

Artigos
Maior bancada parlamentar da Paraíba é a de parentes
O parentismo, como de resto em todo país, está bem presente na política da Paraíba. Filhos e netos de velhos políticos se assenhoram do poder quase que indefinidamente, estabelecendo oligarquias ou grupos dominantes ainda que alguns percam força e praticamente se dissolvam na marcha da história.
Não que os parentes (vários deles) não possam e não sejam bons políticos. O problema é que o fenômeno do parentismo quase sempre produz a dominação de algumas poucas famílias sobre o poder público, descambando, na maioria das vezes, para o patrimonialismo, entendido aqui no conceito mais amplo de construção do poder no território e não apenas na perspectiva da mistura do público com o privado na administração da coisa pública (Estado).
Não que os parentes (vários deles) não possam e não sejam bons políticos. O problema é que o fenômeno do parentismo quase sempre produz a dominação de algumas poucas famílias sobre o poder público, descambando, na maioria das vezes, para o patrimonialismo, entendido aqui no conceito mais amplo de construção do poder no território e não apenas na perspectiva da mistura do público com o privado na administração da coisa pública (Estado).
O certo é, porém, que, com base, nas bancadas parlamentares (Assembleia, Câmara Federal e Senado), o poder público na Paraíba está concentrado nas mãos de não mais do que que 15 famílias, sendo evidente a ascensão das famílias Ribeiro, que na origem é Ribeiro Coutinho; Motta (que traz a força das tradicionais famílias Nóbrega e Wanderley) e Morais, cuja entrada na política se deu em 1951, com Inácio Banto de Morais se elegendo vereador e Santa Luzia e daí pra cá sempre tem um integrante da família exercendo mandato eletivo.
De forma direta, os parentes representam uma bancada de 41% (21 dos 51 parlamentares), maior a de qualquer partido ou de segmentos socais. Grande parte do restante é composta de aderentes, ou seja, de políticos que se juntam e obedecem ao comando dos grupos de poder.
Na Assembleia, a bancada de filhos, netos, irmãos de políticos é composta por 13 parlamentares (36%):
– Anderson Monteiro (o pai, Arnaldo Monteiro, foi prefeito e deputado);
– Caio Roberto (o pai, Wellington Roberto, foi senador e é deputado federal);
– Camila Toscano (o pai e mãe, Zenóbio e Lea Toscano, foram prefeitos deputados);
– Daniella do Vale (a mãe, Eunice Pessoa, é prefeita);
– Jane Panta (o marido, Emerson Panta, é prefeito);
– Dra. Paula (o marido, Zé Aldemir, foi deputado e é prefeito);
– Francisca Motta (o marido, Edvaldo Motta, foi deputado estadual e deputado federal);
– George Morais (o avô, Inácio Bento de Morais, foi deputado; o país, foi deputado estadual, deputado federal e senador, e o irmão, Efraim Filho, é senador);
– Junior Araújo (é parente do ex-prefeito Carlos Antônio);
– Michel Henrique (o pai, João Henrique, foi deputado estadual, e a mãe, Edna Henrique, foi prefeita e deputada federal);
– Tanilson Soares (o pai, Edmilson Soares, foi vereador e deputado estadual);
– Tovar Correia (o sogro, Fernando Catão, foi secretário de Estado, ministro e é conselheiro do Tribunal de Contas);
– Wilson Filho (o pai, Wilson Santiago, foi deputado estadual e é deputado federal);
Pode-se registrar ainda que Felipe Leitão teve o tio, Inaldo Leitão, como deputado estadual e deputado federal, e que João Bosco Carneiro, teve o pai, com o mesmo nome, como Promotor de Justiça.
Dos 12 deputados federais, cinco (41%) são parentes diretos de políticos:
– Hugo Motta (é neto de Edvaldo Motta e Chica Motta e filho do prefeito e ex-deputado Nabor Wanderley);
– Mersinho Lucena (é filho do ex-senador, ex-governador e prefeito Cícero Lucena);
– Murilo Galdino (irmão de Adriano Galdino, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa);
– Ruy Carneiro (é parente do ex-senador Ruy Carneiro);
– Gervasio Maia (é neto do ex-governador João Agripino e filho do ex-deputado Gervasio Maia);
A bancada no Senado é 100% composta por parentes diretos de políticos:
– Veneziano Vital do Rego (é neto do ex-governador Pedro Gondim e do Major Veneziano, filho do ex-deputado Vital do Rego e da ex-senador Nilda Gondim, além de irmão do ex-deputado, ex-senador e ministro Vital do Rego Filho (TCU);
– Daniella Ribeiro (é filho do ex-prefeito e ex-deputado Enivaldo Ribeiro e da ex-prefeita Virgínia Veloso Borges, irmão do deputado Aguinaldo Ribeiro, sem falar no avô Aguinaldo Veloso Borges, que chegou a ser deputado estadual);
– Efraim Filho (neto do ex-deputado Inácio Bento de Morais e filho do ex-deputado e senador Efraim Morais).
Artigos
Governador vai liderar aliados na campanha para fortalecer o esquema

Enquanto mantém, atualmente, o foco na ação administrativa, deflagrando obras e investindo na parceria com os municípios e na interlocução com ministérios e outros órgãos da gestão federal, o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB) prepara-se para atuar ativamente na campanha eleitoral de 2024, tanto na Capital como em Campina Grande e nos demais municípios, nas diferentes regiões do interior, dentro da estratégia de fortalecimento do seu esquema para eleições mais decisivas, em 2026. Segundo fontes ligadas a Azevêdo, o envolvimento do governador na campanha se dará gradativamente, e com habilidade, para conciliar interesses da base nos centros urbanos e manter o ambiente de unidade, considerado indispensável para o enfrentamento aos adversários, que já sinalizam possibilidades de divisão em alguns redutos, inclusive, naqueles mais estratégicos.
Em João Pessoa, onde está comprometido com a reeleição do prefeito Cícero Lucena, do Progressistas, Azevêdo tenta costurar uma frente ampla com ramificação sólida no campo progressista e de esquerda, dentro da perspectiva de dar combate a candidatos bolsonaristas que ameaçam se rearticular para provocar um cenário de polarização, daí tirando proveito junto aos eleitores. O governador enfrenta, dentro do PT, a resistência de uma ala que segue a orientação do ex-governador Ricardo Coutinho, filiado à legenda, que, de Brasília, por controle remoto, tenta influenciar nas decisões a serem exaustivamente debatidas dentro da agremiação para a tática eleitoral do próximo ano. Nesse caso específico, João é o fiador do projeto ambicionado por Cícero, tomando a frente de negociações ou entendimentos, mas, contando, também, com o reforço do próprio prefeito Cícero Lucena, que é reconhecido pela sua capacidade de diálogo.
Dentro do PSB, onde é a liderança maior, o chefe do Executivo enfrenta ensaios de mobilização para tornar viável lançamento de candidatura própria no pleito vindouro, pelo menos no primeiro turno, tendo em vista ampliar o crescimento do partido. Mas os pretendentes socialistas a uma indicação têm consciência de que o governador compartilha sua sustentação com o PP, o Republicanos e, em menor escala, com outras legendas. O papel de Cícero é considerado fundamental para cooptar apoios importantes e promover alianças que guardem afinidades mínimas na conjuntura estadual. Pela direita insinua-se uma pletora de aspirantes, alguns dos quais já são figuras carimbadas, derrotadas em outras eleições, mas com potencial que não é subestimado. Mais ao centro, espalham-se nomes como o do deputado federal Ruy Carneiro, que persegue a conquista da prefeitura pessoense e que em 2020 quase polarizou com Cícero, acabando em terceiro lugar. Ruy é respeitado por ter uma identificação com João Pessoa, onde ocupou cargo executivo numa das gestões do próprio Cícero Lucena.
A expectativa quanto ao desempenho do esquema político do governador, sobretudo, na Grande João Pessoa, tem sido intensificada diante do resultado das eleições de 2022, em que o ex-deputado Pedro Cunha Lima, candidato ao governo pelo PSDB, avançou substancialmente na Capital, cacifando-se para disputar o segundo turno contra João Azevêdo, para quem perdeu. Em Campina Grande, onde Pedro, também, foi expressivamente votado, o esquema do governador e do vice-governador Lucas Bezerra ainda não tem candidatura definida para dar combate ao prefeito Bruno Cunha Lima, que postulará a reeleição e que deverá ser turbinado pelo apoio do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), diante da aproximação que este fez junto ao “clã” Cunha Lima. A questão de Campina está em aberto, segundo dizem interlocutores de João Azevêdo com projeção no quadro político da Rainha da Borborema, e são várias as opções em exame para o acúmulo de forças rumo a um resultado favorável no segundo colégio eleitoral do Estado.
Em termos administrativos, como admitem, forçosamente, adversários do próprio João Azevêdo, os investimentos nos maiores centros urbanos têm sido dimensionados, sem que prejudiquem os pequenos e médios municípios onde o gestor socialista vitoriou com maior vantagem. O resultado de 2022 acabou levando Azevêdo, como se sabe, a assumir a bandeira do “governo municipalista” no Estado, expandindo programas e realizações por inúmeras regiões. O governador não tem descurado dos investimentos porque sabe que eles serão valiosos no momento de voltar a pedir votos, desta feita para prefeitos municipais. Afirma-se que há grandes e boas surpresas previamente agendadas pela administração estadual, como reflexo, também, da sua articulação com o governo federal, por quem passou a ser prestigiada na Era Lula. Azevêdo, que tem surpreendido a alguns analistas em relação à liderança de um projeto político, acredita que vai estar positivamente avaliado e, portanto, credenciado para exercer influência no processo eleitoral de 2024. A oposição, no contraponto, testa as chances de uma união que, a dados de hoje, parece improvável.
Artigos
Rebate de Pedro a Nilvan antecipa uma definição de 2º turno em João Pessoa

A imprensa do estado está repercutindo declarações do ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) que adjetiva de “fraco” o comunicador Nilvan Ferreira, ex-candidato a governador pelo PL, em 2022. A fala ocorreu em entrevista ao programa Correio Debate, nesta quarta-feira (31).
Pedro havia sido provocado a comentar críticas de Nilvan condenando sua atitude de ir cumprimentar o presidente Lula no aeroporto João Suassuna, em Campina Grande, quando da visita presidencial à Paraíba, em março, e não escondeu o incômodo.
Aproveitou, porém, para reclamar das críticas de Nilvan e o taxou de “fraco”. Não foi uma declaração contundente, ou seja, não veio acompanhada de uma cascata de críticas e considerações desabonadoras, mas não há como não avaliar que a manifestação de Pedro transborda a animosidade reinante entre o grupo político que representa e um dos principais representantes do bolsonarismo na Paraíba.
A animosidade certamente começou nas eleições municipais em 2016 em João Pessoa quando o então candidato Ruy Carneiro (PSDB) e seu grupo político (Cunha Lima) decidiram adotar a neutralidade no segundo turno, que tinha Nilvan como candidato contra Cícero Lucena.
Pode ter se agravado ainda no primeiro turno da campanha para governador, quando, em determinado momento, o ex-senador Cássio Cunha Lima começou a defender abertamente que a candidatura de Pedro seria mais competitiva num possível segundo turno, reduzindo a perspectiva de poder de Nilvan.
O ápice da animosidade deve ter chegado ao segundo turno das eleições governamentais, com NIlvan se negando a apoiar a candidatura de Pedro Cunha Lima e adotando a “neutralidade” depois de ter exigido manifestação expressa do candidato de oposição à campanha de Bolsonaro, o que não ocorreu.
Essa declaração de Pedro agora é um claro sinal de que existe um abismo político entre Nilvan e o grupo Cunha Lima, que dificilmente será superado.
Indica abertamente a antecipação de posições políticas na Capital para 2024 e a tendência de que Pedro Cunha Lima, sendo candidato a prefeito ou apenas liderando o grupo Cunha Lima, terá dificuldades de apoiar a candidatura de Nilvan Ferreira num possível segundo turno e que a recíproca será verdadeira.
Artigos
A quem interessa “queimar” Leo?

O vice-prefeito Leo Bezerra (PSB), de João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, volta e meia, tem sido alvo de flechas com pontas flamejantes que tentam acertá-lo em cheio para “queimá-lo” politicamente.
Isso é fato. Todo mundo ouve. Todo mundo vê.
Porém, também é nítido o fato de que os “incendiários” parecem esquecer que Leo Bezerra é um dos raros políticos difíceis de “queimar”. E isso se dá por alguns fatores muito simples, porém, inquestionavelmente eficazes e importantes: Leo é fiel ao seu grupo político e, até agora, tem saído de casa todos os dias disposto apenas a cumprir exatamente o que foi “acordado”, ou seja, o papel de um agente político que, por ventura, é um vice-prefeito que dá todo suporte para que o prefeito trabalhe de modo seguro e tranquilo.
Mas, a pergunta que faço é: a quem interessa “queimar” Leo?
Quem será essa pessoa que escolheu fazer um trabalho tão difícil e de péssima qualidade como este?
Leo Bezerra tem cumprido tão bem o seu papel que o prefeito Cícero Lucena (PP) tem feito comentários públicos e reiterados de que o seu vice “é o segundo prefeito de João Pessoa“.
Uma parceria como essa, meus amigos… os pessoenses não veem há muitos mandatos. A bem da verdade, desde o mandato de prefeito assumido por Ricardo Coutinho, lá pelos anos de 2005 que, nós, moradores e eleitores da Capital paraibana, não víamos um mandato tão harmônico entre prefeito e vice. Ou você quer me dizer que esqueceu do relacionamento político cheio de ranhuras entre o então prefeito Ricardo e o seu vice e hoje saudoso Luciano Agra?
Não me diga que você, caro leitor, também esqueceu do relacionamento político frustrado entre o então prefeito Luciano Cartaxo e o seu então vice, Nonato Bandeira, lá em 2012, que culminou em racha? Do mesmo modo que aconteceu no mandato seguinte, quando a parceria política de Cartaxo com o seu vice Manoel Júnior, em 2016, foi tão mal costurada desde o início que João Pessoa ficou praticamente sem um vice-prefeito. Tanto que, Manoel Júnior, no meio do exercício do mandato na Capital paraibana trabalhou, se afastou do cargo, fez campanha, venceu e foi ser prefeito do município de Pedras de Fogo. Inclusive, terra da qual ele realmente gostava. E nem faça cara “feinha” ao ler isso aqui. Não é porque Manoel desencarnou que vou deixar de dizer a verdade. Até porque eu disse isso publicamente várias vezes enquanto ele estava “vivinho da Silva”.
Mas, é por essas e outras que volto a perguntar: a quem interessa “queimar” Leo?
Quem é a criatura tão pequena, mesquinha e, por que não dizer “ruim”, que insiste em tentar “queimar” Leo mesmo sabendo e vendo que ele é um vice-prefeito que, finalmente, como disse lá em cima, sai de casa para cumprir o seu papel político com esmero?
Bom… seja você quem for… preciso dizer: pare! Porque a sua missão está feia e cada vez mais frustrada porque até o governador João Azevêdo, que é do PSB e, portanto, colega de partido do vice-prefeito de João Pessoa, também tem feito elogios públicos e reiterados em relação a conduta política, parceira e fiel de Leo Bezerra, inclusive, junto a sua postura quanto a sigla que representa.
Pare! Porque, a preço de hoje, Leo Bezerra que, sabidamente, segue cumprindo seu papel político com sucesso, está cada vez mais consolidado como vice de Cícero Lucena nas Eleições 2024 contando, inclusive, com apoio da base eleitoral do prefeito e dos integrantes do partido do governador.
Seja você quem for… pare! Porque me incomoda saber que você assumiu uma missão tão árdua para, praticamente, nada.
Pare! E, em nome do bem de todos os pessoenses, decida dedicar essa sua força de trabalho para, ao invés de destruir, reconstruir uma realidade onde parcerias políticas harmônicas são possíveis.
Mas, sinceramente? Seja você quem for… gostaria de sentar contigo para tomar um café acompanhado com bolinhos de queijo só para ouvir a tua história e, principalmente, saber dos teus reais interesses políticos… porque uma coisa a gente sabe: normalmente, a criança frustrada, mal educada e birrenta que não tem o brinquedo que quer tenta quebrar o do coleguinha. E eu, realmente, gostaria de te dizer que pega mal… muito mal.