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Nordeste criando futuro: Do desenvolvimento pela inovação às novas oportunidades

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Enquanto o Vale do Silício segue firme na liderança e no pioneirismo como polo de inovação e incubadora de startups, o Nordeste brasileiro vem dando largos passos na consolidação de diversos ecossistemas de inovação. Além das cidades de Salvador (BA) e Recife (PE), João Pessoa (PB) agora tem o seu próprio hub de inovação, o Farol Digital, que desponta como mais um sinal da evolução do ecossistema nordestino de startups.

A criação do Farol Digital vem como consequência de um movimento que vai além do crescimento na demanda por serviços de tecnologia e inovação. Estamos diante de uma João Pessoa e região metropolitana que se mostra muito mais madura em relação ao empreendedorismo e à necessidade de crescimento por meio da inovação.

Por outro lado, também temos uma geração de jovens que trabalham e respiram tecnologia e que desejam viver e trabalhar em seu estado de origem. Ou seja, temos o cenário de demanda e oferta perfeitos para investir no desenvolvimento de um ecossistema sólido de inovação e reter esses talentos.

Mercado em expansão
De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (AbStartups), existem cerca de 1.171 startups no Nordeste, distribuídas especialmente entre os perfis de empresas voltadas para soluções em educação, saúde e desenvolvimento de software. Ainda de acordo com a Abstartups, a maior parte delas (28,5%) atuam no modelo de SaaS – software as a service -, seguida de vendas diretas (15,7%) e marketplace (11,3%).

Outro sinal que aponta para um mercado em crescimento é a necessidade de organização de segmentos que lidam diretamente com o setor de inovação, a exemplo do marketing digital. O crescimento da Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi) é um exemplo.
Com mais de 450 empresas associadas e presente em mais de 15 estados do Brasil, a associação comemorou recentemente a criação de novas regionais nos estados do Ceará, Pernambuco e Maranhão respectivamente nos meses de agosto, setembro e outubro.

E há espaço para mais. Existe hoje um consenso entre diversos autores sobre a existência de uma relação positiva entre o nível de desenvolvimento tecnológico e o crescimento econômico das regiões. E João Pessoa, assim como o Nordeste inteiro, já mostrou que tem potencial para muito mais. Vamos ver o exemplo do Porto digital, na capital pernambucana.

Inovação e Pioneirismo
O Porto Digital foi idealizado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ainda na década de 1990, mas só foi implementado no final dos anos 2000. A ideia inicial era fazer com que as pessoas que se formam dentro do centro de informática, como engenheiros e tecnólogos, ficassem na região, ajudando a facilitar a troca de experiências e criação de novas empresas. Para conseguir seu objetivo, o projeto lançou mão de parcerias com grandes empresas, institutos e sociedade, gerando um ambiente próspero para o desenvolvimento de startups.

Rec´NPlay Festival
Um dos eventos promovidos pelo Porto Digital que comprovam a maturidade do ecossistema é o Rec’ NPlay Festival. Conhecido como o “carnaval do conhecimento” e reconhecido como um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do país, o evento reuniu participantes de dentro e fora do país e ultrapassou a marca das 600 atividades.

Ao todo, foram mais de 30 trilhas como: inteligência artificial, robótica, GovTech, metaverso, fintech, futuro da moradia, responsabilidade social, e-sports, inovação aberta, comunicação, moda, edutech, cibersegurança, entre vários outros temas. A terceira edição do evento, realizado em novembro de 2022, também contou com a participação da ABRADi Nacional.

Chegou a hora, João Pessoa
Tive a honra de participar das discussões para a formação do Hub Farol Digital desde o início e vi esse projeto nascer. Por isso, posso assegurar que este é um ecossistema, um ambiente planejado para que as pessoas se conectem, explorem ideias e o potencial criativo e empreendedor da região.

A Ideia é gerar e impulsionar negócios inovadores capazes de impactar a cultura e a economia local, além de incentivar a criação de Startups – empresas de crescimento escalável, nutridas por um forte apelo criativo e inovador.

É preciso destacar também que o Farol Digital é composto por atores de quatro eixos: governo (.gov), empresas (.com), instituições de fomento (.org) e de ensino (.edu). Além do Sebrae/PB e da Prefeitura de João Pessoa, entre os participantes estão a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), o Tribunal Regional do Trabalho 13ª Região, a Câmara Municipal, Senai e diversas empresas voltadas para inovação, com atuação local.

De exportador à pólo de investimentos

Não é de agora que a Paraíba ganha destaque quando o assunto é tecnologia. Áreas como Campina Grande com UEPB, UFPB e com o crescimento exponencial dos últimos 2 anos do PaqTcPB – A Fundação Parque Tecnológico da Paraíba e a região metropolitana de João Pessoa são conhecidas pelos investimentos em pesquisas, no âmbito acadêmico, e por serem grandes exportadores de mão de obra.

Porém, para investir na retenção desses talentos, é preciso garantir medidas que vão do estímulo ao empreendedorismo aos investimentos em infraestrutura e é esta uma das maiores missão do Farol Digital: fazer a Paraíba deixar de ser destaque na exportação de mão de obra para fazer dela um pólo de investimentos com empresas de tecnologia espalhadas em diversos ramos.

Atualmente, só a região metropolitana de João Pessoa soma mais de 3 mil empresas com o foco em inovação, especialmente em áreas como indústria, software e processos, mas há espaço para muito mais. Por isso, as parcerias entre os quatro eixos do Farol Digital se fazem tão importantes para que o projeto decole.

Alinhar o desenvolvimento econômico à inovação é um sonho possível, mas um sonho que só pode ser sonhado junto. Sem parceria, troca de ideias e a criação de novas perspectivas, não é possível sair fora da caixa. É preciso estar aberto ao novo, atento à diversidade de pensamento e à pluralidade de ideias.

E é nesse clima de empolgação de quem tem a certeza de que a inovação é um caminho muito rico e próspero para alcançarmos o desenvolvimento de diversos setores da nossa economia que eu finalizo esse texto. Porque a prerrogativa da inovação não pertence ao Vale do Silício, ou à Curitiba, São Paulo. A inovação está no nosso sangue e estamos prontos para fazer valer a força dos talentos paraibanos e nordestinos. E miremos nos bons exemplos para construir a nossa história!

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Médico ressalta benefícios ao cérebro com a prática de exercícios físicos regulares; veja dicas

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Redação do Portal da Capital

*por Gualter Ramalho (médico anestesiologista e presidente da Unimed João Pessoa)

Diversos estudos demonstram que a falta de atividade física regular produz impacto negativo na saúde do cérebro. O sedentarismo é um importante fator de risco das doenças neurodegenerativas, como: Alzheimer, Parkinson e Doença de Huntington.

A prática regular de exercícios físicos, mesmo que sejam atividades leves e de curta duração, promove diversos benefícios para o cérebro, como:

* Melhoria do fluxo sanguíneo cerebral;
* Aumento da produção de fatores neurotróficos (se proteção);
* Redução da inflamação crônica;
* Diminuição do acúmulo de beta-amiloide e proteína tau (relacionados ao Alzheimer);
* Melhoria da cognição;
* Redução do estresse;
* Diminuição do risco de depressão e ansiedade;
* Auxílio no controle do peso.

Recomenda-se a prática de 30 minutos de atividade física moderada na maioria dos dias da semana (3 a 5x/semana).

Ao adotar um estilo de vida ativo e saudável, você reduz significativamente não só o risco de doenças neurodegenerativas e AVCs, mas a ocorrência de doenças cardiovasculares, diabetes tipo II, câncer, osteoporose e doenças mentais.

A estratégia do envelhecimento ativo é fundamental para o fortalecimento da cultura da qualidade de vida. Além de aumentar capacidade produtiva, amplia a perspectiva da longevidade!

Não sou afeito à repetição robotizada de algumas práticas de exercícios, como a esteira, mas adoto a estratégia de mudança gradual do estilo de vida, como ferramenta indispensável para a saúde…

O sedentarismo é uma espécie de câncer, mata aos poucos e, por vezes, de forma silenciosa.

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Humanização de marca em campanhas políticas: como fugir do “pastel com caldo de cana”?

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Redação do Portal da Capital

* Por Alfredo Albuquerque – especialista em marketing de influência e humanização de marca – assessor de imprensa – gestor de Relações Públicas

As campanhas políticas hoje têm se tornado verdadeiro show de apresentação e montagem de identidades. O que não cabe mais na publicidade eleitoral.

À medida que o período eleitoral se aproxima, percebe-se o nascimento de figuras ávidas para apresentar trabalhos feitos, obras para sua comunidade e competência para ocupar um lugar na cadeira do poder legislativo ou executivo. E, o que antes havia uma briga exclusiva para mais tempo de televisão e rádio nas campanhas eleitorais, atualmente a disputa está em como prender a atenção do público eleitor nas redes sociais: posts, fotografias, vídeos curtos, vídeos mais longos, e narrativas diversas. Muitos ainda utilizam a técnica de semelhança e pertencimento com o povo por meio da clássica visita à feira central e a fotografia comendo pastel e tomando caldo de cana como elemento de proximidade com o público.

A fim de apresentar competência para merecer um voto e ocupar uma cadeira no poder legislativo e executivo, os candidatos forjam identidades para poder se colocar como o representante ideal, e – nesse sentido – o pleiteante lança à mão tudo o que lhe é possível e permitido por lei: visitas às instituições de caridade, abraços em mendigos até bronzeamentos artificiais para se colocar como pessoa preta e conseguir o voto da classe.

Alfredo Albuquerque, gestor de relações públicas especializado em marketing de influência e humanização de marca, afirma que “atualmente, é necessário mais do que uma simples visita em tempo de pleito eleitoral para prender a atenção do eleitor, pois devido às redes sociais, um elemento da comunicação pós-massiva – na qual a estrutura de emissão e recepção são invertidos simultaneamente – o público eleitoreiro quer e precisa ter acesso aos atos da gestão de modo mais transparente, adequado a sua compreensão e apresentado de forma direta e facilitada como é feito nas redes sociais. O exemplo disso é o prefeito da cidade do Recife, João Campos.

Sucesso nas redes sociais, o prefeito da capital pernambucana se destaca pela forma que se apresenta para o seu público: acessível, linguagem simplificada e orgulhoso de pertencer à comunidade que o elegeu, fazendo das suas mídias um portal de conexão e também o principal meio de divulgação das suas obras. Além disso, o prefeito estabelece um relacionamento muito próximo aos moradores da capital pernambucana: come em barracas encontradas nos bairros e comunidades que transita, faz dancinha com crianças e adolescentes com os ritmos oriundos das periferias recifenses, como o bregafunk, e, no carnaval – atendendo um desafio lançado por MC Neiff, João Campos “nevou”: pintou o cabelo de loiro platinado para acompanhar a trend presente entre os jovens da periferia que o fazem em ocasiões festivas como o Reveillon e Carnaval.

Segundo um levantamento feito pela agência Ativa Web feito em 2023, especializada em marketing digital, João Campos é o prefeito mais seguido e engajado dentre os prefeitos do Nordeste.

De acordo com dados levantados pela pesquisa, a taxa de engajamento – que leva em consideração uma equação entre o número de seguidores, comentários e compartilhamentos – é de 5, 87%, a média de curtida é de 116.464. Esse sucesso e alcance se dá pela linha editorial adotada pelo jovem político, que foi escolhida com base na humanização de marca e marketing humanizado, vertentes da comunicação que buscam a semelhança e compatibilidade da marca, pessoal ou organizacional, com o seu público e centram as suas atividades com foco no ser humano.

Contrariando as imagens e máximas dos candidatos que só visitam casas da periferias, festas populares e feiras livres exclusivamente em tempo de campanha, o prefeito da capital pernambucana utilizou a sua personalidade jovem e descontraída para humanizar a sua comunicação e desenvolver uma estratégia de marketing humanizado que pudesse se conectar com o maior de número de pessoas nos diferentes níveis de idade e formação.

Ainda segundo o gestor de relações públicas “a estratégia de marketing fez com que o trabalho com a gestão de marca e reputação fosse poupado em período de pré-campanha, caracterizado pelas ‘firulas’ publicitárias por parte dos candidatos, pois foi executada em quatro anos sem a necessidade de grandes esforços para a reeleição no ano de 2024“.

O foco dessa matéria é discutir o modo como os candidatos escolhem para se apresentarem mais humanos e pertencentes à comunidade que ele deseja representar e gerir. Os principais temas a serem discutidos nesta pauta são a humanização de marca; marketing de influência; marketing político; legislação para a atividade de marketing em tempo de eleição; estratégia de marketing; e João Campos. E, para uma melhor reflexão, algumas perguntas devem vir à tona:

1. O que humanização de marca?
2. O que é marketing de influência?
3. O que fazer na pré-campanha?
4. Por que o “pastel com caldo de cana” é tão discriminado? E porque virou meme?
5. Qual o diferencial de João Campos?
6. O que um candidato deve fazer para ter sucesso no marketing e na humanização de marca?

 

 

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Certezas e dúvidas nas decisões do pastor Sérgio

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Depois de alguns aparentes contratempos, o pastor Sérgio Queiroz anunciou como será a participação do partido Novo nas eleições municipais em João Pessoa, o que equivale dizer como se dará sua participação, uma vez que ele encarna a legenda na Capital. Se dispôs a ser candidato a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Havia quem apostasse na candidatura a prefeito. O pastor descartou a possibilidade na entrevista, dando a entender que a ideia habitava o território de seus desejos e de amigos. Deve ter entendido, porém, que, na política, muitas decisões esbarram em esquemas grupais e não observam condições mais objetivas. As poucas pesquisas divulgadas indicavam o pastor Sérgio Queiroz mais bem posicionado, mas o esquema bolsonarista , com intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem o ex-ministro Marcelo Queiroga como o candidato a prefeito. Barreira intransponível nesse momento.

O pastor Sérgio se esforçou para explicar as razões de sua decisão. A interpretação mais aproximada da realidade é a que ele atendeu aos anseios de direita conservadora e do bolsonarismo, aos irmãos de seu movimento religioso e ainda deixou espaço para atender seus próprios interesses. Será candidato para ajudar o PL; imagina que, apenas como candidato a vice-prefeito, não precisará se ausentar de ações e missões, e ainda terá tempo para rodar na campanha eleitoral por outros municípios, preparando o projeto de ser candidato a senador em 2026.

Nunca assumirá, mas o pastor Sérgio parece ter decidido com o propósito de restabelecer a plenitude de suas relações com Bolsonaro, avariada por ocasião da passagem do ex-presidente pela a Paraíba há menos de duas semanas.

Apesar de justificada as razões da decisão, restou a impressão que o pastor Sérgio ainda não se encontra plena e satisfatoriamente encaixado na aliança do Novo com o PL. Talvez por isso tenha feito um anúncio unilateral, sem a presença de Queiroga e dos deputados do PL (Cabo Gilberto e Valber Virgulino). Durante a coletiva, não se esforçou para dar importância ao ex-ministro Marcelo Queiroga, seu candidato a prefeito, e antecipou exigências sobre o tom da campanha.

É neste ponto que talvez resida a divergência mais expressiva do entre o pastor Sérgio e o bolsonarismo mais radical. Ele se posiciona contra a polarização da campanha entre direita e esquerda ou entre bolsonarismo e lulismo. Defende uma campanha focada nos problemas da Capital. Essa divergência tem tudo para se tornar insuperável. Queiroga tem a candidatura como missão para ajudar Bolsonaro e parece convencido que o êxito depende integralmente do ex-presidente.

Pode-se indagar: qual o futuro dessa aliança do Novo com o PL? Vai depender do desempenho do ex-ministro Marcelo Queiroga nas pesquisas. Se melhorar bem nos próximos dois meses, estará resolvida. Se não, pastor Sérgio voltará a ser acionado como candidato a prefeito.

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