Insatisfeitas com o Criança Feliz, ao menos 41 prefeituras que haviam aderido ao programa, inclusive com recebimento de recursos, desistiram de participar. São cidades de sete estados, entre os quais não está o Rio de Janeiro. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), outras 66 cidades estudam se retirar do programa, segundo O Globo. O Criança Feliz tem como madrinha a primeira-dama Marcela Temer.
Entre os que saíram, os principais motivos são a necessidade de aportar recursos próprios e a identificação da existência de projetos semelhantes. Felipe Ramos, secretário municipal de Assistência Social de Ourinhos (SP), conta que uma análise mais detida das regras do programa levou a cidade a pedir o descredenciamento e a devolver os R$ 40 mil que já tinham sido depositados:
— Fizemos os cálculos e verificamos que cerca de 85% dos custos com as equipes ficariam descobertos. Além disso, temos o Vivaleite, que é um programa do governo estadual que já faz esse acompanhamento das crianças.
Romi Rhode, secretária de Assistência Social em Ijuí (RS), também devolveu os recursos. A adesão havia sido feita na gestão anterior. Quando a atual equipe assumiu a prefeitura, em janeiro, decidiu por recuar:
— O repasse é somente para as visitas e nós não temos recursos para formar o grupo técnico, com assistentes sociais e outros profissionais, para que o programa fosse realmente de qualidade.