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Paraíba

Estudo da UFPB revela que Conde perdeu 9 metros de orla em 37 anos

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A zona costeira do município do Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa, vem perdendo espaço para o mar. Nos últimos 37 anos, cerca de 9 metros (27 cm/ano) desapareceram, e a taxa de erosão marinha se acelerou entre os anos de 2015 e 2022. De acordo com estudo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), os fenômenos têm relação direta com o aumento do nível das águas marinhas, que, se alcançar os 10 metros de elevação, poderá inundar aproximadamente 12% de toda a área do município.

Segundo matéria publicada pelo ClickPB, a constatação está em um artigo de pesquisadores da UFPB publicado neste mês de janeiro no periódico internacional Science of The Total Environment, editado pela Elsevier. Na pesquisa são analisadas mudanças históricas e projeções futuras da linha costeira do município.

Os locais mais afetados com a erosão neste período são alguns dos cartões postais mais conhecidos do Estado da Paraíba, como as praias de Jacumã, Coqueirinho, Tambaba, Carapibus, Amor e Arapuca, e a tendência para as próximas duas décadas (2022-2032 e 2032-2042) é de intensificação da atividade erosiva nestas regiões.

Projeções

No estudo, também foram feitas algumas projeções para o litoral do Conde em diferentes cenários (1, 2, 5 e 10 metros) de subida do nível do mar, em consequência do derretimento do gelo polar por causa do aquecimento global e de outras mudanças climáticas.

Segundo os cientistas, a elevação das águas marinhas nos dois primeiros cenários (1 e 2 metros) pode ter efeitos moderados no curto prazo, limitando-se, por exemplo, a alterações de ecossistemas costeiros e entrada de água salgada em lençóis freáticos e áreas de água doce.

No entanto, nos dois piores – a elevação das águas marítimas em 5 ou 10 metros – os autores calculam que, a longo prazo, uma inundação significativa aconteceria, de cerca de 12% de toda a área do município, o que afetaria gravemente paisagens urbanas e agrícolas. Essa hipótese é classificada pelos pesquisadores como catastrófica, podendo causar deslocamentos forçados da população local, além de perdas ecológicas irreversíveis.

Metodologia utiliza imagens de satélite

Para chegar a estas constatações, os pesquisadores empregaram uma metodologia com abordagens integradas, na qual foram utilizadas diversas ferramentas, como imagens de satélite, algoritmo para remoção de nuvens das imagens, sistema digital de análise costeira (DSAS, na sigla em inglês) e mapeamento de cobertura e do uso da terra, este último obtido a partir do Projeto MapBiomas.

Em seguida, após o refino dos dados, os cientistas realizaram dois tipos de análise da dinâmica costeira: de médio prazo, no qual os dados foram reunidos em três grupos de 10 anos (1985-1995, 1995-2005, 2005-2015) e um de sete anos (2015-2022), estudados separadamente; e de longo prazo, no qual os dados foram analisados sem recortes temporais.

A partir deste modelo, os pesquisadores também previram a dinâmica costeira do município para os próximos 20 anos, em que foi revelada a tendência de aceleração da erosão marinha.

Ocupação costeira intensifica problema

Além da elevação das águas marinhas já em andamento, os autores atribuem o aumento erosivo à intensificação da ocupação costeira, devido à urbanização, à industrialização e ao turismo.

“Essa tendência é provavelmente acelerada por atividades humanas, ressaltando a interação entre processos naturais e antrópicos na dinâmica costeira, e representa um desafio significativo em áreas de alto valor turístico como o município do Conde”, afirma o professor Celso Santos, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (DECA) da UFPB e um dos autores do estudo.

Ele afirmou que o estudo pode servir de alerta ao poder público, para que sejam desenvolvidas estratégias de gestão costeira proativas, a fim de minimizar os efeitos da erosão marinha e da elevação do nível do mar, protegendo, assim, sistemas naturais e humanos.

“Os resultados deste estudo fornecem insights valiosos não apenas para o município do Conde, mas também para outras regiões costeiras globalmente, reforçando a necessidade de uma ação climática urgente e coordenada para mitigar os impactos adversos da elevação do nível do mar”, conclui o pesquisador.

Participantes e contribuições internacionais

Da UFPB, além do professor Celso Santos, contribuíram para a elaboração do estudo os professores Leonardo Vidal Batista, do Centro de Informática (CI), e Richarde Marques da Silva, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN). Gleycielle Rodrigues do Nascimento, atualmente egressa do curso de Engenharia Ambiental, e Luccas Matheus Torres Freitas, aluno de iniciação científica da Engenharia da Computação, também participaram do estudo.

A pesquisa contou ainda com a contribuição das universidades Fakir Mohan, na Índia, e de Chlef, na Argélia, por meio dos professores Manoranjan Mishra e Bilel Zerouali, respectivamente.

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Paraíba

Cena Nordeste: estreia do festival movimenta João Pessoa nesta sexta-feira

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João Pessoa recebe, a partir desta sexta-feira (10), o primeiro dos nove encontros da edição 2024 do Cena Nordeste Festival, um intercâmbio artístico-cultural que é promovido pelo Consórcio Nordeste em parceria com o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB), que sedia a primeira etapa do evento. As secretarias de Cultura dos outros oitos estados nordestinos também são parceiras.

O Cena Nordeste Festival vai acontecer na capital paraibana durante dois dias, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, e toda a programação será gratuita. O evento é itinerante e depois de ser realizado em João Pessoa vai passar também pelas demais capitais nordestinas, sempre com a participação de artistas de todos os estados da Região e provenientes de oito linguagens culturais diferentes: arte urbana, audiovisual, circo, cultura popular, dança, forró, música e teatro.

O festival começa pela capital paraibana porque o estado responde atualmente pela coordenação da Câmara Temática da Cultura do Consórcio Nordeste. Além disso, foi a partir de um projeto apresentado pelo estado, em agosto do ano passado, que o Cena Nordeste começou a ser pensado.

“É um projeto inédito, revolucionário, porque promove a integração do Nordeste através da cultura e das artes. Isso é de uma potência incrível. Artistas de oito linguagens diferentes, de todos os estados nordestinos, percorrendo cada uma das capitais. Permitindo, assim, que as populações locais tenham acesso gratuito ao que é produzido em nossa Região”, comemorou o secretário de Cultura da Paraíba, Pedro Santos.

Como anfitrião do primeiro fim de semana do Cena Nordeste Festival, Pedro se diz empolgado com o que está por vir. “Vamos reunir profissionais da cultura de todas essas linguagens. Inicialmente em João Pessoa, depois nas outras capitais. É uma circulação de artistas nordestinos que tem tudo para dar certo e se repetir nos anos seguintes”, pontuou.

Em João Pessoa, por exemplo, vai ter forró de Alagoas, grupo de cultura popular do Maranhão, audiovisual do Piauí, arte urbana de Pernambuco, apresentação circense do Rio Grande do Norte, grupo de dança de Sergipe, teatro do Ceará e música da Bahia.

Depois da capital paraibana, os outros encontros do Cena Nordeste Festival ocorrem em Maceió (7 e 8 de junho), São Luís (5 e 6 de julho), Teresina (2 e 3 de agosto), Recife (31 de agosto e 1º de setembro), Natal (21 e 22 de setembro), Aracaju (11 e 12 de outubro), Fortaleza (16 e 17 de novembro) e Salvador (7 e 8 de dezembro).

As atrações foram definidas por curadores locais contratados pelos estados. O anfitrião do fim de semana fica responsável pela hospedagem de quem chega e responde pela organização do encontro ao lado do Consórcio Nordeste. Já os estados visitantes custeiam o traslado de quem viaja.

Confira a programação do Cena Nordeste Festival em João Pessoa

Sexta-feira (10 de maio)

10h às 16h – Arte urbana (Grupo Osmo Crew)
16h às 23h55 – Feirinha – Palco da Praça do Povo
16h30 – Trio de Forró
18h30 – Espetáculo de teatro “Aquelas: uma dieta para caber no mundo” – Sala de Concertos
19h30 – Apresentação da banda de forró “Os Anselmos” – Teatro de Arena
20h45 – Apresentação da banda de forró Fidellis – Teatro de Arena
22h15 – Apresentação da banda “Seu Pereira e Coletivo 401” -Teatro de Arena

Sábado (11 de maio)

10h às 16h – Arte urbana (Grupo Osmo Crew)
10h – Apresentação de cultura popular do grupo “Cacuriá de Dona Teté” – Praça do Povo
14h – Mostra de audiovisual (Álbum de Família, de Milena Rocha; Cidade entre Rios, de Leonardo Mendes e Weslley Oliveira; Gorete Canivete, de Rivanildo Feitosa; Encarnado de Otávio Almeida e Ana Clara Ribeiro) – Cine Banguê
16h – Circo Grock – Sala de Concertos
16h às 23h55 – Feirinha
19h – Espetáculo de dança “Deste Nór” – Teatro Paulo Pontes
21h – Apresentação da banda “Roça Sound” – Teatro de Arena

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Paraíba

Cícero veta emenda que modificaria altura máxima para construção de edifícios na orla da Capital

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O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), vetou parcialmente o projeto de lei aprovado na semana passada pela Câmara Municipal de vereadores que adequa ao Plano Diretor do município o zoneamento, uso e ocupação do solo na Capital. A emenda vetada pelo gestor diz respeito à altura máxima permitida na construção de empreendimentos – a Lei do Gabarito.

No texto aprovado pela Câmara, os parlamentares acrescentaram a permissão para construção de platibandas (muretas de proteção colocadas na parte superior dos prédios, geralmente por questão de segurança) com até 1 metro e 50 centímetros além do limite de 12,90 metros permitidos atualmente para os empreendimentos mais próximos.

A emenda possibilitaria, por exemplo, a regularização de um dos imóveis investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) por descumprimento da legislação do Gabarito. O empreendimento teria ultrapassado em 1 metro e 32 centímetros o limite.

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PMJP quer parceria com equipe técnica do Ministério da Ciência para investimento em projetos em JP

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A Prefeitura de João Pessoa recebeu nesta terça-feira (07/05) uma visita técnica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para iniciar a discussão de possíveis parcerias e investimentos para o desenvolvimento de projetos na Capital paraibana. A equipe, comandada pelo assessor especial do Ministério George Braga, foi recebida pelo vice-prefeito Leo Bezerra, no Centro Administrativo Municipal, em Água Fria.

“Primeiro agradecer a visita da equipe. Nós deixamos as portas abertas para novos projetos, novas ações e estamos elaborando novos projetos e temos certeza que essa parceria com o Governo Federal é muito importante, não só para João Pessoa como para a Paraíba. Os projetos vão ser encaminhados ao Ministério e em poucos dias nós já teremos novidades para o pessoense”, disse o vice-prefeito.

Leo Bezerra acredita que os primeiros projetos visam a melhoria da distribuição dos recursos do Governo Federal, que poderão ocorrer em parceria com o prefeito Cícero Lucena, o governador João Azevedo e o presidente Lula. “Nosso maior pensamento é ver o que podemos trazer de Brasília para nossa cidade. Já estou com várias ideias na cabeça. Vamos aguardar a chegada do prefeito para conversar com ele e colocarmos as ideias em prática e beneficiarmos nossa população”, destacou.

O assessor especial do ministério, George Braga considera que é fundamental que as prefeituras compreendam que esse é um novo momento do Ministério no Brasil e que a ministra Luciana Santos e o presidente Lula querem intensificar essas parcerias. “Há muitos caminhos. Hoje foi um dia muito rico onde pudemos agir em políticas públicas da Prefeitura e até em parcerias com empresas que o Ministério e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) podem ajudar nesse diálogo. Um mundo de ações e nós saímos muito animados dessa conversa”, ressaltou.

Na prática, essa parceria, na sua opinião, pode gerar frutos rapidamente. “Vai depender dos projetos que a Prefeitura possa apresentar e do que o Ministério tenha tempo de apreciar e concluir. Na nossa opinião é que será rápido, devemos materializar ações em conjunto do Ministério com a Prefeitura rapidamente”, pontuou George Braga.

George Braga acredita que um dos projetos no qual essa parceria pode se concretizar é o programa chamado ‘Residência em TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação’, voltado para a formação de jovens para o mercado de trabalho de tecnologia. “Esse programa está sendo finalizado pelo Ministério e vai gerar 40 mil vagas no Brasil. É possível implantar uma quantidade dessas vagas em João Pessoa, imediatamente, para jovens que estejam concluindo o Ensino Médio ou que tenham concluído. Essa é uma ação que pode se concretizar em poucos meses”.

O coordenador da Tecnologia da Informação (TI) da Prefeitura de João Pessoa, Bruno Crispim, ressaltou a importância da reunião. “O objetivo é o de mostrar as transformações, inovações e apresentações de projetos tecnológicos realizados e a se realizar em nossa cidade, através de nossa Unidade Municipal de Tecnologia da Informação e Comunicação (UMTI) como também da Agência de Inovação Tecnológica do Município (Inovatec-JP) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia, buscando possíveis ajudas e parcerias com o Governo Federal através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação”, explicou.

Também participaram da reunião Ossy Ferreira, gerente regional da Finep; Danyele Raposo, secretária-executiva de Ciência e Tecnologia de João Pessoa; e o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Aluísio Souto, representante da Inovatec.

Confira imagens:

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