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CMO aprova relatório preliminar do Orçamento 2023

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Com críticas ao teto de gastos e ao limitado espaço para investimentos no país, a Comissão de Orçamento (CMO) aprovou nesta quarta-feira (30) o relatório preliminar do senador Marcelo Castro (MDB-PI) ao Orçamento de 2023 (PLN 32/2022). O texto traz projeções de receita e despesa da ordem de R$ 5,2 trilhões. Desse total, R$ 2 trilhões referem-se ao refinanciamento da dívida pública. Já para investimentos, estão reservados apenas R$ 22 bilhões, valor similar ao gasto hoje pelo estado de São Paulo.

De acordo com esta matéria publicada pela Agência Senado, na próxima fase, serão apreciados os relatórios setoriais, e depois vem a votação do relatório final, prevista para o dia 12. No entanto, a necessidade de votar antes a mudança nas regras do teto de gastos para manter o valor do Bolsa Família em R$ 600 no ano que vem deve atrasar o cronograma.

A falta de recursos para investimentos e os cortes nas universidades e na saúde foram alvo de críticas de parlamentares. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) lamentou que o Orçamento para o próximo ano mantenha o “paraíso dos parasitas do sistema financeiro”, mas engesse os investimentos do país.

— São R$ 2 trilhões para pagar dívida pública e R$ 20 bilhões para investimentos no país inteiro. Quando se tem investimento, se tem geração de renda — apontou.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) e o deputado Mauro Benevides (PDT-CE) também lamentaram o limitado espaço para investimentos e para programas sociais.

— Precisamos corrigir decisões erradas. Não podemos fazer de  conta que não estamos vendo o povo morrendo de fome. Que me desculpe as regras de ouro, mas são seres humanos — apontou Zenaide.

O relato concordou com as críticas. Castro apontou que o Orçamento encaminhado pelo governo chegou ao Congresso cheio de “furos” e afirmou que cabe a deputados e senadores aprovarem a proposta de emenda à Constituição para garantir o Bolsa Família de R$ 600 (PEC 32/2022) e recompor o caixa das universidades e de outras áreas. Ele apontou que o orçamento de investimento do país é hoje similar ao do estado de São Paulo e defendeu um novo pacto para a revisão do teto de gastos.

— Qualquer que fosse o presidente, teríamos que aprovar uma PEC para atender o Bolsa Família. Sem recompor o Orçamento não tem recurso para o próximo ano. O teto de gastos vai ter que ser revisto. Ora, se aumentamos as despesas obrigatórias e não aumentamos o teto de gastos, temos a compressão das despesas discricionárias. O Brasil tem apenas R$ 22 bilhões de investimento para o próximo ano — assinalou.

Fragilidades

No relatório preliminar, Marcelo Castro aponta o que considera serem fragilidades do Orçamento de 2023, como o corte superior a 50% nos recursos destinados a 14 ações do Ministério da Educação e os R$ 82,3 milhões para programas de habitação, que representam, segundo ele, menos de 1% da média destinada a eles nos anos 2012 a 2016.

Segundo o relator, as despesas não obrigatórias para 2023 tiveram redução de 36% em relação ao proposto para 2022. Mesmo assim, ele aponta a falta de recursos para conceder reajustes salariais aos servidores públicos, por exemplo. Outros problemas à vista seriam o impacto das leis de apoio à cultura e o acúmulo de precatórios (despesas com sentenças judiciais) a serem pagos nos próximos anos.

O relatório ainda considera o risco de as ações ajuizadas pelos estados contra a mudança do ICMS sobre combustíveis e outros serviços essenciais reduzirem a receita prevista. Liminares já concedidas mandam compensar os valores devidos pela União em razão da mudança do imposto com os valores que ela tem a receber dos estados como pagamento por empréstimos concedidos.

Para 2023, o texto original do Executivo já previa um déficit de R$ 63,7 bilhões.

Receita e Despesa

No PLOA 2023, as projeções de receita e despesa totalizam R$ 5,2 trilhões, sendo R$ 143,5 bilhões destinados ao orçamento de investimentos das estatais e R$ 5 trilhões ao orçamento fiscal e da seguridade social. Destes, R$ 2 trilhões referem-se ao refinanciamento da dívida pública.

O projeto de lei prevê a elevação de R$ 286,3 bilhões no total das despesas do orçamento fiscal e da seguridade social. Prevê-se que 72% dos recursos previstos no PLOA estarão comprometidos com o pagamento de despesas primárias obrigatórias.

Emendas parlamentares

O texto reserva R$ 1,5 bilhão para emendas parlamentares de execução não obrigatória no Orçamento para 2023. Para chegar à reserva de R$ 1,5 bilhão para emendas, Marcelo Castro cancelou linearmente 1,3% das despesas não obrigatórias previstas no projeto do Executivo. Ele fez o corte nas despesas superiores a R$ 1 milhão cujas fontes de recursos não estão vinculadas a gastos específicos.

A maior parte da reserva (R$ 825 milhões) será distribuída aos 16 relatores setoriais do Orçamento. Outros 25% ficarão com as emendas de bancadas estaduais e 20% com as emendas do relator-geral.

O projeto do Executivo já reservava recursos para as emendas dos parlamentares que o governo é obrigado a executar (impositivas): R$ 11,7 bilhões para as individuais, R$ 7,7 bilhões para as das bancadas estaduais e R$ 19,4 bilhões para as emendas do relator-geral (o chamado “orçamento secreto”).

Do lado das receitas, o relatório incluiu a arrecadação da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), no valor de R$ de R$ 1,2 bilhão, que havia sido excluída pelo projeto do governo federal. Mas esse valor, por causa do teto de gastos, só pode ser usado para abater a dívida pública.

Teto de gastos

O limite para as despesas públicas foi estabelecido pela Emenda Constitucional 95, que restringiu o crescimento dos gastos por 20 anos a partir de 2016. Ele é calculado reajustando o valor do teto do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A pedido da equipe de transição do presidente eleito, Marcelo Castro apresentou a PEC 32/2022 para mudar essa regra, permitindo que o governo gaste acima do teto para que Lula cumpra a promessa de campanha de manter o Auxílio Brasil em R$ 600. De acordo com o senador, manter o patamar do programa é um dos desafios:

— O programa Auxílio Brasil, em substituição ao Programa Bolsa Família, é um dos principais desafios subjacentes ao PLOA 2023 quanto a se compatibilizar responsabilidade social com governança fiscal — disse.

Emendas

O relator rejeitou as 10 emendas apresentadas. Durante a votação, destaques para aprovação dessas emendas também foram rejeitados. Segundo Marcelo Castro, as sugestões de remanejamento poderão ser propostas por meio dos relatórios setoriais.

A inclusão do relatório preliminar na pauta foi possível após acordo firmado por líderes partidários em reunião que antecedeu a sessão da CMO. Isso porque o relatório preliminar foi apresentado nesta terça-feira (29). Senadores e deputados concordaram com a dispensa do prazo de dois dias úteis para votação do relatório após sua apresentação.

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“Não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”, diz Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou, nessa quarta-feira (01/05), a rechaçar a desoneração da folha de empresas de 17 setores, durante evento em comemoração ao 1º de maio em São Paulo, ao lado de ministros, e promovido por centrais sindicais.

Segundo informações do Metrópoles, o projeto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional e vetado pelo governo. Em seguida, parlamentares derrubaram o veto de Lula.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha. Quando o trabalhador ganha. Mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar o emprego, sem que eles sequer se comprometam a dar garantias a quem está trabalhando… Eu quero dizer: no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e sim para favorecer aqueles que trabalham e vivem de salário”, disse Lula.

O projeto da desoneração, do senador Efraim Filho (União Brasil), havia sido aprovado em agosto. Em dezembro, o governo federal vetou o texto aprovado pelo Congresso Nacional integralmente sob o argumento de que ele criaria renúncia de receitas sem apresentar impacto nas contas públicas e que, portanto, é inconstitucional.

Em dezembro de 2023, o Congresso Nacional derrubou os vetos do presidente. O caso foi judicializado pelo governo federal. Atendendo a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin suspendeu trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamento de municípios e de diversos setores produtivos até 2027.

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Conheça em detalhes o projeto do governo que regulamenta a reforma tributária

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A Agência Câmara trouxe um guia prático que explica em detalhes o Projeto do Governo Federal que regulamenta a reforma tributária no Brasil. De acordo com o guia, o texto regulamenta três tributos sobre o consumo e que foram criados pela reforma tributária. Trata-se do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) compartilhado entre Estados e Municípios; da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), um tributo federal; e, o Imposto Seletivo (IS), também federal. Estes três impostos substituirão os cinco atualmente em vigor: PIS (Programa de Integração Social), o Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o IMCS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) e o ISS (Imposto Sobre Serviços).

Confira o guia detalhado:

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Gervásio participa de missão internacional representando a Câmara dos Deputados

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O líder do PSB, Gervásio Maia, que também integra a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, participa em Havana do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba. Também integram a delegação, a deputada federal Alice Portugal, presidente do Grupo de Amizade Parlamentar Brasil-Cuba, Fernando Mineiro, Lídice da Mata e Márcio Jerry.

Nesta terça-feira (30), os parlamentares se reuniram com deputado Rolando González Patrício, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Assembleia Nacional do Poder Popular.

Na pauta, questões relativas aos respectivos parlamentos, sistemas legislativos e grandes desafios em um contexto de crise internacional.

“Durante a reunião tratamos sobre intercâmbios tecnológicos, científicos e culturais entre os dois países. Também falamos sobre o embargo dos EUA contra Cuba, cujo sistema de sanções mais longo e severo já aplicado no mundo tem gerado fome e miséria ao povo cubano”, afirmou Gervásio Maia.

Nesta quarta-feira (01), a comitiva brasileira participa de atividades em homenagem ao Dia dos Trabalhadores, entre outras atividades institucionais.

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