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Pesquisa mostra que PT não tem cacife para ganhar Prefeitura da Capital
O resultado de uma pesquisa encomendada pela direção nacional do Partido dos Trabalhadores sobre candidatura da legenda a prefeito de João Pessoa foi desalentador no que diz respeito aos percentuais atribuídos a nomes apresentados, ficando muito aquém das expectativas dos que defendem candidatura própria à sucessão de Cícero Lucena (PP) em 2024. Até mesmo o deputado estadual Luciano Cartaxo, que foi prefeito por oito anos e deixou o cargo há pouco tempo, sendo sucedido por Cícero, não foi além de 2% das intenções de voto apuradas pelo instituto VER – Pesquisas e Estratégias, que o partido contratou e que entrevistou 813 pessoas entre os dias 7 e 11 deste mês. O presidente estadual Jackson Macêdo admitiu, na noite de ontem, à rádio Arapuan, a veracidade dos percentuais apresentados internamente mas que vazaram para o conhecimento da imprensa.
Luciano Cartaxo, que participou da reunião remota em que os números foram divulgados, rebateu que dispõe de outros percentuais projetando boa cotação do seu nome no páreo e, segundo relato do blog de Suetoni Souto Maior o clima ficou tenso durante a reunião, levando o representante do GTE (Grupo de Tática Eleitoral) do partido, Romênio Pereira, a intervir, pedindo respeito aos dados da consulta. No levantamento espontâneo, Cartaxo teve o mesmo percentual de intenções de voto conquistado pela deputada estadual Cida Ramos, que também postula internamente a indicação. O mais surpreendente foi a distância entre o índice dos pré-candidatos petistas de João Pessoa e o índice de aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chega a 57% entre os quesitos ótimo e bom na mesma sondagem realizada. Isto significa que o descompasso está no desempenho dos nomes que se oferecem para defender as cores petistas na próxima eleição municipal.
Há três pré-candidatos lançados nas hostes petistas, já que a ex-deputada Estelizabel Bezerra, suplente de federal, também entrou na raia, tendo o vereador Marcos Henriques, de João Pessoa, desistido de postular a indicação para apoiar a provável candidatura de Luciano Cartaxo. O dirigente estadual Jackson Macêdo tem dito que a posição do partido no páreo está em aberto, podendo lançar nome próprio ou compor-se com outro nome, não descartando, sequer, o prefeito Cícero Lucena, que partirá para a reeleição com o apoio ostensivo do governador João Azevêdo, do PSB. O desempenho do trio petista nessa pesquisa desanimou militantes de base e agitou as discussões internas sobre o critério da “viabilidade eleitoral” como condição para formalização de candidatura própria. Os dirigentes estaduais do petismo já ponderaram, várias vezes, que não deve interessar à legenda a participação no pleito de forma simbólica, mas, sim, a participação competitiva, inclusive, como trunfo para derrotar o bolsonarismo, que tem como expoente maior o comunicador Nilvan Ferreira (PL), ultimamente ameaçado pela articulação do ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Cícero ainda aparece em primeiro lugar, com 21% das intenções de voto, enquanto Nilvan obteve 8%. Foi praticamente um “recall” da eleição de 2020, quando ambos foram para o segundo turno em meio a uma competição que teve inúmeros postulantes, entre os quais o ex-governador e ex-prefeito Ricardo Coutinho, atualmente baseado em Brasília, de onde acompanha a movimentação pré-eleitoral na Paraíba.
Em “off”, expoentes petistas locais admitem que se os percentuais apontados na primeira pesquisa não crescerem substancialmente, o partido não terá outra alternativa senão formar aliança, possivelmente com Cícero Lucena, pela circunstância de ser apoiado por João Azevêdo que foi eleitor de Lula nos dois turnos da campanha presidencial e cujo partido, o PSB, integra o governo a partir do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também exerce um ministério. Devido à tradição de polêmica que caracteriza o ambiente do Partido dos Trabalhadores, a previsão é de que ainda ocorram fortes debates sobre o papel que a legenda deverá ter nas eleições municipais do próximo ano na Capital paraibana. Seguramente um ponto de partida nasceu dessa primeira pesquisa: o consenso de que é temerário expor uma candidatura própria com o PT enfraquecido junto a parcelas do eleitorado pessoense. Jackson Macêdo salientou que as discussões vão ser aprofundadas, em sintonia com os desdobramentos da conjuntura política nacional, que é acompanhada com “lupa” pela direção nacional e que desperta o interesse do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá vir a se converter em cabo eleitoral decisivo.
Avalia-se que a atual fase de pré-campanha eleitoral em João Pessoa ainda está bastante tumultuada e imprecisa, a partir mesmo da divisão que rebentou na direita bolsonarista desde a entrada em cena do ex-ministro Marcelo Queiroga, que é contestado por remanescentes bolsonaristas como Nilvan, o deputado federal Cabo Gilberto Silva e o deputado estadual Walbber Virgolino. Mas, por enquanto, o cenário parece polarizar entre o atual prefeito Cícero Lucena e um ex-aliado, o deputado federal Ruy Carneiro, do PSDB, que se coloca na oposição sistemática ao gestor municipal e ao governo de João Azevêdo. Mas, sem dúvida, já há um indicativo de que as forças de esquerda e de centro-esquerda precisarão ter habilidade para construir alianças, diante do pouco potencial que demonstram ter, a despeito de Lula ser o presidente e de Azevêdo estar no Palácio da Redenção.
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O turismo da Paraíba está crescendo! Como isso afeta seus investimentos?

Por Joviano Neto – especialista de Investimento Anbima – CEA e sócio da OCTO CAPITAL Assessoria de Investimentos do Banco BTG
O Nordeste atrai turistas do Brasil e do mundo para o seu Verão. Ah, o Verão!
Vinte milhões de turistas (Eu disse 20 Milhões!) durante o ano, sendo que a taxa de ocupação média dos hotéis das capitais litorâneas é de 80% no período de janeiro a Março. Um aumento de mais de 30% comparado as taxas anuais fora de temporada.(FOHB)
Tudo isso para dizer que com novos empreendimentos turísticos que iniciarão suas construções nos próximos anos em nossa cidade, veremos uma maior oferta de serviços, empregos e também volume de pessoas circulando em nossa capital. Isso faz um bem danado para a economia, que cresce e passa a gerar novas oportunidades.
Mas há uma necessidade de conscientização da população.
Turismo é uma atividade exploratória que consome recursos naturais e degrada o crescimento sustentável do meio ambiente e da sociedade. Desde que mundo é mundo.
Para que seja perene, as políticas de preservação ambiental devem ser claras e muitas vezes rígidas. A sociedade local deve estar engajada para receber os visitantes e de maneira acolhedora, ensina-los a preservar o patrimônio local.
Para trazer EFEITO REAL POSITIVO E DE LONGO PRAZO NA ECONOMIA LOCAL isso deve ser PRECIFICADO conjuntamente entre os entes públicos e privados. Estudos de impacto ambiental, devem balizar esse crescimento. Industria, Comercio e serviços necessitam continuar crescendo para que a economia não dependa apenas do turismo de temporada, que impactam as receitas do município e da população ligada direta e indiretamente ao setor turístico.
Sazonalidade é um tema chave quando falamos de turismo. A baixa temporada traz baixa ocupação, redução dos postos fixos de trabalho, redução no faturamento e ainda elevação de doenças sociais, como ansiedade, depressão, consumo de drogas, psicotrópicos entre outros. A população vulnerável em cidades turísticas é maior e tem um aumento diretamente proporcional a sazonalidade do turismo. A alta temporada traz maior volume de passantes, maior emissão de dejetos, poluentes, e sobrecarrega a infraestrutura local (energético, logístico, sanitário entre outros) que são construídos com base na previsibilidade do consumo da população local, depreciando o patrimônio imobilizado público em maior velocidade.
Não me confundam com um Clorofila Boy, as coisas devem andar pela ordem. A Paraíba está num bom caminho e tem enorme potencial para figurar entre os maiores destinos do Brasil, no ainda não nos encontramos. Ainda. Mas é necessário prevenir problemas futuros com ações no presente para chegarmos num objetivo sustentável.
Analisar o panorama Ambiental faz parte da análise ESG de seus investimentos (Governança, Sustentabilidade e Meio Ambiente em inglês).
A Octo Capital, empresa fundada em João Pessoa e atuante em todo o Brasil, pensando em investimentos focados em sustentabilidade, separou investimentos em Energia Renovável e Sustentável para você aplicar seus recursos. Fale conosco.
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Romero Rodrigues e a cristalização do inexistente

O deputado Romero Rodrigues (Podemos) está se saindo o político mais “maneiro” da Paraíba, na conotação, conforme a gíria, daquele que se move com leveza demasiada. Poder-se-ia defini-lo também como “mineirinho” ou “malandrinho”, num sentido não pejorativo.
Agora, do domingo para a segunda-feira, Romero foi destaque nos portais e blogs da Paraíba por ter deixado se fotografar ao lado do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, e do deputado Ruy Carneiro. Todos sorridentes.
Ocorre que, na semana passada, a foto que virou destaque era com o governador João Azevedo e secretários da área política do governo. A imagem também serviu para se festejar o quase concretizado rompimento de Romero com o prefeito Bruno e a família Cunha Lima.
Nas duas ocasiões, Romero não disse nada. Apenas sorriu, meio marotamente.
O ano tem sido assim. O deputado Romero não diz quase nada, não decide nada, não se posiciona em nada, e, ainda assim, é um dos grandes destaques na imprensa e motivo de muitas conversas, discussões e articulações políticas, que nunca se formalizam.
Especula-se sobre insatisfação em relação ao prefeito Bruno Cunha Lima, mas ele não nega nem confirma.
Especula-se sobre conversas suas com o governador João Azevedo, mas, igualmente, ele não nega nem confirma.
Dá-se, vez por outra, como absolutamente certa sua candidatura a prefeito em 2024, mas ele não nega nem confirma.
Dá-se, outra hora, como absolutamente certa sua permanência no grupo Cunha Lima com o consequente apoio à reeleição do prefeito Bruno Cunha Lima, mas, impassível, ele não nega nem confirma.
Embora cultive a maior indecisão do mundo, provavelmente de caso pensado, planejadamente, Romero se transformou em fenômeno político.
Pesquisa recente (contratada e divulgada pelo MaisPB), o coloca em situação mais do que confortável. Lidera, com folga, em qualquer cenário, podendo ser, inclusive, candidato em faixa própria (fora do grupo Cunha Lima e da oposição) e com perspectiva de vitória.
Com isso, se quiser, reúne condições de impor quase todas as condições para participar, por cima, das eleições em Campina Grande.
Lógico que não há nada definitivo nem imutável em política e a maré de Romero pode mudar repentinamente. Vale o alerta que os mais antigos já diziam que, às vezes, a esperteza come o esperto. Contudo, os ventos que sopram em Campina Grande são na direção de uma possível consagração da cristalização do inexistente, que é a consolidação elevadamente positiva de uma imagem fundada na ausência de posicionamentos. Romero é um fenômeno que precisa ser estudado, pois se trata de uma heterodoxa história de marketing político. Isso para nós, mortais complicados, porque lá na serra, com certeza, vão dizer simplesmente que se trata de “coisa de Campina”.
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Contestado por ‘ex-aliados’, Nilvan precisa provar que voto bolsonarista também é dele

O comunicador Nilvan Ferreira não precisa provar nada quando o assunto é o domínio discursivo em frente a câmaras e microfones. Por muitos anos, consolidou-se como fenômeno na imprensa paraibana. A mesma coisa não pode ser dita quando o assunto diz respeito à política eleitoral. Com o nome colocado para a disputa da prefeitura de João Pessoa, no ano que vem, mas preterido por ex-aliados, ele vive incertezas sobre a adesão de pelo menos parte do bolsonarismo à sua candidatura.
O comunicador disputará, caso mantenha o projeto pessoal, a terceira eleição seguida. Nas duas primeiras, apresentou bom desempenho, apesar de não ter conseguido se eleger. Em 2020, chegou a ir para o segundo turno com o prefeito Cícero Lucena (PP). Na época, vestia as cores do MDB. No ano passado, já no PL, disputou o governo do Estado, mas não conseguiu ir para o segundo turno. Apesar disso, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu tirar das urnas um número animador: foi o mais votado em João Pessoa, com 131.187 votos.
Esta marca é importante e seria de grande valia no pleito do ano que vem. Acontece que o PL decidiu investir na candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga (Saúde). Isso, vale ressaltar, não pode ser considerado o fim da linha para Nilvan, porque ele pode ir para qualquer outro partido e sair candidato. Mas é importante que se diga que essa liberdade, por si só, não aponta para uma certeza de sucesso eleitoral. Isso porque na lógica bolsonarista o pré-candidato sai, mas tem dificuldades para levar consigo o voto dos eleitores do grupo.
Isso, com algum exagero, foi dito pelo ex-ministro Gilson Machado (Turismo). De passagem por João Pessoa, nesta semana, ele mandou Nilvan e o deputado federal Cabo Gilberto baixarem o facho. Alega que ambos não têm votos e que os sufrágios recebidos por eles em eleições passadas foram um tipo de concessão do ex-presidente. Nilvan discorda, alegando que Machado errou o alvo, porque deveria ter criticado a esquerda, não um nome da direita. Lembra ainda que já disputou eleições fora do PL. Ele tem razão em parte, mas não dá para subestimar o que foi dito pelo ex-ministro.
Pegando o argumento da experiência eleitoral, é verdade que Nilvan disputou a eleição de 2020 pelo MDB e não pelo PL. Mas é verdade também que naquele momento ele também buscou explorar a “bolha bolsonarista”. Não foi uma eleição de Nilvan só por Nilvan. Quem puxar pela memória, vai lembrar que naquele ano ele alinhou a plataforma de campanha ao pensamento do ex-presidente. Criticava as medidas de isolamento social e buscava o voto do eleitor conservador. No ano passado, essa busca foi apenas mais clara, porque estavam no mesmo partido.
Acontece que para o ano que vem, a vaga de candidato bolsonarista foi preenchida por Queiroga. A história recente mostra que candidatos alinhados com lideranças populistas consolidadas e altamente ideológicas, tendem a perder tração quando deixam este nicho. Os ex-deputados federais Julian Lemos (PB) e Joice Hasselmann (SP) mostram isso em relação ao rompimento com Jair Bolsonaro. Ambos foram derrotados após abandonar a “igrejinha”.
Com Nilvan, lógico, pode acontecer coisa parecida, mesmo sendo ele um fenômeno midiático. Longe de mim concordar em gênero, número e grau com Gilson Machado e suas tradicionais fancarronices, mas também não dá para desconsiderar completamente o que diz a história.