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A nova geografia eleitoral no Brasil e nos EUA
O calendário político brasileiro e norte-americano encerra o mês com uma nova geografia eleitoral. Os resultados expressam novas prioridades da maioria da população de ambos os países. Seja nas eleições majoritárias nos Estados Unidos, seja nas eleições proporcionais no Brasil, as novas lideranças eleitas expressam o movimento de preferências do eleitor.
A maior parte do eleitor norte-americano interrompeu a onda conservadora representada pela fração do partido republicano na figura do presidente Donald Trump. Em uma eleição disputada voto a voto, frustrar a possibilidade de um segundo mandato de Trump é um sinal de que o eleitor estratégico, situado nos estados chave, engajou-se em mudar o comando da Casa Branca para os democratas.
Em parte, esse resultado deve-se a estratégia eleitoral dos democratas de usar os votos pelo correio, como uma fórmula de facilitar o voto. Uma decisão tática que se utilizou das características do modelo de votação facultativo a favor de Joe Biden. Promover incentivos para o eleitor votar é um dos fundamentos do sucesso eleitoral nesse sistema.
Em segundo lugar, esse eleitor identificou a marca central da campanha: moderação e inclusão. Biden foi identificado por esse eleitor como o político de perfil moderado, disposto a costurar acordos e governar para toda população. Em contraste ao perfil de ruptura e de centralização de Donald Trump. Mas foi sobretudo das ruas, da força social da população negra, e dos movimentos que ocuparam as ruas dos EUA, após a morte de George Floyd, que o partido democrata soube incorporar para a candidatura o nome da vice-presidente e potencial presidenciável para 2024 a procuradora Kamala Harris.
Em meio ao choque exógeno da pandemia, a desaceleração econômica global e a crise humanitária deriva dos impactos desse evento. Os Estados Unidos redirecionaram os rumos da Casa Branca.
A semana seguinte foi a vez do eleitor brasileiro se manifestar. As eleições para vereadores e prefeitos no Brasil redefiniu a Geografia eleitoral dos municípios brasileiros. Um termômetro para as eleições majoritárias de 2022. Assim como o novo perfil dos cabos eleitorais, que representam a base política de deputados, senadores, governadores e presidente. O federalismo brasileiro move-se politicamente pela influência mútua, entre a força da elite política municipal e estadual. A elite municipal é a ponta do contato com o eleitor e o termômetro partidário do sistema. A elite estadual é o corpo e o cérebro desse sistema.
E qual é a nova fotografia da base municipal desse sistema político-eleitoral? Um avanço dos partidos de centro-direita, uma perda de força da direita extrema e uma reacomodação das novas forças da esquerda nos executivos municipais. O símbolo desse movimento pode ser ilustrado pelo crescimento do partido Democrata, ocupando mais de 400 prefeituras no Brasil e a perda de força do Partido dos Trabalhadores, ocupando menos de 200 prefeituras. Em 2012, esses números eram 200 e 600, respectivamente.
No caso da ascensão de novas lideranças de esquerda, o caso da disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo, que é historicamente o município com maior potencial de projetar candidatos a presidente, a candidatura de Guilherme Boulos pelo PSOL é o símbolo desse movimento.
Enfim, estabelecer paralelos entre dois países e sistemas políticos com histórias próprias, é uma tarefa controversa. Cada qual possui uma dinâmica interna própria. No entanto, a cronologia das últimas semanas impôs essa comparação. Apesar de habitarmos em territórios separados, existe um grau de interdependência, que conecta os indivíduos. Os veículos de comunicação, a mídia internacional, os fluxos migratórios, as relações comerciais, a cooperação política, as relações diplomáticas, diminuem essas distâncias e forçam o contato e os impactos. Claro, isso ocorre mais do norte para o sul. Da potência global para a potência regional.
Entretanto, encontramos paralelos. A nova Geografia eleitoral nos EUA e no Brasil representa um movimento de retorno a uma direita moderada e a formação de novas lideranças progressistas com potencial de crescimento para os anos futuros. Biden e Harris representam isso nos EUA. O espaço ocupado pelo centrão, acompanhado de lideranças progressistas com potencial de projeção nacional, como é o caso do PSOL, é o símbolo desse movimento no Brasil.
Autor: André Frota é professor de Relações Internacionais, Ciência Política e Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter.
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Bolinha e Inácio derretem na reta final
A eleição que ocorre neste domingo em Campina Grande marca mais um fenômeno de reta final de campanha eleitoral: a forte transferência de votos para os candidatos que lideram as disputas. Enquanto Bolinha (NOVO) tende a desidratar transferindo os seus votos para Bruno Cunha Lima (UNIÃO), o crescimento de Dr. Jhony (PSB) sempre foi na transferência dos votos de Inácio Falcão (PcdoB).
Segundo analistas políticos, há uma forte tendência do eleitorado em terminar a eleição em primeiro turno, por isso essa movimentação de última hora é natural em circunstâncias como essa. “O prefeito Bruno Cunha Lima, que disputa a reeleição, lidera com folga todas as pesquisas de opinião e isso pode ser determinante para o eleitor encerrar o pleito neste domingo”, avaliou um analista político.
O candidato Artur Bolinha disputa a eleição pela quarta vez, e em todos os pleitos enfrentou o mesmo problema. Agora com um agravante: Bruno Cunha Lima representa seu campo ideológico e tem mais musculatura para vencer já no domingo. “O eleitor de Bolinha neste momento está refletindo se vale a pena o voto nele, porque pode ser que Bolinha seja o responsável pelo segundo turno, permitindo a esquerda avançar em Campina Grande”, conclui.
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Dia Mundial dos Animais: como lidar com o luto por animais de estimação
A relação afetiva entre humanos e seus pets pode ser tão forte quanto aquela com outros membros da família, e o luto por um pet pode ser profundo quanto a perda de um ente querido. No Dia Mundial dos Animais, celebrado em 4 de outubro em homenagem a São Francisco de Assis, padroeiro dos animais, o Morada da Paz, referência no segmento funerário, destaca a importância de reconhecer e acolher o luto por pets, oferecendo suporte emocional aos tutores enlutados.
Simône Lira, psicóloga especialista em luto do Morada da Paz, explica que é fundamental reconhecer o luto pela perda de um pet como um processo legítimo. “Muitas vezes, a sociedade tende a minimizar essa dor, mas para quem convive diariamente com um pet, a relação é baseada em afeto e cuidado.
Quando esse laço se rompe, o impacto emocional pode ser imenso. O primeiro passo é validar o luto e buscar apoio, seja com familiares, amigos ou profissionais especializados”, destaca Simône.
Pensando em facilitar o acesso a uma despedida digna aos animais de estimação, a Assistência Funeral Morada da Paz Essencial oferece o serviço de cremação pet em todos os seus planos, com valores a partir de R$ 29,90. Já o Morada da Paz Pet vai além, oferecendo não apenas a cremação, mas também a realização de homenagens personalizadas, que ajudam a eternizar a história vivida entre tutor e animal. “Nosso objetivo é proporcionar um espaço de respeito e acolhimento, permitindo que os tutores honrem esse vínculo e ajudando a encerrar o ciclo de maneira respeitosa,” comenta Jarlyson Rocha, gerente comercial do Morada da Paz.
A cremação de animais de estimação tem se tornado uma opção cada vez mais popular entre tutores que desejam uma despedida simbólica e respeitosa. De acordo com o Instituto Pet Brasil, o número de pets no país cresceu significativamente nos últimos anos, totalizando mais de 139 milhões de animais de estimação, o que também impulsionou a procura por serviços funerários para pets, como a cremação. Além de garantir o destino adequado às cinzas, essa prática oferece conforto emocional às famílias, permitindo que mantenham uma memória afetiva viva em relação ao animal.
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Em meio ao caos, uma notícia ligeiramente alvissareira
Já houve quem colocasse o jornalismo profissional na UTI e decretasse a supremacia absoluta das redes sociais em campanhas eleitorais e o veículo através do qual o brasileiro definitivamente buscava informações sobre política.
Não é assim. Ainda bem. A TV cresceu de importância na atual campanha, se constituindo na fonte pela qual o eleitor mais se informa sobre política. Além de canal de notícias, os debates na TV ganharam atenção na campanha deste ano e a propaganda eleitoral acabou decisiva nas capitais e grandes cidades.
Sobre esse último item, a Folha de S. Paulo publicou algumas notícias revelando que o prefeito Ricardo Nunes (SP) havia se beneficiado com o início da propaganda na TV (ele tem 6 dos 10 minutos no guia eleitoral), tendo, com isso, melhorado nas pesquisas. Em 20 de setembro, a Veja publicou noticia com a manchete “Colocado em xeque após redes sociais, horário eleitoral mostra força”. No subtítulo veio o registro da importância da televisão: “Propaganda na TV alavanca candidatos nas capitais em disputas acirradas”.
O mais importante, porém, é a comprovação, através das pesquisas eleitorais, que o eleitor acessa muito mais a televisão como veiculo para se informar sobre política, o que também demonstra a confiança depositada no jornalismo profissional.
Um recorte de um quesito de pesquisas do instituto Quaest sobre os hábitos dos brasileiros em relação à mídia, levantamentos aplicados na maioria das capitais entre agosto e setembro, mostra claramente como a imprensa nacional se recuperou diante do cenário registrado de 2018, onde pareceu prevalecer as redes sociais.
As diferenças são tênues, mas as redes sociais já não aparecem avassaladoras. Em agosto, em São Paulo, 39% da população revelou se informar sobre política pela televisão e apenas 28% pelas redes sociais. Em Recife, agora em setembro, a audiência foi de 43% (TV) contra 35% (redes sociais). No Rio de Janeiro, o placar ficou em 39% a 30% em agosto, 42% a 27% no início de setembro e empatou em 34% e 33% na semana passada. Em Porto Alegre, no sul do país, em agosto, 37% se informavam sobre política pela TV e 31% pelas redes sociais. Em João Pessoa, a campanha começou com maior audiência para as redes sociais (41% a 38%), mas a televisão se impôs e ficou à frente nas últimas semanas de setembro (37% a 33%). Essa variação se registra em praticamente todas capitais.
Os sites, blogs e portais de notícias, que o pesquisador apresentou em coluna separada, apareceu com índices de audiência entre 10% e 14%. Interessante porque são veículos que também apresentam estrutura com características de jornalismo profissional.
A nota triste fica para o radio, veículo que está sendo acionado por diminuto público entre 3% e 4% para se informar sobre política.
De qualquer forma, números e fatos estão mostrando na atual campanha que o jornalismo profissional é efetivamente o melhor caminho para se combater as fake news e a desinformação.