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Especialista destaca impossibilidade do padre Egídio celebrar acordo de delação
Em meio a uma investigação que apura o suposto desvio de verbas do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, o padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor da instituição, encontra-se no centro de um escândalo que tem abalado a sociedade paraibana. As alegações apontam para a aquisição de imóveis de alto padrão pelo religioso, supostamente com recursos desviados do hospital.
No entanto, nos últimos dias, surgiu notícias da possibilidade de o padre Egídio buscar um acordo de colaboração premiada como estratégia de defesa. A colaboração premiada, também conhecida como delação premiada, é uma ferramenta legal que permite a um investigado ou acusado colaborar com as autoridades, fornecendo informações e provas sobre crimes em troca de benefícios, como redução de pena.
No entanto, o cenário se torna complexo, do ponto de vista jurídico, quando se considera que o próprio padre Egídio está sendo investigado como líder de uma suposta organização criminosa. É que a Lei de Organização Criminosa, que instituiu a delação premiada, estabelece que não é possível conceder esse benefício a líderes de organizações criminosas.
Neste contexto, o advogado criminalista Roberto Nascimento, consultado pela redação do portal, faz uma observação crucial: “A Lei Federal 12.850/2013, que é a Lei de Organização Criminosa, ao estabelecer o acordo de colaboração premiada, deixou bem claro quanto à impossibilidade de celebração quando se tratar de líder de organização criminosa. A intenção do legislador por trás dessa regra é evitar que a delação seja utilizada indistintamente e sem critérios como meio de obter benefícios indevidos por parte dos líderes, os quais, obviamente, detêm informações estratégicas. O propósito da delação premiada é a obtenção de provas que corroborem as alegações do delator na identificação de outros criminosos e até mesmo outros crimes, não servindo a própria delação como prova em si.”
A situação do padre Egídio lança luz sobre a complexidade do sistema de justiça e a necessidade de garantir que a lei seja aplicada de maneira rigorosa e justa. À medida que as investigações continuam, a possibilidade de delação premiada por parte do religioso gera debates sobre os limites da aplicação dessa ferramenta legal em casos que envolvem líderes de supostas organizações criminosas.
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Medicinando: influência da logística na qualidade assistencial da Saúde
O médico e presidente da Cooperativa Unimed João Pessoa, Doutor Gualter Ramalho, publicou nesta segunda-feira (14/10), mais um episódio do projeto ‘Medicinando’. Com um formato de vídeos curtos compartilhados no seu perfil das redes sociais, o anestesiologista aborda temas como gestão, inovação e liderança.
Desta vez, Gualter falou sobre a importância da logística garante a eficiência e a qualidade dos serviços prestados. Uma operação logística ajustada promove qualidade do atendimento, redução dos custos, melhoria da eficiência e segurança para os pacientes e toda a operação, de acordo com o gestor.
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Romero (Bruno) x Adriano (Jhony): 2026 já começou em Campina
As duas candidaturas que disputam a Prefeitura de Campina Grande neste segundo turno ajudam a projetar, de cara, dois nomes de proa para o Governo do Estado em 2026. Na dois casos, segue uma lógica política: as coordenações das duas campanhas expõem os dois projetos que têm dependência direta para Campina a partir do resultado das urnas, no próximo domingo, 27.
Não é difícil chegar à essa dedução. Os dois coordenadores gerais das campanhas de Bruno Cunha Lima (União Brasil) e Jhony Bezerra (PSB) são, respectivamente, os deputados federais Romero Rodrigues (Podemos) e Murilo Galdino (PSB).
Não tem mistério. Romero já foi lançado pelo próprio Bruno como candidato a governador em 2026. Por sua vez, como já registrou o jornalista Geovane Santos esta semana, o irmão de Murilo, Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, tem interesse direto na vitória de Jhony em Campina por ser a cidade, vizinha de Pocinhos, sua base eleitoral, crucial para a disputa pelo Governo em 2026.
Campina Grande, portanto, já passa a ter consciência de que as urnas de domingo próximo poderão selar – ou ser amplamente decisivas – para garantir de forma antecipada um fato político em 2026: Romero Rodrigues ou Adriano Galdino no Palácio da Redenção.
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Pacientes em estado terminal: o luto que começa antes da morte
O luto nem sempre começa após a morte. Em muitos casos, como nos de doenças terminais ou degenerativas, o processo de perda pode ter início ainda em vida, quando a família percebe a inevitabilidade do desfecho. Simône Lira, psicóloga especialista em luto do Morada da Paz, traz reflexões sobre o luto antecipado e esclarece que os cuidados paliativos, ao contrário do que muitos acreditam, não são um fim, mas um meio de proporcionar dignidade e qualidade de vida ao paciente e à sua família.
Lidar com a perda de um ente querido é um processo desafiador, especialmente quando essa despedida começa muito antes do último adeus. Para famílias que convivem com pacientes em estado terminal ou portadores de doenças degenerativas, como o Alzheimer, o luto antecipado — ou luto antecipatório — pode surgir à medida que a condição do paciente se agrava, trazendo à tona sentimentos de dor, impotência e, muitas vezes, culpa.
Esse luto antecipado é uma reação natural ao reconhecimento da proximidade da perda, e pode ser vivido de forma silenciosa e solitária. “Muitas vezes, os familiares começam a vivenciar o luto enquanto a pessoa ainda está viva, principalmente em casos de doenças como o Alzheimer, em que há uma perda gradual das funções cognitivas e da própria identidade do paciente”, explica Simône Lira.
Entender e aceitar esse sentimento é o primeiro passo para lidar com a situação. Durante essa fase, é comum que os familiares oscilem entre momentos de esperança e tristeza profunda. Segundo a psicóloga especialista em luto do Morada da Paz, é importante reconhecer esses sentimentos e buscar suporte, seja através de grupos de apoio, acompanhamento psicológico ou mesmo a troca de experiências com pessoas que estão passando por situações semelhantes.
Outro ponto essencial nessa jornada é a compreensão sobre os cuidados paliativos. Ao contrário do que muitos pensam, eles não são sinônimo de desistência. Pelo contrário, os cuidados paliativos têm como objetivo oferecer conforto e dignidade ao paciente, melhorando sua qualidade de vida, controlando os sintomas da doença e proporcionando apoio psicológico e emocional tanto para o paciente quanto para seus familiares. “Os cuidados paliativos ajudam a família a encontrar equilíbrio durante esse processo e a oferecer ao paciente o máximo de bem-estar possível, sem sofrimento desnecessário”, destaca a Simône.
O Morada da Paz conta com um serviço ativo no acolhimento de famílias em momentos de despedida, oferecendo suporte humanizado para todas as etapas. Embora doloroso, o luto antecipado também pode ser um tempo de reconciliação e preparação. A empresa oferece suporte emocional para os familiares que passam por essas situações, com uma abordagem que visa o acolhimento e a compreensão das particularidades de cada caso, contando com serviços, a exemplo do cerimonial fúnebre e o chá da saudade.
Simône ainda ressalta a importância de viver um dia de cada vez: “Nem sempre é possível controlar o que está por vir, mas é essencial focar no presente e valorizar os momentos, mesmo os mais simples, com o paciente. Isso pode trazer alívio emocional para a família e facilitar o processo de aceitação.”