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Azevêdo mantém processo político sob controle, mesmo com pressões

Publicado

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* Por Nonato Guedes

Focado, com prioridade, por razões óbvias, no desafio de administrar o Estado e a pandemia do novo coronavírus, o governador João Azevêdo (Cidadania) tem enfrentado pressões constantes, dentro da sua base de sustentação política, para atender ou acomodar pretensões que são colocadas para a disputa eleitoral do próximo ano, mas demonstra firmeza no controle do processo, em nenhum momento abrindo mão de qualquer centímetro da autoridade que lhe foi delegada para levar à frente esse desideratum. Ele abriu conversas sobre cenários políticos, depois de resistir por um bom tempo às pressões, e há a expectativa de que o nome que terá seu apoio para disputar a vaga de senador na sua chapa esteja definido até janeiro do próximo ano. O governador, é claro, está atento às necessidades que outros partidos aliados têm de montar suas estratégias para as urnas e sabe que eles dependem de sinais ou de palavras suas para compor esse enredo.

Para que se tenha uma ideia da extensão dos desafios administrativos postos na mesa de João Azevêdo basta lembrar a polêmica que ganha vulto, dentro da sociedade, sobre maior flexibilização diante de números favoráveis sobre a escalada de vacinação contra a covid-19. Grupos sociais influentes discutem abertamente a possibilidade de realização de eventos públicos no réveillon em cidades como João Pessoa, a liberação do uso de máscaras e até mesmo a perspectiva de realização de festejos carnavalescos. Esta última hipótese é a que tem menos consenso, certamente devido ao potencial maior de aglomeração que pode provocar, bem como a dificuldade do poder público para controlar o distanciamento social. Mas o governador fez acenos quanto à liberação de máscaras e se disse receptivo à discussão sobre a promoção de eventos no réveillon. Tudo está condicionado, porém, à opinião dos especialistas em Saúde Pública e à análise fria dos números projetados pelo cenário da pandemia.

O chefe do Executivo não ignora, é claro, que tem havido uma desaceleração na inquietante curva de óbitos por covid-19 na Paraíba, bem como na redução da ocupação de leitos para pacientes contaminados em hospitais e unidades de saúde da rede pública. Esse resultado é consequência do avanço na campanha de vacinação, obtido através de uma formidável mobilização do poder público articulado em suas diferentes esferas, bem como do planejamento rigoroso que segue com a adoção de medidas preventivas, incluindo o uso de máscaras, de álcool, e o respeito ao isolamento social. Mas autoridades como o governador e o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, não se cansam de alertar que a pandemia não acabou e, logo, ninguém pode abrir a guarda, sobretudo quando se desenha a perspectiva de aglomerações. O governo quer que a Paraíba continue despontando em posição de destaque no ranking nacional no enfrentamento à covid-19.

Em termos políticos, o governador João Azevêdo convive com ambições legítimas de aliados que querem ser ouvidos e, se possível, influenciar na formação da chapa que ele encabeçará à reeleição no próximo ano. Os postos mais disputados na base são a vaga de senador e a vaga de candidato a vice-governador, mas o pacote abrange, ainda, indicação de nomes para suplentes de senador e acordos para acomodar candidaturas à Câmara Federal e Assembleia Legislativa. A briga pelo Senado ganhou visibilidade e ares de acirramento por causa da competição aberta travada entre os deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP) e Efraim Filho (DEM), mas não é menor a guerra pela vaga de vice-governador. João Azevêdo procura mover-se com habilidade para conciliar interesses sem correr o risco de enfrentar defecções que possam ser prejudiciais ao projeto de poder que ele lidera.

Embora tenha repetido que não aceitará “bolsonaristas” na sua chapa, o governador tem dialogado com gregos e troianos, admitindo conversar até mesmo com ex-bolsonaristas, como é o caso do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), que dá sinais de recuo quanto à pré-candidatura ao governo e sinaliza intenção de compor a chapa de João, possivelmente ocupando o lugar de candidato a vice-governador. Essa costura é bastante delicada porque pode melindrar o esquema do senador Veneziano Vital do Rêgo, que tem sido pressionado por correligionários do MDB, a assumir candidatura ao Palácio da Redenção. Se as discussões que deflagrou no seu círculo vão gerar convergência ainda maior, é algo que o governador não pode prever, mas ele tem deixado claro que procura fazer a sua parte, no sentido de aglutinar apoios para reforçar o projeto da reeleição. É seu primeiro teste, a nível estadual, como líder politico.

O fato é que, com o final do ano despontando no horizonte, e o calendário para as eleições começando a entrar na fase que levará ao afunilamento, o governador João Azevêdo não tem como protelar discussões dentro do seu esquema relacionadas a definições para a composição de chapa. Os aliados mais próximos reconhecem que é mais tático encarar logo essa etapa do que ficar negaceando ou empurrando definições com a barriga. Até porque o projeto da candidatura de Azevêdo à reeleição é uma construção complexa, pela multiplicidade de interesses e pela variedade de líderes políticos que poderão se integrar a ele. Azevêdo, vale repetir, larga em posição de vantagem para o pleito de 2022, mas justamente por isso precisa redobrar a atenção e a vigilância para não cometer erros nem passos em falso, do ponto de vista estratégico, que poderão ser fatais para o favoritismo que ostenta no páreo à própria sucessão.

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Certezas e dúvidas nas decisões do pastor Sérgio

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

Depois de alguns aparentes contratempos, o pastor Sérgio Queiroz anunciou como será a participação do partido Novo nas eleições municipais em João Pessoa, o que equivale dizer como se dará sua participação, uma vez que ele encarna a legenda na Capital. Se dispôs a ser candidato a vice-prefeito na chapa do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Havia quem apostasse na candidatura a prefeito. O pastor descartou a possibilidade na entrevista, dando a entender que a ideia habitava o território de seus desejos e de amigos. Deve ter entendido, porém, que, na política, muitas decisões esbarram em esquemas grupais e não observam condições mais objetivas. As poucas pesquisas divulgadas indicavam o pastor Sérgio Queiroz mais bem posicionado, mas o esquema bolsonarista , com intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem o ex-ministro Marcelo Queiroga como o candidato a prefeito. Barreira intransponível nesse momento.

O pastor Sérgio se esforçou para explicar as razões de sua decisão. A interpretação mais aproximada da realidade é a que ele atendeu aos anseios de direita conservadora e do bolsonarismo, aos irmãos de seu movimento religioso e ainda deixou espaço para atender seus próprios interesses. Será candidato para ajudar o PL; imagina que, apenas como candidato a vice-prefeito, não precisará se ausentar de ações e missões, e ainda terá tempo para rodar na campanha eleitoral por outros municípios, preparando o projeto de ser candidato a senador em 2026.

Nunca assumirá, mas o pastor Sérgio parece ter decidido com o propósito de restabelecer a plenitude de suas relações com Bolsonaro, avariada por ocasião da passagem do ex-presidente pela a Paraíba há menos de duas semanas.

Apesar de justificada as razões da decisão, restou a impressão que o pastor Sérgio ainda não se encontra plena e satisfatoriamente encaixado na aliança do Novo com o PL. Talvez por isso tenha feito um anúncio unilateral, sem a presença de Queiroga e dos deputados do PL (Cabo Gilberto e Valber Virgulino). Durante a coletiva, não se esforçou para dar importância ao ex-ministro Marcelo Queiroga, seu candidato a prefeito, e antecipou exigências sobre o tom da campanha.

É neste ponto que talvez resida a divergência mais expressiva do entre o pastor Sérgio e o bolsonarismo mais radical. Ele se posiciona contra a polarização da campanha entre direita e esquerda ou entre bolsonarismo e lulismo. Defende uma campanha focada nos problemas da Capital. Essa divergência tem tudo para se tornar insuperável. Queiroga tem a candidatura como missão para ajudar Bolsonaro e parece convencido que o êxito depende integralmente do ex-presidente.

Pode-se indagar: qual o futuro dessa aliança do Novo com o PL? Vai depender do desempenho do ex-ministro Marcelo Queiroga nas pesquisas. Se melhorar bem nos próximos dois meses, estará resolvida. Se não, pastor Sérgio voltará a ser acionado como candidato a prefeito.

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Candidato a prefeito, vice, apoiador de luxo ou só Deus sabe?

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Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

O pastor Sérgio Queiroz marcou data para o capítulo que se presume último dessa novelinha que se tornou o processo de unidade da direita bolsonaristas e fechamento da chapa para a disputa da Prefeitura de João Pessoa.

O enredo ganhou complicação com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro no último fim de semana, onde desencontros em agenda e eventos acabaram gerando informações sobre supostos desentendimentos no agrupamento político conservador e irritação em Bolsonaro.

Pedidos de desculpas do PL e desmentidos de todos os lados buscam o restabelecimento de paz. O próprio pastor Sérgio Queiroz se encarregou, de forma enfática, na segunda-feira, de negar o que se noticiava ou se especulava. Apesar dos fatos registrados nos eventos indicarem um certo mau humor da organização e do próprio ex-presidente para com o pastor, ele, não apenas refutou tudo com veemência, como avaliou ter sido tratado com honra, mais do que merecida, e jogou as ocorrências para a conta de fatalidade.

No calor das esclarecimentos e explicações, pastor Sérgio anunciou que no dia 26/04, uma sexta-feira, anunciará sua posição. Deixou em aberto. Não sabe se será candidato a prefeito, vice-prefeito ou apenas um apoiador especial da candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga.

Verdade é que, ao longo desses dois ou três últimos meses em que se discute a candidatura de Queiroga, o pastor Sérgio nunca deixou de alimentar, embora de forma meio tangencial, que poderia ser candidato a prefeito. Fomentou, porém, com sua complacência, a ideia que aceitaria ser candidato a vice-prefeito. Aliás, essa é a convicção dos dirigentes do PL. Talvez pela entrada do ex-presidente Bolsonaro no circuito. Em que pese tudo isso, ainda pairam muitas dúvidas sobre o desfecho que o pastor Sérgio dará ao seu destino político no momento.

Seja como for, uma coisa é certa: com o pronunciamento feito pela internet na segunda-feira, conscientemente ou não, o pastor Sérgio estreitou o caminho para sua definição. Ao dizer ter sido tratado com toda honra possível e elogiar abundantemente Bolsonaro, Queiroga, Cabo Gilberto, Walber Virgulino e o PL, não sobra desvio para o novo líder do Novo em João Pessoa justificar uma decisão de ser candidato a prefeito. A hipótese da candidatura dele próprio a prefeito parece, então, prejudicada.

Assim, sobram duas saídas: a da candidatura a vice-prefeito na chapa de Queiroga ou a de virar um apoiador de luxo. Tem muita gente apostando na segunda hipótese, mas o pastor tem demonstrado certa capacidade de surpreender. Se Deus estiver na parada, como o pastor acredita, certamente, os caminhos da decisão se alargarão e a decisão final se tornará mais fácil. Se depender apenas dos desígnios dos homens e da política, nem iluminados, os caminhos conduzem à certeza.

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Não foi culpa da imprensa…

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Redação do Portal da Capital

Assisti à live que o pastor Sérgio Queiroz (Novo) realizou na segunda-feira (15/04) falando sobre os imbróglios envolvendo o nome dele e o Partido Liberal (PL) desde a última semana e, de modo agravado, desde a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Estado da Paraíba para lançar a chapa da Direita e Extrema Direita pessoense tendo Marcelo Queiroga como pré-candidato a prefeito e o religioso à vice na corrida ao comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) nas Eleições 2024.

Na verdade, aqui do meu cantinho, numa cadeira mega confortável e com um balde cheio de pipoca, metade doce e metade salgada, tenho assistido à muita coisa que tem marcado o universo político paraibano e, em especial, o pessoense.

Hoje, porém, vou comentar sobre o episódio, quase interminável, que estou assistindo e que envolve o pastor Sérgio Queiroz, figura por quem, aliás, A-IN-DA, nutro simpatia suficiente para sentir incômodo ao vê-lo se enfiar numa lambança que em nada combina com a postura polida que ele sempre demonstrou ter.

O episódio ao qual me refiro não se resume apenas a live da segunda-feira, mas, a uma série de acontecimentos -desorganizados e vexatórios!-, que eclodiram graças a decisão dele em não assumir o receio que parece ter em aceitar com a alegria e a empolgação esperadas a condição de vice na chapa do PL.

Eu, realmente, senti uma ponta de tristeza e uma vergonha alheia gigante quando assisti, com meus próprios olhos, Queiroz, que por indecisão própria se meteu num olho de furacão, culpar a imprensa pelo que está vivendo.

Queiroz teve a capacidade de abrir a boca na live para direcionar críticas e cobranças à imprensa e, ao mesmo tempo, demonstrar uma desinformação inexplicável acerca do universo político onde ele quer se mostrar inserido.

Na live, Queiroz teve a coragem de abrir a boca para perguntar por que a imprensa, diferentemente do estaria fazendo com ele, não cobrava do deputado federal Romero Rodrigues (PSC/Podemos) uma definição sobre o rumo político que tomará nas Eleições 2024, ou mesmo, do Partido dos Trabalhadores (PT) acerca da indefinição da pré-candidatura na Capital paraibana.

Minha gente… quem não vive numa bolha, não olha apenas para o próprio umbigo e acompanha minimamente o universo da política sabe que, nos últimos meses, de tanto, nós da imprensa, falarmos nesses temas, tais assuntos mais têm parecido aquelas falhas chatas em discos de vinil arranhados do que cobranças que ele classifica como inexistentes.

Cobramos sim, de Romero e do PT e evidenciamos todas as “lambanças“, imbróglios, intrigas e polêmicas políticas que enxergamos.

Por isso, ao assistir a sua live decidi escrever este artigo dizendo: “Não foi culpa da imprensa…”

Não foi -mesmo!- culpa da imprensa, meu caro pastor.

Não foi a imprensa que na véspera e até, no dia… pior… no MO-MEN-TO do evento de anúncio da chapa “Quero, Quero“, lá nas dependências da Domus Hall, mesmo com a própria cara aparecendo numa foto ao lado de Queiroga num telão, disse que decidiu adiar, mais uma vez, a decisão sobre participação do Novo na chapa encabeçada pelo ex-ministro.

Não, meu caro pastor… não foi e nem é culpa da imprensa e muito menos do locutor do evento o fato do senhor se perceber num meio de um furacão político vexatório para o seu curriculum de pessoa polida.

Inclusive, enquanto escrevo essas mal traçadas linhas, como diria algum poeta, sigo me perguntando por que um homem que enxergo como tão capaz, se mete numa situação dessas mesmo tendo valor político suficiente para garantir uma vaga de vereador sem gastar praticamente um tostão com campanha. Por queeeeeeeee???????

Pois é, pastor… não foi culpa da imprensa…

Como o senhor bem lembrou, durante a live, das palavras que, se não me falha a memória, são de Mateus, “bem-aventurados são os pacificadores“, tire uns dias, respire, pacifique a própria alma e lembre da sua capacidade para ser um excelente vereador que teria a oportunidade de legislar e produzir, de fato, para o bem da população.

Mas, para que fique bem claro… me permita repetir pastor: não foi culpa da imprensa.

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