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Com fermento natural, queijo de cabra expressa terroir do Nordeste

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“A nossa ideia foi dar condições para que fosse produzido no Nordeste um queijo 100% brasileiro, pois atualmente a maioria das queijarias artesanais trabalha com fermentos importados”, explica Antonio Egito, do Núcleo Regional Nordeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, de Sobral, no Ceará.  O pesquisador já morou na França, onde se encantou pela preservação dos produtos de terroir, e de onde voltou com o sonho de viabilizar algo semelhante no Brasil.

As cabras vivem no clima semiárido do Nordeste. FOTO: Joaquim Dantas/Fazenda Carnaúba

No Nordeste, Egito se uniu ao produtor de queijos Joaquim Dantas, da Fazenda Carnaúba, localizada no município de Taperoá, na Paraíba, para descobrir quais são as boas bactérias lácteas da região, destaca reportagem da coluna Paladar, do Estadão. “A surpresa foi descobrir também os efeitos medicinais dos queijos com os fermentos locais”, ressalta Joaquim.

Queijos potencialmente probióticos da Fazenda Carnaúba. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

Professor Egito, Karina Olbrich (Embrapa) e Monica Tejo (UFCG) lideram um grupo de pesquisadores que tem trabalhado com intuito de validar microrganismos autóctones com potencial para fabricar novos tipos de queijos na Paraíba.

Uma das vantagens de trabalhar com fermentos naturais, que contêm microrganismos selvagens do próprio território, é ver que o queijo pode ganhar notas, aromas e sabores únicos daquele lugar. Essas nuances não podem ser reproduzidas com “pacotinhos” de fermentos lácteos industriais (fabricados por multinacionais).

Após a coleta de microrganismos autóctones, os pesquisadores já identificaram alguns potencialmente probióticos. “Agora estamos na segunda fase, que é testar estes microrganismos nas queijarias.” Uma das bactérias identificadas – o Lactobacillus rhamnosus EM1107 – foi liofilizada para ser utilizada em fabricação de queijos de cabra de massa semi-dura na Fazenda Carnaúba, feitos com leite cru e pasteurizado.

Joaquim e seu filho, que já aprende a manejar as cabras. FOTO: Joaquim Dantas/Fazenda Carnaúba

Os queijos da pesquisa mantiveram as mesmas características físico-químicas do queijo de coalho tradicional. Nas degustações experimentais, tiveram boa avaliação nos atributos de cor, aroma, sabor e textura. “O queijo teve ainda maior homogeneidade, consistência e intensidade de sabor após 28 dias de cura do que os exemplares produzidos com fermento do comércio”, explica Joaquim. A meta do produtor é aumentar ainda mais o tempo de cura, chegando aos 90 dias, para intensificar o sabor. “O Brasil é riquíssimo em micro biodiversidade, estamos apenas descobrindo a microflora, nosso queijo será mais autêntico com as bactérias locais”, diz ele.

Queijos de cabra da Fazenda Taperoá. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

As descobertas não param no sabor e aroma do queijo. Um segundo experimento com a mesma estirpe (Lactobacillus rhamnosus EM1107) comprovou que ela tem efeito protetor da digestão e inibe o crescimento de bactérias patogênicas, particularmente Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes.

A Paraíba é o primeiro estado em produção de leite de cabra no Brasil. FOTO: Joaquim Dantas/Fazenda Carnaúba

Um terceiro estudo, dessa vez na região do Jaguaribe, no Ceará, sobre os peptídeos do queijo de coalho (componentes originários das proteínas do leite que se degradam na cura), comprovou que eles são antimicrobianos e que podem aumentar a imunidade do consumidor. “Eles também têm capacidade anti-hipertensiva”, explica Egito. Seis estirpes diferentes já estão liofilizadas para serem testadas.

Terroir nordestino

O objetivo, depois de finalizada a pesquisa, é ter elementos científicos que justifiquem uma denominação de origem para os queijos fabricados com fermentos do local. “Esses resultados são um fator importante para determinar a autenticidade deste queijo brasileiro.” Segundo o pesquisador, o queijo de coalho de Jaguaribe, no Ceará, com comprovada propriedade anti-hipertensiva e antimicrobiana, é diferente do queijo de coalho produzido em Pernambuco, por exemplo. “Portanto, o queijo de Jaguaribe é único!”, ressalta Egito.

O principal alimento dos rebanhos da fazenda Carnaúba é a palma forrageira. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

*A experiência na Fazenda Taperoá acontece em cooperação técnica com a participação do Núcleo Regional Nordeste da Embrapa Caprinos e  Ovinos (Campina Grande-PB) da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), Fazenda Carnaúba,  Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), UFPB, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a  Incubadora de Agronegócios das Cooperativas, Organizações Comunitárias, Associações e Assentamentos Rurais do Semiárido da Paraíba (IACOC).

Artigos publicados na Science Direct Review

Peptide profile of Coalho cheese: A contribution for Protected Designation of Origin (PDO). Maria A. Fontenele, Maria do S.R. Bastos, Karina M.O. dos Santos, Marcelo P. Bemquerer, Antonio S. do Egito.

Survival of Lactobacillus rhamnosus EM1107 in simulated gastrointestinal conditions and its inhibitory effect against pathogenic bacteria in semi-hard goat cheese. Fernanda Rodrigues Leite Rolim, Karina Maria Olbrich dos Santos, Samuel Carneiro de Barcelos, Antonio Sílvio do Egito, Thais Santana Ribeiro, Maria Lúcia da Conceiçao, Marciane Magnani, Maria Elieidy Gomes de Oliveira, Rita de Cassia Ramos do Egypto Queiroga.

Potentially probiotic goat cheese produced with autochthonous adjunct culture of Lactobacillus mucosae: Microbiological, physicochemical and sensory attributes. Georgia Maciel Dias de Moraesa, Karina Maria Olbrich dos Santos, Samuel Carneiro de Barcelos, Silmara Azevedo Lopes, Antônio Silvio do Egito.

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Com problemas financeiros na PB e outros Estados do país, Grupo Coteminas pede recuperação judicial

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Redação do Portal da Capital
O grupo Coteminas entrou com pedido de recuperação judicial e, segundo a empresa comunicou a seus acionistas na quarta (08/05), o pedido de proteção cautelar foi deferido na terça-feira (07/05).
A empresa enfrenta sérios problemas financeiros e chegou a ser alvo de audiências públicas na Paraíba, Minas Gerais e Santa Catarina, onde tem fábricas. E, é figura central em relatos sobre atraso de salários, 13º, não pagamento de férias e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) a funcionários. Só em João Pessoa, mais de 600 funcionários da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), sofrem com o problema desde o mês de setembro de 2023.
A mesma empresa também realizou, em 2023, diversas demissões nos Estados de Minas Gerais e Santa Catarina, onde o MPT também acompanha os casos. A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) foi fundada em 1967, em Montes Claros (Minas Gerais). Além de Montes Claros (MG), possui unidades em João Pessoa e Campina Grande (PB), Natal e Macaíba (RN), Blumenau (SC), e uma na Argentina. Conforme informações no site da empresa, o grupo é dono de marcas conhecidas, como Santista, Artex, MMartan e Casa Moysés.

Recuperação judicial

No fato relevante encaminhado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a companhia não informa onde foi feito o pedido ou o nome do juiz ou juíza que aceitou parcialmente sua requisição. Também não diz qual o total de dívidas a serem renegociadas com a intermediação do judiciário.

O grupo Coteminas, lembra a Folha, é presidido por Josué Gomes da Silva, hoje no comando da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Em meados do ano passado, o anúncio de que a companhia havia fechado um acordo para produzir para a asiática Shein no Brasil surpreendeu o mercado, uma vez que a empresa já passava por dificuldades e acumulava pausas em suas fábricas.

O extrato da decisão incluído no comunicado determina a suspensão de todas as ações e execuções contra a Coteminas e as demais empresas do grupo –o documento cita nominalmente apenas a Ammo Varejo, que vende as marcas Santista, Artex e Mmartan, mas o grupo inclui a Santanense e a Springs Global (companhia-mãe, que combina a Coteminas com a americana Spring US).

A Coteminas diz que um fundo de investimentos notificou as empresas do grupo do vencimento antecipado de debêntures emitidos pela Ammo Varejo em maio de 2022, e a transferência de ações por valor irrisório.

Segundo o comunicado, a companhia têxtil contranotificou o fundo porque não estaria configurado o vencimento antecipado de dívidas.

“Conforme já amplamente informado, desde o fim da pandemia, a companhia vem tendo seus negócios negativamente impactados pela combinação de fatores adversos que acarretaram dificuldades financeiras”, diz a Coteminas no documento.

O pedido de RJ, segundo a empresa, busca “garantir as atividades empresariais e os ativos das companhias e suas controladas”.

Na decisão judicial apresentada pelo grupo, ficou decidido que vencimento antecipados das debêntures e consolidação da propriedade das ações era impossível “não só pelas questões contratuais, mas por serem caracterizadas como ativos essenciais”.

Isso, segundo a decisão, equipara-se a bens de capital essenciais ao desenvolvimento das atividades do grupo.

O acordo com a Shein incluiu um empréstimo de US$ 20 milhões (cerca de R$ 100 milhões à época) para as operações da Santanense, companhia de tecidos para uniformes que integra o grupo.

Josué estava sentado à mesa no Ministério da Fazenda quando o titular da pasta, Fernando Haddad, anunciou que o governo recuaria do fim da isenção para presentes importados e que a Shein nacionalizaria sua produção.

Outras entidades ligadas a indústria, como a Fiemg (indústria de Minas Gerais) e Abit (indústria têxtil), ou Abvtex (varejo têxtil), são contrários ao benefício fiscal concedido às empresas estrangeiras no programa Remessa Conforme, que isenta de imposto de importação as compras de até US$ 50.

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Diogo Nogueira apresenta releituras da carreira em show no Teatro Pedra do Reino no próximo domingo

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Redação do Portal da Capital

O cantor e compositor Diogo Nogueira fará um show em João Pessoa no dia 12 de maio, a partir das 19h30, no Teatro Pedra do Reino. O artista traz o samba da Bahia junto com releituras de hits de sua carreira como “Pé na Areia”, “Alma Boêmia” e “Clareou”.

Além dos clássicos, Diogo Nogueira também apresenta canções de seu mais recente álbum, intitulado de “Sagrado”, que resgata as raízes do samba do cantor.

Diogo também traz de volta a dança, um fator presente em seus shows. Para a Tour 2024, a dança será celebrada com as coreografias do ballet da companhia de dança Leandro Azevedo – ator, dançarino, coreógrafo e professor.

Ingressos;

Os ingressos para o show de Diogo Nogueira custam de R$ 90 a R$ 320, podendo ser comprados na loja Mioche do Mag Shopping ou pelo site Bilheteria Digital.

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Mercado digital: MSoluções recebe reconhecimento da Hotmart e consolida posição entre as 15 maiores

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Redação do Portal da Capital

A MSoluções, agência sediada na Paraíba e especializada em educação online e lançamentos digitais, conquistou pela segunda vez consecutiva um lugar de destaque entre as 15 principais empresas do mercado, segundo a Hotmart, a principal plataforma de venda de produtos digitais no Brasil. A MSoluções é também a única empresa da região Nordeste a receber essa premiação.

O reconhecimento foi celebrado durante o Hotmart Awards: Partners Edition 2024, realizado em 7 de maio no Espaço Trio One, na capital paulista. A MSoluções foi selecionada em função dos excelentes resultados alcançados em 2023, destacando-se como uma das agências mais proeminentes do cenário digital brasileiro.

Essa não é a primeira vez que a MSoluções é reconhecida pela Hotmart. Ao longo de seus 8 anos de parceria com a plataforma, a agência acumula sete premiações por seu desempenho excepcional.

“Vejo este prêmio como a consolidação do trabalho eficaz de uma equipe forte e capacitada. Estamos extremamente felizes por estar aqui novamente, ansiosos para impulsionar as pessoas na realização de seus sonhos por meio da educação digital. A placa de reconhecimento por resultados financeiros é um sinal de que estamos no caminho certo, acertamos o processo e o produto. Estar entre as 15 maiores empresas do mercado digital, e como única representante do Nordeste, consolida nossa posição como uma empresa forte, eficiente e competitiva”, afirmou Tiago Mendes, CEO da MSoluções.

A premiação representa o encerramento de um ano de dedicação e comprometimento para todos na agência, além de servir como impulso para um 2024 ainda mais promissor. Mendes foi acompanhado de sua esposa, sócia e diretora financeira/administrativa da empresa, para representar os demais colaboradores.

“Iniciar o ano com este prêmio fortalece ainda mais nossa parceria com a Hotmart, que está constantemente buscando evolução, inovação e tecnologia em todos os processos”, concluiu Mendes sobre as expectativas para o futuro da parceria.

O evento foi uma noite especial de celebração da Creator Economy e dos parceiros que impulsionam essa indústria tão importante. “Estamos entusiasmados em homenagear nossos parceiros de negócios que ajudam os criadores a alcançar todo o seu potencial. O Hotmart Awards: Partners Edition 2024 é uma celebração do nosso compromisso em apoiar e incentivar o sucesso dos nossos parceiros”, declarou João Pedro Resende, CEO e co-fundador da Hotmart.

Ainda este ano, Tiago embarcará para Miami junto com outros líderes de mercado para participar do Hotmart Explorer 2024, um evento exclusivo de networking, negócios e experiência, projetado para moldar o futuro dos negócios no mercado digital.

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