Nos acompanhe

Brasil

Ricos do Brasil, o seu candidato só pode ser o velho amigo Luiz Inácio

Publicado

em

Se eu fosse rico, torceria para que Luiz Inácio Lula da Silva seja absolvido pelo TRF4 e, por extensão, possa se candidatar. E votaria nele.

Afinal, os anos Lula/Dilma foram extraordinariamente proveitosos para os 10% mais ricos da população, conforme ficou demonstrado mais uma vez nesta quinta-feira (14) ao ser divulgado estudo dos economistas ligados ao badalado Thomas Piketty, referência no estudo da desigualdade, revela Clóvis Rossi, em sua coluna para a Folha.

A fatia da riqueza apropriada pelos que estão no topo da pirâmide social é de 55% no Brasil, superior, por exemplo, a que cabe aos ricos americanos que não vai além de 47%, mesmo com o crescimento da desigualdade por lá.

A porcentagem que cabe aos ricos já seria obscena por si só, mas torna-se ainda mais escandalosa quando se verifica que, de 2001 a 2015 (período quase todo sob Lula/Dilma), ela subiu: era de 54% e passou a 55%.

O que não se pode dizer é que Lula mentiu: mais de uma vez, ele disse, durante seu governo e até depois, que os empresários jamais haviam ganhado tanto dinheiro como em seu reinado.

Natural: Lula, vendido como “pai dos pobres”, não tocou em um só fio de cabelo das elites brasileiras.

Consequência inescapável: segundo a Síntese de Indicadores Sociais que o IBGE acaba de divulgar, a renda do 1% dos domicílios mais ricos é 38,4 vezes superior à dos lares dos 50% mais pobres.

Se a situação social já era obscena com Lula/Dilma, ficou pior com Temer: em 2016, havia 24,8 milhões de brasileiros em situação de miséria (renda de até 1/4 do salário mínimo), crescimento de 53% em relação a 2014.

Desconfio até que esse dado não captura a realidade: no sítio do Ministério de Desenvolvimento Social ainda no último ano completo do governo Dilma (2015), estavam cadastradas 52 milhões de pessoas com renda de até R$ 154. Como o salário mínimo era de R$ 788, tem-se que a porcentagem de miseráveis superava largamente o número agora difundido pelo IBGE.

Se você quiser um pouco mais de tragédia, o IBGE acrescenta que 64,9% da população brasileira vive em situação de “pobreza multidimensonal”, a que leva em conta, além da renda, outras características, como educação e saneamento.

Tudo somado, tem-se que os 14 anos e pico de Lula/Dilma legaram uma tremenda obscenidade social, ainda por cima agravada por Temer, com o devido desconto para o fato de que o atual presidente pegou o país embicado no tobogã para baixo.

Por que, então, os mais ricos temem Lula? Acham mesmo que ele vai pôr em prática, se eleito, o que diz como perseguido pela lei? Tolice. Lula, como ele próprio se define, é uma “metamorfose ambulante” e sabe que ninguém governa contra os mercados, que imediatamente sancionariam uma política que os contrariasse.

Para enfrentar Lula, os ricos deveriam, em vez de torcer pela sua prisão e inabilitação eleitoral, apoiar um programa sério que enfrentasse a imensa chaga social medida agora pelo IBGE e aponta para quase 65% em “pobreza multidimensional”.

Continue Lendo

Brasil

“Reoneração não foi a ideal, mas atende às expectativas”, diz Efraim, autor de projeto

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Autor do projeto da lei de desoneração suspensa pelo ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), o senador Efraim Filho (União Brasil) avalia que a reoneração gradual da folha apresentada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) não é a ideal, “mas atende às expectativas” dos envolvidos.

Conforme destacado pela Folha de São Paulo, o ministro propôs uma diminuição gradual da cobrança da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta e um retorno, também gradual, da contribuição sobre a folha de salários na direção da alíquota de 20%. A alíquota será de 5% em 2025; 10% em 2026; 15% em 2027, chegando ao patamar de 20% em 2028.

“O acordo foi a arte do possível. Foi uma conquista, a partir do ponto de que não se extinguiu uma política pública que é importante na geração de empregos no Brasil, que valoriza os setores intensivos em mão de obras”, diz Efraim.

“É claro que o ideal para o Congresso seria os quatro anos totalmente desonerados, mas essa modelagem do primeiro ano desonerado e depois a reoneração gradual atende às expectativas”, afirma.

Para o senador, o “melhor dos mundos” seria a folha totalmente desonerada, como na lei aprovada. “E o pior dos mundos seria a decisão do Supremo Tribunal Federal que revogou por completo o benefício.”

Efraim diz que o esforço agora é tratar dos municípios, que devem ter uma modelagem diferente. “Não é de reoneração gradual. O que se espera nos municípios é o estabelecimento de alíquotas menores do que 20%, que é o que é cobrado atualmente para municípios de pequeno porte, com comprometimento da sua receita líquida.”

O senador afirma que a Fazenda tem mais interesse em negociar o estoque de dívida que existe com a Previdência. “Então o governo procurar fazer um refinanciamento dessa dívida, parcelar, dar condições, mexer mais com o estoque do passado e não comprometer tanto o fluxo futuro”, diz.

Continue Lendo

Brasil

Abraji promove curso gratuito de IA e combate à desinformação nas eleições

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) realiza, entre os dias 13 e 25 de maio, um programa de capacitação para enfrentamento da desinformação nas eleições municipais de 2024 que tem como foco a verificação de conteúdos suspeitos, com especial atenção às publicações geradas com o auxílio de Inteligência Artificial ou que utilizam recursos para criar as chamadas deep-fakes. Até a manhã da sexta-feira (10/05), mais de 1,8 mil pessoas já estavam inscritas.

O curso é gratuito e destinado a jornalistas e estudantes e será on-line e assíncrono, com aulas expositivas em vídeo publicadas diariamente durante o período do programa que terá dez sessões pré-gravadas conduzidas por instrutores do Brasil e dos Estados Unidos com notável experiência em fact-checking e verificação de conteúdos. Cinco sessões serão conduzidas por profissionais brasileiros, como Tai Nalon e Cristina Tardáguila, fundadoras de Aos Fatos e Agência Lupa, respectivamente. As outras cinco, por instrutores dos Estados Unidos, como Aimee Rinehart, da AP, e Craig Silverman, da ProPublica. As sessões conduzidas por estrangeiros serão legendadas em português.

O programa funcionará como um treinamento básico de técnicas e métodos de checagem para jornalistas que irão cobrir as eleições municipais de outubro e aborda especialmente o uso de IA como recurso para a criação e detecção de desinformação. Este programa está sendo realizado com recursos de edital da Embaixada e dos Consulados dos Estados Unidos no Brasil.

Programa

Aula 1: Desinformação em eleições municipais: o que esperar? Tai Nalon – Aos Fatos

Aula 2: Uso de Inteligência Artifical no Jornalismo – Aimee Rinehart – AP

Aula 3: Uso de IA para produção de desinformação e como detectá-la – Shaydanay Urbani – Brown University

Aula 4: Monitoramento de redes sociais – Metodologia e ferramentas – Cristina Tardáguila – Lupa

Aula 5: Acesso a dados municipais – Jamile Santana – Escola de Dados

Aula 6: Ferramentas para verificação de desinformação 1 – Craig Silverman – ProPublica

Aula 7: Ferramentas para verificação de desinformação 2 – Craig Silverman – ProPublica

Aula 8: Ferramentas para verificação de desinformação 3 – Craig Silverman – ProPublica

Aula 9: Técnicas de investigação visuais e geolocalizadas
Investigações visuais – Luisa Alcantara e Silva – Folha de S. Paulo
Usando mapas e geolocalização na verificação – Clarissa Pacheco – Estadão Verifica

Aula 10: Documentação e preparação da área de trabalho
Como documentar a apuração – José Antônio Lima – Projeto Comprova
A preparação da área de trabalho – Helio Miguel Filho – Projeto Comprova

Continue Lendo

Brasil

‘Vaquinhas virtuais’ para financiamento coletivo de campanha eleitoral começam na próxima semana

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

A Justiça Eleitoral confirma que a partir da próxima semana começa o período no qual é permitida a a campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade de financiamento coletivo, observadas a vedação a pedido de voto e as regras relativas à propaganda eleitoral na internet (Lei nº 9.504/1997, art. 22-A, § 3º; e Res.-TSE nº 23.610/2019, art. 3º, § 4º).

As doações poderão ser feitas por instituições que promovam técnicas e serviços de financiamento coletivo, por meio de:

  • páginas na internet;
  • aplicativos eletrônicos; e
  • outros recursos similares.

A modalidade de financiamento é regulamentada pela Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.607, de 17 de dezembro de 2019, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos e candidatas ou candidatos.

Quando começa?

A partir do dia 15 de maio, as instituições com cadastro aprovado pelo TSE podem arrecadar recursos, desde que previamente contratadas por pré-candidatos ou partidos. Contudo, a liberação e o respectivo repasse dos valores aos pré-candidatos só poderão ocorrer se eles atenderem às exigências definidas na norma:

  • requerimento do registro de candidatura;
  • inscrição do CNPJ da campanha;
  • abertura de conta bancária específica para esse tipo de operação; e
  • emissão de recibos eleitorais.

Somente depois de cumpridos esses requisitos é que as empresas arrecadadoras poderão repassar os recursos aos candidatos.

As taxas cobradas pelas plataformas que realizarem a “vaquinha virtual” serão custeadas por candidatas, candidatos e partidos políticos. Consideradas despesas de campanha eleitoral, as cotas deverão ser lançadas na prestação de contas, com o devido pagamento realizado no prazo fixado entre as partes no contrato de prestação de serviços.

E se o candidato desistir do registro de candidatura?

Na hipótese de o pré-candidato não solicitar o registro de candidatura, as doações recebidas durante o período de pré-campanha deverão ser devolvidas pela empresa arrecadadora diretamente aos respectivos doadores.

Posso pagar com PIX?

Segundo a Resolução TSE nº 23.731, de 27 de fevereiro de 2024, está autorizado o uso do pagamento instantâneo via PIX para arrecadação de campanha nas Eleições Municipais 2024.

Na modalidade de financiamento coletivo, não existe limite de valor a ser recebido pela campanha. Mas é importante ressaltar que as doações de valores iguais ou superiores a R$ 1.064,10 somente poderão ser recebidas mediante transferência eletrônica ou cheque cruzado e nominal. Essa regra deve ser observada, inclusive, na hipótese de contribuições sucessivas realizadas por um mesmo doador em um mesmo dia.

A pessoa doadora é identificada?

Para prestar o serviço, as empresas e entidades interessadas em desenvolver o financiamento coletivo devem cumprir uma série de requisitos, como a identificação obrigatória de cada um dos doadores, com o nome completo, o número de inscrição no CPF, o valor das quantias doadas, a forma de pagamento e as datas das respectivas contribuições.

As plataformas devem estar cadastradas no TSE. Essa etapa deve ser realizada exclusivamente por meio de preenchimento do formulário eletrônico disponível no Portal do Tribunal na internet.

Quem pode doar?

Somente pessoas físicas podem doar, e a emissão de recibos é obrigatória em todo tipo de contribuição, seja em dinheiro, cartão ou PIX.

Todas as doações recebidas mediante financiamento coletivo deverão ser lançadas individualmente pelo valor bruto na prestação de contas de campanha eleitoral de candidatas, candidatos e partidos políticos.

É importante destacar que o candidato e a agremiação não são isentos da responsabilidade de arrecadação pelas entidades de financiamento coletivo. Ambos respondem solidariamente pelas doações oriundas de fonte vedada, cabendo a eles aferir a licitude dos recursos que financiam a campanha.

Continue Lendo