Conforme a lei, por razões de foro íntimo, o juiz pode se averbar suspeito e, assim, ficar impedido de atuar no caso. Não precisam explicar os motivos.
Na semana passada, dois desembargadores – Márcio Murilo e Ricardo Vital, o relator da Calvário no âmbito do TJ (Tribunal de Justiça) – levantaram a questão em plenário. Como estivesse lidando com cristais, Murilo disse que as notícias sobre a suspeição de juízes estavam gerando “situações inconvenientes”. Direto, Vital afirmou que as averbações de suspeição haviam “instalado uma situação vergonhosa e vexatória” na Justiça. O primeiro, no entanto, transferiu o problema para a Assembleia, que demora a votar um projeto de criação de uma Vara Especial Criminal para julgar as ações de Orcrim (Organização Criminosa).
Por essa senda, flui o entendimento que as averbações de suspeição se dão em razão de os magistrados não disporem de estrutura para a condução de processos complexos e com grande quantidade de réus. Pode ser, mas existe suspeição sobre as suspeições. Além do mais, o TJ dispõe de instrumentos para resolver o problema com a designação de juízes especiais para o caso ou organizando grupos de magistrados para o trabalho em mutirão.
Do outro lado da rua, a Assembleia parece que resolveu complicar. É o que se pode depreender de pronunciamentos dos deputados Walber Virgulino (PL), Hervázio Bezerra (PSB) e George Morais (União), apoiados por Daniella da Vale (Republicanos) e Chió (Rede). Os parlamentares contestam os desembargadores e sustentam que a demora do Legislativo em criar a Vara Especial não é justificativa para a Justiça não julgar os casos da Operação Calvário.
Superficialmente, parecem ter razão. Mas por que, ainda ontem, os deputados se apressaram em votar um projeto do Tribunal de Justiça, enviado bem depois do pedido de criação da Vara Especial, regulamentando o pagamento de licença-prêmio aos magistrados? Por que estão sentados em cima do projeto que cria a vara para julgamento de Organizações Criminosas?
Como tudo gira em torno de suspeição, talvez não seja demais suspeitar que os deputados não tenham ânimo para aprovar a Vara Especial Criminal. Afinal, existem parlamentares denunciados na Operação Calvário e não são poucos os políticos que são acusados de envolvimento com organizações criminosas.
Pelo visto, na Paraíba, quem está condenada à cruz é a própria Operação Calvário.
Imagem de jcomp no Freepik
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Governador vai liderar aliados na campanha para fortalecer o esquema

Enquanto mantém, atualmente, o foco na ação administrativa, deflagrando obras e investindo na parceria com os municípios e na interlocução com ministérios e outros órgãos da gestão federal, o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB) prepara-se para atuar ativamente na campanha eleitoral de 2024, tanto na Capital como em Campina Grande e nos demais municípios, nas diferentes regiões do interior, dentro da estratégia de fortalecimento do seu esquema para eleições mais decisivas, em 2026. Segundo fontes ligadas a Azevêdo, o envolvimento do governador na campanha se dará gradativamente, e com habilidade, para conciliar interesses da base nos centros urbanos e manter o ambiente de unidade, considerado indispensável para o enfrentamento aos adversários, que já sinalizam possibilidades de divisão em alguns redutos, inclusive, naqueles mais estratégicos.
Em João Pessoa, onde está comprometido com a reeleição do prefeito Cícero Lucena, do Progressistas, Azevêdo tenta costurar uma frente ampla com ramificação sólida no campo progressista e de esquerda, dentro da perspectiva de dar combate a candidatos bolsonaristas que ameaçam se rearticular para provocar um cenário de polarização, daí tirando proveito junto aos eleitores. O governador enfrenta, dentro do PT, a resistência de uma ala que segue a orientação do ex-governador Ricardo Coutinho, filiado à legenda, que, de Brasília, por controle remoto, tenta influenciar nas decisões a serem exaustivamente debatidas dentro da agremiação para a tática eleitoral do próximo ano. Nesse caso específico, João é o fiador do projeto ambicionado por Cícero, tomando a frente de negociações ou entendimentos, mas, contando, também, com o reforço do próprio prefeito Cícero Lucena, que é reconhecido pela sua capacidade de diálogo.
Dentro do PSB, onde é a liderança maior, o chefe do Executivo enfrenta ensaios de mobilização para tornar viável lançamento de candidatura própria no pleito vindouro, pelo menos no primeiro turno, tendo em vista ampliar o crescimento do partido. Mas os pretendentes socialistas a uma indicação têm consciência de que o governador compartilha sua sustentação com o PP, o Republicanos e, em menor escala, com outras legendas. O papel de Cícero é considerado fundamental para cooptar apoios importantes e promover alianças que guardem afinidades mínimas na conjuntura estadual. Pela direita insinua-se uma pletora de aspirantes, alguns dos quais já são figuras carimbadas, derrotadas em outras eleições, mas com potencial que não é subestimado. Mais ao centro, espalham-se nomes como o do deputado federal Ruy Carneiro, que persegue a conquista da prefeitura pessoense e que em 2020 quase polarizou com Cícero, acabando em terceiro lugar. Ruy é respeitado por ter uma identificação com João Pessoa, onde ocupou cargo executivo numa das gestões do próprio Cícero Lucena.
A expectativa quanto ao desempenho do esquema político do governador, sobretudo, na Grande João Pessoa, tem sido intensificada diante do resultado das eleições de 2022, em que o ex-deputado Pedro Cunha Lima, candidato ao governo pelo PSDB, avançou substancialmente na Capital, cacifando-se para disputar o segundo turno contra João Azevêdo, para quem perdeu. Em Campina Grande, onde Pedro, também, foi expressivamente votado, o esquema do governador e do vice-governador Lucas Bezerra ainda não tem candidatura definida para dar combate ao prefeito Bruno Cunha Lima, que postulará a reeleição e que deverá ser turbinado pelo apoio do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), diante da aproximação que este fez junto ao “clã” Cunha Lima. A questão de Campina está em aberto, segundo dizem interlocutores de João Azevêdo com projeção no quadro político da Rainha da Borborema, e são várias as opções em exame para o acúmulo de forças rumo a um resultado favorável no segundo colégio eleitoral do Estado.
Em termos administrativos, como admitem, forçosamente, adversários do próprio João Azevêdo, os investimentos nos maiores centros urbanos têm sido dimensionados, sem que prejudiquem os pequenos e médios municípios onde o gestor socialista vitoriou com maior vantagem. O resultado de 2022 acabou levando Azevêdo, como se sabe, a assumir a bandeira do “governo municipalista” no Estado, expandindo programas e realizações por inúmeras regiões. O governador não tem descurado dos investimentos porque sabe que eles serão valiosos no momento de voltar a pedir votos, desta feita para prefeitos municipais. Afirma-se que há grandes e boas surpresas previamente agendadas pela administração estadual, como reflexo, também, da sua articulação com o governo federal, por quem passou a ser prestigiada na Era Lula. Azevêdo, que tem surpreendido a alguns analistas em relação à liderança de um projeto político, acredita que vai estar positivamente avaliado e, portanto, credenciado para exercer influência no processo eleitoral de 2024. A oposição, no contraponto, testa as chances de uma união que, a dados de hoje, parece improvável.
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Rebate de Pedro a Nilvan antecipa uma definição de 2º turno em João Pessoa

A imprensa do estado está repercutindo declarações do ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) que adjetiva de “fraco” o comunicador Nilvan Ferreira, ex-candidato a governador pelo PL, em 2022. A fala ocorreu em entrevista ao programa Correio Debate, nesta quarta-feira (31).
Pedro havia sido provocado a comentar críticas de Nilvan condenando sua atitude de ir cumprimentar o presidente Lula no aeroporto João Suassuna, em Campina Grande, quando da visita presidencial à Paraíba, em março, e não escondeu o incômodo.
Aproveitou, porém, para reclamar das críticas de Nilvan e o taxou de “fraco”. Não foi uma declaração contundente, ou seja, não veio acompanhada de uma cascata de críticas e considerações desabonadoras, mas não há como não avaliar que a manifestação de Pedro transborda a animosidade reinante entre o grupo político que representa e um dos principais representantes do bolsonarismo na Paraíba.
A animosidade certamente começou nas eleições municipais em 2016 em João Pessoa quando o então candidato Ruy Carneiro (PSDB) e seu grupo político (Cunha Lima) decidiram adotar a neutralidade no segundo turno, que tinha Nilvan como candidato contra Cícero Lucena.
Pode ter se agravado ainda no primeiro turno da campanha para governador, quando, em determinado momento, o ex-senador Cássio Cunha Lima começou a defender abertamente que a candidatura de Pedro seria mais competitiva num possível segundo turno, reduzindo a perspectiva de poder de Nilvan.
O ápice da animosidade deve ter chegado ao segundo turno das eleições governamentais, com NIlvan se negando a apoiar a candidatura de Pedro Cunha Lima e adotando a “neutralidade” depois de ter exigido manifestação expressa do candidato de oposição à campanha de Bolsonaro, o que não ocorreu.
Essa declaração de Pedro agora é um claro sinal de que existe um abismo político entre Nilvan e o grupo Cunha Lima, que dificilmente será superado.
Indica abertamente a antecipação de posições políticas na Capital para 2024 e a tendência de que Pedro Cunha Lima, sendo candidato a prefeito ou apenas liderando o grupo Cunha Lima, terá dificuldades de apoiar a candidatura de Nilvan Ferreira num possível segundo turno e que a recíproca será verdadeira.
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A quem interessa “queimar” Leo?

O vice-prefeito Leo Bezerra (PSB), de João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, volta e meia, tem sido alvo de flechas com pontas flamejantes que tentam acertá-lo em cheio para “queimá-lo” politicamente.
Isso é fato. Todo mundo ouve. Todo mundo vê.
Porém, também é nítido o fato de que os “incendiários” parecem esquecer que Leo Bezerra é um dos raros políticos difíceis de “queimar”. E isso se dá por alguns fatores muito simples, porém, inquestionavelmente eficazes e importantes: Leo é fiel ao seu grupo político e, até agora, tem saído de casa todos os dias disposto apenas a cumprir exatamente o que foi “acordado”, ou seja, o papel de um agente político que, por ventura, é um vice-prefeito que dá todo suporte para que o prefeito trabalhe de modo seguro e tranquilo.
Mas, a pergunta que faço é: a quem interessa “queimar” Leo?
Quem será essa pessoa que escolheu fazer um trabalho tão difícil e de péssima qualidade como este?
Leo Bezerra tem cumprido tão bem o seu papel que o prefeito Cícero Lucena (PP) tem feito comentários públicos e reiterados de que o seu vice “é o segundo prefeito de João Pessoa“.
Uma parceria como essa, meus amigos… os pessoenses não veem há muitos mandatos. A bem da verdade, desde o mandato de prefeito assumido por Ricardo Coutinho, lá pelos anos de 2005 que, nós, moradores e eleitores da Capital paraibana, não víamos um mandato tão harmônico entre prefeito e vice. Ou você quer me dizer que esqueceu do relacionamento político cheio de ranhuras entre o então prefeito Ricardo e o seu vice e hoje saudoso Luciano Agra?
Não me diga que você, caro leitor, também esqueceu do relacionamento político frustrado entre o então prefeito Luciano Cartaxo e o seu então vice, Nonato Bandeira, lá em 2012, que culminou em racha? Do mesmo modo que aconteceu no mandato seguinte, quando a parceria política de Cartaxo com o seu vice Manoel Júnior, em 2016, foi tão mal costurada desde o início que João Pessoa ficou praticamente sem um vice-prefeito. Tanto que, Manoel Júnior, no meio do exercício do mandato na Capital paraibana trabalhou, se afastou do cargo, fez campanha, venceu e foi ser prefeito do município de Pedras de Fogo. Inclusive, terra da qual ele realmente gostava. E nem faça cara “feinha” ao ler isso aqui. Não é porque Manoel desencarnou que vou deixar de dizer a verdade. Até porque eu disse isso publicamente várias vezes enquanto ele estava “vivinho da Silva”.
Mas, é por essas e outras que volto a perguntar: a quem interessa “queimar” Leo?
Quem é a criatura tão pequena, mesquinha e, por que não dizer “ruim”, que insiste em tentar “queimar” Leo mesmo sabendo e vendo que ele é um vice-prefeito que, finalmente, como disse lá em cima, sai de casa para cumprir o seu papel político com esmero?
Bom… seja você quem for… preciso dizer: pare! Porque a sua missão está feia e cada vez mais frustrada porque até o governador João Azevêdo, que é do PSB e, portanto, colega de partido do vice-prefeito de João Pessoa, também tem feito elogios públicos e reiterados em relação a conduta política, parceira e fiel de Leo Bezerra, inclusive, junto a sua postura quanto a sigla que representa.
Pare! Porque, a preço de hoje, Leo Bezerra que, sabidamente, segue cumprindo seu papel político com sucesso, está cada vez mais consolidado como vice de Cícero Lucena nas Eleições 2024 contando, inclusive, com apoio da base eleitoral do prefeito e dos integrantes do partido do governador.
Seja você quem for… pare! Porque me incomoda saber que você assumiu uma missão tão árdua para, praticamente, nada.
Pare! E, em nome do bem de todos os pessoenses, decida dedicar essa sua força de trabalho para, ao invés de destruir, reconstruir uma realidade onde parcerias políticas harmônicas são possíveis.
Mas, sinceramente? Seja você quem for… gostaria de sentar contigo para tomar um café acompanhado com bolinhos de queijo só para ouvir a tua história e, principalmente, saber dos teus reais interesses políticos… porque uma coisa a gente sabe: normalmente, a criança frustrada, mal educada e birrenta que não tem o brinquedo que quer tenta quebrar o do coleguinha. E eu, realmente, gostaria de te dizer que pega mal… muito mal.