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Movimento golpista sofreu um golpe, mas ainda não está derrotado

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* Por Josival Pereira

Em reunião extraordinária da OEA (Organização dos Estados Americanos), nesta quarta-feira (11/01), convocada para avaliar os eventos golpistas e a depredação da sede dos três poderes, no domingo, além de prestar solidariedade ao Brasil, o presidente Lula assegurou que há “solidez” na democracia brasileira.

A reação aos graves acontecimentos de Brasília são, de certa forma, uma prova de higidez das instituições nacionais. Os chefes de todos os poderes se uniram imediatamente para rechaçarem a tentativa de golpe, partidos adversários se juntaram para reprovarem os atos e aprovarem as medidas de intervenção do Distrito Federal e os governadores, incluindo os bolsonaristas, foram à Capital Federal para uma reunião com o presidente Lula, numa eloquente defesa da democracia.

Existe ainda a reação organizada: as prisões de golpistas e autoridades omissas e a preparação de forças de segurança para o enfrentamento de possíveis novas tentativas de golpes.

Todavia, vale perguntar: o movimento golpista foi derrotado com a forte reação policial e política?

A resposta mais apropriada para o momento é que o movimento golpista sofreu um golpe, mas ainda não foi derrotado.

Bastam ver os alertas que os órgãos de inteligência têm emitido nas últimas horas sobre a convocação de possíveis novas manifestações de protestos pela retomada do poder no Brasil. Existem também suspeitas de uma operação de derrubada de torres de transmissão de energia elétrica no Paraná e Rondônia, ameaças de invasões de refinarias, distribuidoras de combustíveis, prédios públicos nos Estados e interdição de rodovias.

Os sinais são de que continua de pé a estratégia de desestabilizar o novo governo com o objetivo de gerar o caos e, teoricamente, criar as condições para uma intervenção das Forças Armadas.

Tudo isso com o agravante de que o movimento golpista vai recuperando uma forte identificação com o bolsonarismo, relação que se tentou amenizar no domingo. A impressão, na sequência das ocorrências de vandalismo, era a de que o movimento golpista estaria tendo vida própria e começando a andar sem a participação direta do núcleo duro de Bolsonaro (ele e filhos). Percebe-se, porém, que, apesar do descolamento de governadores e parlamentares do movimento extremista, o próprio Bolsonaro continua alimentando os radicais com fake news e existe uma forte mobilização de aliados para defender os presos. O bolsonarismo é a liga do movimento.

De qualquer forma, registre-se que os grupos da extrema direita parecem mais organizados e que obedecem a um comando digital, se dispondo a pôr em prática uma tática usual dos extremistas em outros países, que é a de realizar atos para disseminar medo e pânico, independente da cúpula política da direita brasileira.

No momento, o risco de golpe é pequeno, mas pode haver graves estragos na economia, uma vez que há sinais do uso até de ações típicas de guerrilha para tentar desestabilizar o governo. Assim, as autoridades institucionais têm ainda muito a fazer para derrotar o movimento golpista e garantir a solidez da democracia nacional.

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Humanização de marca em campanhas políticas: como fugir do “pastel com caldo de cana”?

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Redação do Portal da Capital

* Por Alfredo Albuquerque – especialista em marketing de influência e humanização de marca – assessor de imprensa – gestor de Relações Públicas

O ano de 2024 é marcado pelo pleito para o cargo de vereadores e prefeito nos munícipios brasileiros, os possíveis candidatos já começaram as suas respectivas articulações e estratégias para o alcance da vitória. E, como um dos pilares para essas estratégias, o pré-candidato utiliza o marketing como principal foco de ação para obtenção de votos e, consequentemente, a vitória.

E, nesse sentido, os candidatos utilizam de aspectos como a humanização de marca para demonstrar semelhança e compatibilidade com o seu público. Quem nunca viu um candidato comendo pastel com caldo de cana em alguma feira livre? Esse tipo de atitude é extremamente buscada para apresentar proximidade com quem se quer alcançar.

Entretanto, por causa das redes sociais e o acesso democrático da informação e o acompanhamento do mandado por meio das redes sociais, o pleiteante pode não obter o efeito querido e o “tiro sairá pela culatra”. Para o público, estar perto da comunidade somente em tempo de campanha soará como demagogia e interesse.

O exemplo mais utilizado atualmente como uso correto de humanização de marca e marketing humanizado para os políticos é o prefeito da cidade do Recife, João Campos: o jovem político estreou uma nova categoria de marketing de influência, e isso faz com que as suas estratégias sejam copiadas por inúmeros candidatos e pré-candidatos com o objetivo de ter o mesmo sucesso nas redes sociais.

O foco dessa matéria é discutir o modo como os candidatos escolhem para ser apresentarem mais humanos e pertencentes à comunidade que ele deseja representar e gerir. Os principais temas a serem discutidos nesta pauta são a humanização de marca; marketing de influência; marketing político; legislação para a atividade de marketing em tempo de eleição; estratégia de marketing; e João Campos. E, para uma melhor reflexão, algumas perguntas devem vir à tona:

1. O que humanização de marca?
2. O que é marketing de influência?
3. O que fazer na pré-campanha?
4. Por que o “pastel com caldo de cana” é tão discriminado? E porque virou meme?
5. Qual o diferencial de João Campos?
6. O que um candidato deve fazer para ter sucesso no marketing e na humanização de marca?

 

 

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Certezas e dúvidas nas decisões do pastor Sérgio

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Depois de alguns aparentes contratempos, o pastor Sérgio Queiroz anunciou como será a participação do partido Novo nas eleições municipais em João Pessoa, o que equivale dizer como se dará sua participação, uma vez que ele encarna a legenda na Capital. Se dispôs a ser candidato a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Havia quem apostasse na candidatura a prefeito. O pastor descartou a possibilidade na entrevista, dando a entender que a ideia habitava o território de seus desejos e de amigos. Deve ter entendido, porém, que, na política, muitas decisões esbarram em esquemas grupais e não observam condições mais objetivas. As poucas pesquisas divulgadas indicavam o pastor Sérgio Queiroz mais bem posicionado, mas o esquema bolsonarista , com intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem o ex-ministro Marcelo Queiroga como o candidato a prefeito. Barreira intransponível nesse momento.

O pastor Sérgio se esforçou para explicar as razões de sua decisão. A interpretação mais aproximada da realidade é a que ele atendeu aos anseios de direita conservadora e do bolsonarismo, aos irmãos de seu movimento religioso e ainda deixou espaço para atender seus próprios interesses. Será candidato para ajudar o PL; imagina que, apenas como candidato a vice-prefeito, não precisará se ausentar de ações e missões, e ainda terá tempo para rodar na campanha eleitoral por outros municípios, preparando o projeto de ser candidato a senador em 2026.

Nunca assumirá, mas o pastor Sérgio parece ter decidido com o propósito de restabelecer a plenitude de suas relações com Bolsonaro, avariada por ocasião da passagem do ex-presidente pela a Paraíba há menos de duas semanas.

Apesar de justificada as razões da decisão, restou a impressão que o pastor Sérgio ainda não se encontra plena e satisfatoriamente encaixado na aliança do Novo com o PL. Talvez por isso tenha feito um anúncio unilateral, sem a presença de Queiroga e dos deputados do PL (Cabo Gilberto e Valber Virgulino). Durante a coletiva, não se esforçou para dar importância ao ex-ministro Marcelo Queiroga, seu candidato a prefeito, e antecipou exigências sobre o tom da campanha.

É neste ponto que talvez resida a divergência mais expressiva do entre o pastor Sérgio e o bolsonarismo mais radical. Ele se posiciona contra a polarização da campanha entre direita e esquerda ou entre bolsonarismo e lulismo. Defende uma campanha focada nos problemas da Capital. Essa divergência tem tudo para se tornar insuperável. Queiroga tem a candidatura como missão para ajudar Bolsonaro e parece convencido que o êxito depende integralmente do ex-presidente.

Pode-se indagar: qual o futuro dessa aliança do Novo com o PL? Vai depender do desempenho do ex-ministro Marcelo Queiroga nas pesquisas. Se melhorar bem nos próximos dois meses, estará resolvida. Se não, pastor Sérgio voltará a ser acionado como candidato a prefeito.

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Candidato a prefeito, vice, apoiador de luxo ou só Deus sabe?

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

O pastor Sérgio Queiroz marcou data para o capítulo que se presume último dessa novelinha que se tornou o processo de unidade da direita bolsonaristas e fechamento da chapa para a disputa da Prefeitura de João Pessoa.

O enredo ganhou complicação com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro no último fim de semana, onde desencontros em agenda e eventos acabaram gerando informações sobre supostos desentendimentos no agrupamento político conservador e irritação em Bolsonaro.

Pedidos de desculpas do PL e desmentidos de todos os lados buscam o restabelecimento de paz. O próprio pastor Sérgio Queiroz se encarregou, de forma enfática, na segunda-feira, de negar o que se noticiava ou se especulava. Apesar dos fatos registrados nos eventos indicarem um certo mau humor da organização e do próprio ex-presidente para com o pastor, ele, não apenas refutou tudo com veemência, como avaliou ter sido tratado com honra, mais do que merecida, e jogou as ocorrências para a conta de fatalidade.

No calor das esclarecimentos e explicações, pastor Sérgio anunciou que no dia 26/04, uma sexta-feira, anunciará sua posição. Deixou em aberto. Não sabe se será candidato a prefeito, vice-prefeito ou apenas um apoiador especial da candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Verdade é que, ao longo desses dois ou três últimos meses em que se discute a candidatura de Queiroga, o pastor Sérgio nunca deixou de alimentar, embora de forma meio tangencial, que poderia ser candidato a prefeito. Fomentou, porém, com sua complacência, a ideia que aceitaria ser candidato a vice-prefeito. Aliás, essa é a convicção dos dirigentes do PL. Talvez pela entrada do ex-presidente Bolsonaro no circuito. Em que pese tudo isso, ainda pairam muitas dúvidas sobre o desfecho que o pastor Sérgio dará ao seu destino político no momento.

Seja como for, uma coisa é certa: com o pronunciamento feito pela internet na segunda-feira, conscientemente ou não, o pastor Sérgio estreitou o caminho para sua definição. Ao dizer ter sido tratado com toda honra possível e elogiar abundantemente Bolsonaro, Queiroga, Cabo Gilberto, Walber Virgulino e o PL, não sobra desvio para o novo líder do Novo em João Pessoa justificar uma decisão de ser candidato a prefeito. A hipótese da candidatura dele próprio a prefeito parece, então, prejudicada.

Assim, sobram duas saídas: a da candidatura a vice-prefeito na chapa de Queiroga ou a de virar um apoiador de luxo. Tem muita gente apostando na segunda hipótese, mas o pastor tem demonstrado certa capacidade de surpreender. Se Deus estiver na parada, como o pastor acredita, certamente, os caminhos da decisão se alargarão e a decisão final se tornará mais fácil. Se depender apenas dos desígnios dos homens e da política, nem iluminados, os caminhos conduzem à certeza.

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