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Nilvan mantém seu cacife para a disputa mas está carente de um partido

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* Por Nonato Guedes

Em tese, o comunicador Nilvan Ferreira mantém seu cacife para a disputa à prefeitura de João Pessoa em 2024, sendo tido como um forte postulante, principalmente junto a camadas periféricas do eleitorado e a segmentos de oposição ao atual prefeito Cícero Lucena (PP). O problema é que Nilvan é um pré-candidato carente de partido pelo qual possa respaldar sua pretensão. Ainda filiado ao PL, ele tem sido “cristianizado” pelas cúpulas estadual e nacional, que parecem apostar fichas no nome do médico Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro. Versões dão conta de que o boicote a Nilvan levou-o a ser excluído das inserções do PL em meios de comunicação que deverão ser exibidas este mês, dentro do espaço institucional conferido, por lei, à agremiação. No contraponto, Queiroga teria assegurada a sua aparição em rádio e TV.

Ferreira insiste em permanecer no PL e sustentar seu projeto de candidatura no próximo ano, mas não pode ignorar que está sendo minado internamente, com o risco de ser imolado na etapa crucial de definições. Ele está em rota de colisão com o presidente estadual, deputado federal Wellington Roberto, e não tem tido respaldo da direção nacional, presidida por Valdemar Costa Neto. Por fim, são recorrentes manifestações do ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrando preferência pelo nome do seu ex-ministro que ganhou projeção nacional, mesmo de forma polêmica, na eclosão da pandemia de covid-19. A mulher de Bolsonaro, Michelle, promoveu um evento do PL Mulher em Cabedelo em que rasgou elogios a Queiroga, embora não oficializando o lançamento de sua pré-candidatura na Capital paraibana. Queiroga prometeu abrir canal de diálogo com Nilvan e outros supostos pretendentes do PL como o deputado federal Cabo Gilberto Silva e o deputado estadual Walbber Virgolino, mas não há registro de avanço em entendimentos, muito menos de perspectiva de um pacto de unidade com vistas ao pleito futuro.

Pressentindo sintomas de “queimação” dentro do PL, o comunicador deflagrou conversas com o senador Efraim Filho, presidente do União Brasil na Paraíba, e com expoentes de outros partidos, mas não extraiu garantias sólidas de apoio ou acenos de compromisso para oficialização da sua pré-candidatura. Nilvan optou, então, por resistir no Partido Liberal, juntamente com Cabo Gilberto e Walbber Virgolino, agitando, inclusive, o argumento de que o critério para escolha de candidatura em João Pessoa deve ser o da pesquisa como termômetro das preferências populares. O comunicador continua fiel à liderança política do ex-presidente Jair Bolsonaro e evita passar recibo de desapontamento com sua postura em relação ao processo eleitoral na Paraíba, mas a verdade é que sua situação é desconfortável do ponto de vista de garantias para enfrentar novamente o páreo. O que circula é que Nilvan está esgotando o tempo de que dispõe sobre filiação partidária para tentar reverter um cenário que, a dados de hoje, lhe é francamente hostil ou desfavorável, não obstante o capital eleitoral que construiu em dois pleitos consecutivos.

A sua estreia na disputa política-eleitoral na Paraíba deu-se em 2020, quando ele logrou avançar para o segundo turno contra o candidato Cícero Lucena, alcançando uma votação expressiva e respeitável que chamou a atenção dos analistas políticos e dos dirigentes de partidos. Por essa época, Ferreira procurou identificar-se como um candidato de direita, afinado com bandeiras extremamente conservadoras, e, no paralelo, como discípulo do então presidente Jair Bolsonaro e das suas ideias. Buscou credenciar-se no confronto direto com segmentos de esquerda do Estado e como opositor do governador João Azevêdo (PSB) e de Cícero Lucena. Em 2022, deslumbrado com a sua performance nas eleições anteriores, arriscou disputar o governo do Estado, tendo tido uma performance razoável, mas insuficiente, desta feita, para leva-lo ao segundo turno, que acabou sendo polarizado pelo governador João Azevêdo com o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, do PSDB. Em termos partidários, Nilvan já transitou pelo MDB, pelo PTB e, ultimamente, pelo PL, e detém um estilo personalista de fazer política, procurando beneficiar-se da popularidade nos meios de comunicação.

Se a definição partidária de Nilvan segue sendo uma incógnita, diante dos problemas de percurso que ele enfrenta, sobretudo no PL, não parece haver dúvidas quanto à sua participação na disputa eleitoral do próximo ano em João Pessoa. Sua opção política está consolidada e sua estratégia é focar no alcance de postos majoritários – a nível municipal ou estadual, desprezando oportunidades que poderia ter em eleições proporcionais, como candidato, por exemplo, a deputado federal ou a deputado estadual. Um outro dilema para Nilvan é o de agregar sob sua liderança figuras que se destacam no espectro da direita ou no ambiente político conservador da Paraíba. Ele não parece dar importância aos obstáculos. De concreto, persegue uma jornada que o seu próprio eleitorado não tem ideia de como culminará, face às lacunas que permeiam o projeto que busca, avidamente, concretizar.

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Certezas e dúvidas nas decisões do pastor Sérgio

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Depois de alguns aparentes contratempos, o pastor Sérgio Queiroz anunciou como será a participação do partido Novo nas eleições municipais em João Pessoa, o que equivale dizer como se dará sua participação, uma vez que ele encarna a legenda na Capital. Se dispôs a ser candidato a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Havia quem apostasse na candidatura a prefeito. O pastor descartou a possibilidade na entrevista, dando a entender que a ideia habitava o território de seus desejos e de amigos. Deve ter entendido, porém, que, na política, muitas decisões esbarram em esquemas grupais e não observam condições mais objetivas. As poucas pesquisas divulgadas indicavam o pastor Sérgio Queiroz mais bem posicionado, mas o esquema bolsonarista , com intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem o ex-ministro Marcelo Queiroga como o candidato a prefeito. Barreira intransponível nesse momento.

O pastor Sérgio se esforçou para explicar as razões de sua decisão. A interpretação mais aproximada da realidade é a que ele atendeu aos anseios de direita conservadora e do bolsonarismo, aos irmãos de seu movimento religioso e ainda deixou espaço para atender seus próprios interesses. Será candidato para ajudar o PL; imagina que, apenas como candidato a vice-prefeito, não precisará se ausentar de ações e missões, e ainda terá tempo para rodar na campanha eleitoral por outros municípios, preparando o projeto de ser candidato a senador em 2026.

Nunca assumirá, mas o pastor Sérgio parece ter decidido com o propósito de restabelecer a plenitude de suas relações com Bolsonaro, avariada por ocasião da passagem do ex-presidente pela a Paraíba há menos de duas semanas.

Apesar de justificada as razões da decisão, restou a impressão que o pastor Sérgio ainda não se encontra plena e satisfatoriamente encaixado na aliança do Novo com o PL. Talvez por isso tenha feito um anúncio unilateral, sem a presença de Queiroga e dos deputados do PL (Cabo Gilberto e Valber Virgulino). Durante a coletiva, não se esforçou para dar importância ao ex-ministro Marcelo Queiroga, seu candidato a prefeito, e antecipou exigências sobre o tom da campanha.

É neste ponto que talvez resida a divergência mais expressiva do entre o pastor Sérgio e o bolsonarismo mais radical. Ele se posiciona contra a polarização da campanha entre direita e esquerda ou entre bolsonarismo e lulismo. Defende uma campanha focada nos problemas da Capital. Essa divergência tem tudo para se tornar insuperável. Queiroga tem a candidatura como missão para ajudar Bolsonaro e parece convencido que o êxito depende integralmente do ex-presidente.

Pode-se indagar: qual o futuro dessa aliança do Novo com o PL? Vai depender do desempenho do ex-ministro Marcelo Queiroga nas pesquisas. Se melhorar bem nos próximos dois meses, estará resolvida. Se não, pastor Sérgio voltará a ser acionado como candidato a prefeito.

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Candidato a prefeito, vice, apoiador de luxo ou só Deus sabe?

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

O pastor Sérgio Queiroz marcou data para o capítulo que se presume último dessa novelinha que se tornou o processo de unidade da direita bolsonaristas e fechamento da chapa para a disputa da Prefeitura de João Pessoa.

O enredo ganhou complicação com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro no último fim de semana, onde desencontros em agenda e eventos acabaram gerando informações sobre supostos desentendimentos no agrupamento político conservador e irritação em Bolsonaro.

Pedidos de desculpas do PL e desmentidos de todos os lados buscam o restabelecimento de paz. O próprio pastor Sérgio Queiroz se encarregou, de forma enfática, na segunda-feira, de negar o que se noticiava ou se especulava. Apesar dos fatos registrados nos eventos indicarem um certo mau humor da organização e do próprio ex-presidente para com o pastor, ele, não apenas refutou tudo com veemência, como avaliou ter sido tratado com honra, mais do que merecida, e jogou as ocorrências para a conta de fatalidade.

No calor das esclarecimentos e explicações, pastor Sérgio anunciou que no dia 26/04, uma sexta-feira, anunciará sua posição. Deixou em aberto. Não sabe se será candidato a prefeito, vice-prefeito ou apenas um apoiador especial da candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Verdade é que, ao longo desses dois ou três últimos meses em que se discute a candidatura de Queiroga, o pastor Sérgio nunca deixou de alimentar, embora de forma meio tangencial, que poderia ser candidato a prefeito. Fomentou, porém, com sua complacência, a ideia que aceitaria ser candidato a vice-prefeito. Aliás, essa é a convicção dos dirigentes do PL. Talvez pela entrada do ex-presidente Bolsonaro no circuito. Em que pese tudo isso, ainda pairam muitas dúvidas sobre o desfecho que o pastor Sérgio dará ao seu destino político no momento.

Seja como for, uma coisa é certa: com o pronunciamento feito pela internet na segunda-feira, conscientemente ou não, o pastor Sérgio estreitou o caminho para sua definição. Ao dizer ter sido tratado com toda honra possível e elogiar abundantemente Bolsonaro, Queiroga, Cabo Gilberto, Walber Virgulino e o PL, não sobra desvio para o novo líder do Novo em João Pessoa justificar uma decisão de ser candidato a prefeito. A hipótese da candidatura dele próprio a prefeito parece, então, prejudicada.

Assim, sobram duas saídas: a da candidatura a vice-prefeito na chapa de Queiroga ou a de virar um apoiador de luxo. Tem muita gente apostando na segunda hipótese, mas o pastor tem demonstrado certa capacidade de surpreender. Se Deus estiver na parada, como o pastor acredita, certamente, os caminhos da decisão se alargarão e a decisão final se tornará mais fácil. Se depender apenas dos desígnios dos homens e da política, nem iluminados, os caminhos conduzem à certeza.

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Não foi culpa da imprensa…

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Redação do Portal da Capital

Assisti à live que o pastor Sérgio Queiroz (Novo) realizou na segunda-feira (15/04) falando sobre os imbróglios envolvendo o nome dele e o Partido Liberal (PL) desde a última semana e, de modo agravado, desde a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Estado da Paraíba para lançar a chapa da Direita e Extrema Direita pessoense tendo Marcelo Queiroga como pré-candidato a prefeito e o religioso à vice na corrida ao comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) nas Eleições 2024.

Na verdade, aqui do meu cantinho, numa cadeira mega confortável e com um balde cheio de pipoca, metade doce e metade salgada, tenho assistido à muita coisa que tem marcado o universo político paraibano e, em especial, o pessoense.

Hoje, porém, vou comentar sobre o episódio, quase interminável, que estou assistindo e que envolve o pastor Sérgio Queiroz, figura por quem, aliás, A-IN-DA, nutro simpatia suficiente para sentir incômodo ao vê-lo se enfiar numa lambança que em nada combina com a postura polida que ele sempre demonstrou ter.

O episódio ao qual me refiro não se resume apenas a live da segunda-feira, mas, a uma série de acontecimentos -desorganizados e vexatórios!-, que eclodiram graças a decisão dele em não assumir o receio que parece ter em aceitar com a alegria e a empolgação esperadas a condição de vice na chapa do PL.

Eu, realmente, senti uma ponta de tristeza e uma vergonha alheia gigante quando assisti, com meus próprios olhos, Queiroz, que por indecisão própria se meteu num olho de furacão, culpar a imprensa pelo que está vivendo.

Queiroz teve a capacidade de abrir a boca na live para direcionar críticas e cobranças à imprensa e, ao mesmo tempo, demonstrar uma desinformação inexplicável acerca do universo político onde ele quer se mostrar inserido.

Na live, Queiroz teve a coragem de abrir a boca para perguntar por que a imprensa, diferentemente do estaria fazendo com ele, não cobrava do deputado federal Romero Rodrigues (PSC/Podemos) uma definição sobre o rumo político que tomará nas Eleições 2024, ou mesmo, do Partido dos Trabalhadores (PT) acerca da indefinição da pré-candidatura na Capital paraibana.

Minha gente… quem não vive numa bolha, não olha apenas para o próprio umbigo e acompanha minimamente o universo da política sabe que, nos últimos meses, de tanto, nós da imprensa, falarmos nesses temas, tais assuntos mais têm parecido aquelas falhas chatas em discos de vinil arranhados do que cobranças que ele classifica como inexistentes.

Cobramos sim, de Romero e do PT e evidenciamos todas as “lambanças“, imbróglios, intrigas e polêmicas políticas que enxergamos.

Por isso, ao assistir a sua live decidi escrever este artigo dizendo: “Não foi culpa da imprensa…”

Não foi -mesmo!- culpa da imprensa, meu caro pastor.

Não foi a imprensa que na véspera e até, no dia… pior… no MO-MEN-TO do evento de anúncio da chapa “Quero, Quero“, lá nas dependências da Domus Hall, mesmo com a própria cara aparecendo numa foto ao lado de Queiroga num telão, disse que decidiu adiar, mais uma vez, a decisão sobre participação do Novo na chapa encabeçada pelo ex-ministro.

Não, meu caro pastor… não foi e nem é culpa da imprensa e muito menos do locutor do evento o fato do senhor se perceber num meio de um furacão político vexatório para o seu curriculum de pessoa polida.

Inclusive, enquanto escrevo essas mal traçadas linhas, como diria algum poeta, sigo me perguntando por que um homem que enxergo como tão capaz, se mete numa situação dessas mesmo tendo valor político suficiente para garantir uma vaga de vereador sem gastar praticamente um tostão com campanha. Por queeeeeeeee???????

Pois é, pastor… não foi culpa da imprensa…

Como o senhor bem lembrou, durante a live, das palavras que, se não me falha a memória, são de Mateus, “bem-aventurados são os pacificadores“, tire uns dias, respire, pacifique a própria alma e lembre da sua capacidade para ser um excelente vereador que teria a oportunidade de legislar e produzir, de fato, para o bem da população.

Mas, para que fique bem claro… me permita repetir pastor: não foi culpa da imprensa.

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