Os bastidores da política na Capital Federal seguem comentando a todo vapor o fato do deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP), não ter sido escolhido como relator do projeto principal de regulamentação da Reforma Tributária.
Ao invés de apoiar a continuidade de Aguinaldo na relatoria, o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira (PP), preferiu articular a criação de dois Grupos de Trabalho (GTs) com total de 14 (quatorze) integrantes para que, num prazo de 60 (sessenta) dias, se inteirem e trabalhem a regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, com possibilidade de prorrogação, caso seja necessário.
Estranhamento
Aguinaldo Ribeiro, como bem lembra o Estadão, além de ter relatado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) desde o início da tramitação, em 2019, quando a proposta passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e em colegiado especial, também foi o relator designado em plenário, em 2023, quando o próprio Lira retomou a discussão da reforma. Além disso Ribeiro, conhecia todos os detalhes do texto, contava com a preferência explícita e pública do Governo Federal e, também, do mercado financeiro. Daí o estranhamento por Lira optar pela criação dos GTs.
Teses
Há uma avaliação entre deputados de que Lira teria ficado incomodado com o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter demonstrado em público preferência pelo deputado paraibano como relator do projeto principal de regulamentação. O presidente da Câmara, contudo, tem negado a interlocutores que tenha se irritado com a declaração do petista.
Deputados também afirmam que Aguinaldo seria um “nome oculto” na disputa pela sucessão de Lira e que movimentações do deputado da Paraíba nos bastidores teriam desagradado ao presidente da Câmara. A eleição da Mesa Diretora ocorre somente em fevereiro de 2025, mas as articulações já estão em andamento.
A relação entre Lira e Aguinaldo já passou por altos e baixos. Em 2021, quando o deputado alagoano se elegeu presidente da Câmara pela primeira vez, Aguinaldo apoiou Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa, depois de desistir de sua própria candidatura, mesmo sendo do mesmo partido de Lira.