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Azevêdo ganha fôlego para avaliar saídas que fortalecem candidatura

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Depois de enfrentar um fogo cruzado nos últimos dias, na sua própria base de sustentação política, devido a ruídos que vazaram do grupo do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) mas que parecem superados, o governador João Azevêdo (Cidadania) ganhou fôlego para trabalhar perspectivas que possam fortalecer o projeto de sua candidatura à reeleição em 2022. O chefe do Executivo tem se policiado ao máximo para não precipitar definições envolvendo a chapa que encabeçará em outubro do próximo ano, até pela urgência que tem de encarar desafios administrativos, como se dá, ainda, com o enfrentamento ao coronavírus, e com soluções para a reativação das atividades econômicas do Estado. João havia deixado claro, lá atrás, que se partisse para o campo das discussões políticas agora estaria desviando energias e atenções das prioridades que demandam atendimento imediato.

Com o grupo de Veneziano, os sinais de ruídos pipocaram quando se esboçaram, no MDB, vozes favoráveis à candidatura própria do senador ao governo do Estado, o que o colocaria na linha de tiro com Azevêdo. Na sequência, houve mal-entendidos e incidentes mais sérios com a própria mulher de Veneziano, Ana Cláudia Vital do Rêgo, secretária de Articulação e Desenvolvimento Municipal, que se sentiu desprestigiada em evento governamental em Campina Grande. A situação azedou com os indícios de receptividade do governador a entendimentos com o ex-prefeito Romero Rodrigues (PSD), adversário do grupo de Veneziano, que chegou até mesmo a ser cogitado para vice numa chapa de Azevêdo. Curiosamente, esse “moído” teve o condão de reaproximar a secretária Ana Cláudia do chefe do Executivo, enquanto Rodrigues, que está fora do páreo ao governo, recuou quanto a conversas com o esquema oficial.

Mas houve mais: durante alguns meses, os deputados federais Efraim Filho, do Democratas, e Aguinaldo Ribeiro, do Progressistas, duelaram através da mídia projetando as respectivas candidaturas a uma vaga de senador no pleito do próximo ano – e, em meio ao entrechoque, acabaram colocando a figura do governador na roda, já que se engalfinharam para saber quem teria o apoio do chefe do Executivo nessa parada. Efraim Filho, inclusive, admitiu assumir candidatura ao Senado em faixa própria, caso não tivesse o apoio do governador João Azevêdo. Da parte deste, houve menções aos dois pré-postulantes, mas nenhuma expressão de simpatia ou preferência pessoal, o que fez cessar em parte o bombardeio que vinha tomando proporções preocupantes. O resultado é que Azevêdo chegou a admitir a hipótese de ter os dois como candidatos ao Senado dentro da sua base, cabendo-lhe, no momento oportuno, definir as bases em que vai se situar nesse contexto.

O que o governador tem deixado claro é que precisa de liberdade e compreensão dos seus aliados políticos para montar uma chapa competitiva com vistas às eleições de 2022. Para que isto se viabilize, como tem acentuado, precisa investir numa estratégia para agregar apoios, valendo-se do fato de que há divisões bastante nítidas na própria oposição e que, nessa circunstância, o esquema governista pode tirar proveito se agir com habilidade e conciliar interesses, uma tarefa que nem sempre é fácil em política. Mais claro, seria impossível para Azevêdo: o diálogo com interlocutores do quadro político paraibano e nacional, mesmo com adversários, faz parte do processo de construção, mas não implica, necessariamente, na celebração de alianças. O chefe do Executivo tem argumentado que exatamente por dispor de tempo para avançar nas definições é que tem condições de esgotar as opções disponíveis e testar a viabilidade de acordos que fortaleçam não apenas a sua candidatura, mas ao esquema como um todo.

Por outro lado, João Azevêdo tem obrigações com o próprio partido a que é filiado, o Cidadania, dirigido pelo ex-deputado Roberto Freire. A indefinição da Executiva Nacional do Cidadania sobre a vantagem de aderir a uma “federação partidária” preocupa o único governador da legenda no país. A união em federação seria uma questão até de sobrevivência política, para fazer frente aos rigores impostos pela cláusula de desempenho que, como se sabe, respingam diretamente nas legendas menores. A hipótese da federação, viabilizada nacionalmente, poderia juntar Cidadania e PSDB – e não houve consenso ainda sobre ela porque implicaria em prolongamento de aliança para os próximos quatro anos. Na Paraíba, o PSDB faz oposição declarada ao governador e quer ter candidato próprio ao Palácio da Redenção.

Esse caleidoscópio que indubitavelmente cerca o cenário político-partidário brasileiro é que tem tornado o governador da Paraíba cauteloso nos seus posicionamentos quando se refere à conjuntura eleitoral para o próximo ano. Um outro ponto, não menos importante, é definir como ele poderá se posicionar em palanque pró-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente da República sem que tenha que estar abraçado a adversários políticos radicais no Estado da Paraíba. De resto, o ano de 2021 está terminando. Logo as discussões políticas-eleitorais vão aflorar de maneira propriamente dita, em alguns casos com timbre de compromisso. Azevêdo não quer misturar a boa administração do Estado, que vem conseguindo implementar, com a ênfase dos acordos políticos que tomam muito tempo e podem ser fatais se não houver o mínimo de bom senso e de estratégia na sua formulação. Daí porque luta para decidir na hora certa, da forma mais acertada possível.

Por Nonato Guedes

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Certezas e dúvidas nas decisões do pastor Sérgio

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Depois de alguns aparentes contratempos, o pastor Sérgio Queiroz anunciou como será a participação do partido Novo nas eleições municipais em João Pessoa, o que equivale dizer como se dará sua participação, uma vez que ele encarna a legenda na Capital. Se dispôs a ser candidato a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Havia quem apostasse na candidatura a prefeito. O pastor descartou a possibilidade na entrevista, dando a entender que a ideia habitava o território de seus desejos e de amigos. Deve ter entendido, porém, que, na política, muitas decisões esbarram em esquemas grupais e não observam condições mais objetivas. As poucas pesquisas divulgadas indicavam o pastor Sérgio Queiroz mais bem posicionado, mas o esquema bolsonarista , com intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem o ex-ministro Marcelo Queiroga como o candidato a prefeito. Barreira intransponível nesse momento.

O pastor Sérgio se esforçou para explicar as razões de sua decisão. A interpretação mais aproximada da realidade é a que ele atendeu aos anseios de direita conservadora e do bolsonarismo, aos irmãos de seu movimento religioso e ainda deixou espaço para atender seus próprios interesses. Será candidato para ajudar o PL; imagina que, apenas como candidato a vice-prefeito, não precisará se ausentar de ações e missões, e ainda terá tempo para rodar na campanha eleitoral por outros municípios, preparando o projeto de ser candidato a senador em 2026.

Nunca assumirá, mas o pastor Sérgio parece ter decidido com o propósito de restabelecer a plenitude de suas relações com Bolsonaro, avariada por ocasião da passagem do ex-presidente pela a Paraíba há menos de duas semanas.

Apesar de justificada as razões da decisão, restou a impressão que o pastor Sérgio ainda não se encontra plena e satisfatoriamente encaixado na aliança do Novo com o PL. Talvez por isso tenha feito um anúncio unilateral, sem a presença de Queiroga e dos deputados do PL (Cabo Gilberto e Valber Virgulino). Durante a coletiva, não se esforçou para dar importância ao ex-ministro Marcelo Queiroga, seu candidato a prefeito, e antecipou exigências sobre o tom da campanha.

É neste ponto que talvez resida a divergência mais expressiva do entre o pastor Sérgio e o bolsonarismo mais radical. Ele se posiciona contra a polarização da campanha entre direita e esquerda ou entre bolsonarismo e lulismo. Defende uma campanha focada nos problemas da Capital. Essa divergência tem tudo para se tornar insuperável. Queiroga tem a candidatura como missão para ajudar Bolsonaro e parece convencido que o êxito depende integralmente do ex-presidente.

Pode-se indagar: qual o futuro dessa aliança do Novo com o PL? Vai depender do desempenho do ex-ministro Marcelo Queiroga nas pesquisas. Se melhorar bem nos próximos dois meses, estará resolvida. Se não, pastor Sérgio voltará a ser acionado como candidato a prefeito.

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Candidato a prefeito, vice, apoiador de luxo ou só Deus sabe?

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

O pastor Sérgio Queiroz marcou data para o capítulo que se presume último dessa novelinha que se tornou o processo de unidade da direita bolsonaristas e fechamento da chapa para a disputa da Prefeitura de João Pessoa.

O enredo ganhou complicação com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro no último fim de semana, onde desencontros em agenda e eventos acabaram gerando informações sobre supostos desentendimentos no agrupamento político conservador e irritação em Bolsonaro.

Pedidos de desculpas do PL e desmentidos de todos os lados buscam o restabelecimento de paz. O próprio pastor Sérgio Queiroz se encarregou, de forma enfática, na segunda-feira, de negar o que se noticiava ou se especulava. Apesar dos fatos registrados nos eventos indicarem um certo mau humor da organização e do próprio ex-presidente para com o pastor, ele, não apenas refutou tudo com veemência, como avaliou ter sido tratado com honra, mais do que merecida, e jogou as ocorrências para a conta de fatalidade.

No calor das esclarecimentos e explicações, pastor Sérgio anunciou que no dia 26/04, uma sexta-feira, anunciará sua posição. Deixou em aberto. Não sabe se será candidato a prefeito, vice-prefeito ou apenas um apoiador especial da candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Verdade é que, ao longo desses dois ou três últimos meses em que se discute a candidatura de Queiroga, o pastor Sérgio nunca deixou de alimentar, embora de forma meio tangencial, que poderia ser candidato a prefeito. Fomentou, porém, com sua complacência, a ideia que aceitaria ser candidato a vice-prefeito. Aliás, essa é a convicção dos dirigentes do PL. Talvez pela entrada do ex-presidente Bolsonaro no circuito. Em que pese tudo isso, ainda pairam muitas dúvidas sobre o desfecho que o pastor Sérgio dará ao seu destino político no momento.

Seja como for, uma coisa é certa: com o pronunciamento feito pela internet na segunda-feira, conscientemente ou não, o pastor Sérgio estreitou o caminho para sua definição. Ao dizer ter sido tratado com toda honra possível e elogiar abundantemente Bolsonaro, Queiroga, Cabo Gilberto, Walber Virgulino e o PL, não sobra desvio para o novo líder do Novo em João Pessoa justificar uma decisão de ser candidato a prefeito. A hipótese da candidatura dele próprio a prefeito parece, então, prejudicada.

Assim, sobram duas saídas: a da candidatura a vice-prefeito na chapa de Queiroga ou a de virar um apoiador de luxo. Tem muita gente apostando na segunda hipótese, mas o pastor tem demonstrado certa capacidade de surpreender. Se Deus estiver na parada, como o pastor acredita, certamente, os caminhos da decisão se alargarão e a decisão final se tornará mais fácil. Se depender apenas dos desígnios dos homens e da política, nem iluminados, os caminhos conduzem à certeza.

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Não foi culpa da imprensa…

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Redação do Portal da Capital

Assisti à live que o pastor Sérgio Queiroz (Novo) realizou na segunda-feira (15/04) falando sobre os imbróglios envolvendo o nome dele e o Partido Liberal (PL) desde a última semana e, de modo agravado, desde a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Estado da Paraíba para lançar a chapa da Direita e Extrema Direita pessoense tendo Marcelo Queiroga como pré-candidato a prefeito e o religioso à vice na corrida ao comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) nas Eleições 2024.

Na verdade, aqui do meu cantinho, numa cadeira mega confortável e com um balde cheio de pipoca, metade doce e metade salgada, tenho assistido à muita coisa que tem marcado o universo político paraibano e, em especial, o pessoense.

Hoje, porém, vou comentar sobre o episódio, quase interminável, que estou assistindo e que envolve o pastor Sérgio Queiroz, figura por quem, aliás, A-IN-DA, nutro simpatia suficiente para sentir incômodo ao vê-lo se enfiar numa lambança que em nada combina com a postura polida que ele sempre demonstrou ter.

O episódio ao qual me refiro não se resume apenas a live da segunda-feira, mas, a uma série de acontecimentos -desorganizados e vexatórios!-, que eclodiram graças a decisão dele em não assumir o receio que parece ter em aceitar com a alegria e a empolgação esperadas a condição de vice na chapa do PL.

Eu, realmente, senti uma ponta de tristeza e uma vergonha alheia gigante quando assisti, com meus próprios olhos, Queiroz, que por indecisão própria se meteu num olho de furacão, culpar a imprensa pelo que está vivendo.

Queiroz teve a capacidade de abrir a boca na live para direcionar críticas e cobranças à imprensa e, ao mesmo tempo, demonstrar uma desinformação inexplicável acerca do universo político onde ele quer se mostrar inserido.

Na live, Queiroz teve a coragem de abrir a boca para perguntar por que a imprensa, diferentemente do estaria fazendo com ele, não cobrava do deputado federal Romero Rodrigues (PSC/Podemos) uma definição sobre o rumo político que tomará nas Eleições 2024, ou mesmo, do Partido dos Trabalhadores (PT) acerca da indefinição da pré-candidatura na Capital paraibana.

Minha gente… quem não vive numa bolha, não olha apenas para o próprio umbigo e acompanha minimamente o universo da política sabe que, nos últimos meses, de tanto, nós da imprensa, falarmos nesses temas, tais assuntos mais têm parecido aquelas falhas chatas em discos de vinil arranhados do que cobranças que ele classifica como inexistentes.

Cobramos sim, de Romero e do PT e evidenciamos todas as “lambanças“, imbróglios, intrigas e polêmicas políticas que enxergamos.

Por isso, ao assistir a sua live decidi escrever este artigo dizendo: “Não foi culpa da imprensa…”

Não foi -mesmo!- culpa da imprensa, meu caro pastor.

Não foi a imprensa que na véspera e até, no dia… pior… no MO-MEN-TO do evento de anúncio da chapa “Quero, Quero“, lá nas dependências da Domus Hall, mesmo com a própria cara aparecendo numa foto ao lado de Queiroga num telão, disse que decidiu adiar, mais uma vez, a decisão sobre participação do Novo na chapa encabeçada pelo ex-ministro.

Não, meu caro pastor… não foi e nem é culpa da imprensa e muito menos do locutor do evento o fato do senhor se perceber num meio de um furacão político vexatório para o seu curriculum de pessoa polida.

Inclusive, enquanto escrevo essas mal traçadas linhas, como diria algum poeta, sigo me perguntando por que um homem que enxergo como tão capaz, se mete numa situação dessas mesmo tendo valor político suficiente para garantir uma vaga de vereador sem gastar praticamente um tostão com campanha. Por queeeeeeeee???????

Pois é, pastor… não foi culpa da imprensa…

Como o senhor bem lembrou, durante a live, das palavras que, se não me falha a memória, são de Mateus, “bem-aventurados são os pacificadores“, tire uns dias, respire, pacifique a própria alma e lembre da sua capacidade para ser um excelente vereador que teria a oportunidade de legislar e produzir, de fato, para o bem da população.

Mas, para que fique bem claro… me permita repetir pastor: não foi culpa da imprensa.

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